Vendas de móveis e eletrodomésticos cresceram 24,8% em abril
As vendas do comércio varejista cresceram 1,8% em abril, na comparação com março, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (08.06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta para um mês de abril em 21 anos, mesmo em meio às restrições ainda impostas pelas medidas de combate ao coronavírus.
Segundo o IBGE, com o resultado de abril o varejo ficou 1% acima do patamar pré-pandemia. O setor acumula crescimento de 4,7% no ano e de 3,6% nos últimos 12 meses. O resultado veio bem acima do esperado pelo mercado. A expectativa era de avanço de 0,1% na comparação mensal e de 19,8% sobre um ano antes.
Vendas de móveis e eletrodomésticos saltam quase 25%
Das oito atividades pesquisadas, sete tiveram aumento nas vendas na passagem de março para abril. A maior alta foi em móveis e eletrodomésticos (24,8%), seguida de tecidos, vestuário e calçados, de 13,8%.
Segundo o IBGE, a pandemia tem provocado mudanças na estrutura de consumo das famílias e no calendário de promoções do comércio. “Abril foi um momento em que as grandes lojas de móveis e eletrodomésticos acabaram focando na receita de consumo das famílias”, destacou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Desempenho dos segmentos em abril:
Combustíveis e lubrificantes: 3,4%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -1,7%
Tecidos, vestuário e calçados: 13,8%
Móveis e eletrodomésticos: 24,8%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,9%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 3,8%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 10,2%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 6,7%
Veículos, motos, partes e peças: 20,3% (varejo ampliado)
Material de construção: 10,4% (varejo ampliado)
A receita nominal do varejo acumulou alta de 1,4% em abril, frente a março. Na comparação com abril de 2020, houve alta de 36,1%.
Vendas de veículos e de material de construção têm forte alta
Pelo conceito varejo ampliado, que inclui “Veículos, motos, partes e peças” (20,3%) e de “Material de construção” (10,4%), o aumento no volume de vendas foi de 3,8%. Ambas as atividades haviam recuado no mês anterior. Frente a abril de 2020, o avanço foi de 41%. No acumulado no ano, a alta chegou a 9,2% e no acumulado em 12 meses, 3,5%.
Só vendas de supermercados caíram
A única queda foi observada em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%). Esse setor representa quase metade do volume de vendas pesquisado.
Segundo o gerente da pesquisa, em março, diante das medidas restritivas de funcionamento do comércio, o consumo das famílias se concentrou em hiper e supermercados. Em abril, com a retomada das atividades, o consumo se espalhou nas outras atividades que haviam registrado perdas no mês anterior.
O pesquisador ponderou ainda que a inflação de alimentos não influenciou a queda das vendas de supermercados em abril. “A atividade de hiper e supermercados perde um pouco de fôlego para outras atividades que tiveram perdas razoáveis em março, como tecidos e vestuário”, disse.
Avanço na maior parte do país
De março para abril, na série com ajuste sazonal, as vendas do comércio tiveram alta em 21 das 27 unidades da federação, com destaque para Distrito Federal (19,6%), Rio Grande do Sul (14,9%) e Amapá (10,8%). Já as maiores quedas foram em Mato Grosso (-1,4%) , Alagoas (-1,1%) e Sergipe (-0,8%).
No comércio varejista ampliado, houve alta em 25 unidades da federação, com destaque para Ceará (18,7%), Bahia (17,7%) e Tocantins (17,2%).