Valor agregado impulsiona receita de bens duráveis
Como já é tradição, a GfK Brasil apresentou, no primeiro dia da Eletrolar Show, os números relativos ao mercado brasileiro de eletroeletrônicos no primeiro semestre do ano. De acordo com o estudo, detalhado pelo diretor Rui Agapito, houve crescimento em faturamento de 8% no resultado acumulado dos seis primeiros meses de 2019, em comparação com o mesmo período de 2018. A previsão para este ano é que o mercado registre alta de 5%.
O aumento de receita foi puxado pelas linhas premium. O consumidor optou por produtos com mais tecnologia e ticket médio alto. “No caso da telefonia, o gasto médio de R$ 950 no primeiro quadrimestre de 2018 em smartphones subiu para mais de R$ 1.100 no mesmo período deste ano. Nossas análises constataram que crescem mais as vendas de aparelhos com maior número de câmeras, telas maiores, com mais tecnologia e, portanto, preços médios mais altos”, explicou Rui. No primeiro semestre, a receita gerada pelas vendas de smartphones com telas de 5,5” ou mais e capacidade de armazenamento a partir de 64GB cresceu 121%, na comparação com o mesmo período de 2018.
Na cesta de linha branca, o crescimento de 12,7% também esteve muito ligado à linha mais premium. Bons exemplos são a lava e seca, cuja alta em receita foi de 20%, e o refrigerador com duas portas ou freezer na parte inferior, que registrou salto de 53%. O diretor da GfK acrescentou que os tradicionais fogões vêm perdendo espaço para o cooktop, consolidando a intenção do consumidor de possuir uma cozinha mais gourmetizada, na linha dos programas de televisão voltados à culinária, que trouxeram esse conceito.
“Para confirmar essa tendência da gourmetização, na categoria dos eletroportáteis, a batedeira planetária e máquinas de café cresceram muito acima da média. Isso também ocorreu na linha branca, onde as máquinas de lavar mais sofisticadas também cresceram acima da média”, assegura Rui.
Alta em todas as cestas
As categorias de eletrônicos tem participação muito representativa na cesta de produtos, mas os televisores – sempre muito representativos, experimentaram queda em ano pós Copa (-1,4%). Por outro lado, cresceram acima da média as vendas de televisores com telas maiores e mais definição, em relação aos chamados “de entrada” (até 32”). No caso dos modelos 4K, a GfK apurou alta de 19% na receita gerada pelas vendas destes aparelhos.
Em informática, o destaque ficou com os notebooks ultrafinos, de 18 mm, também equipamentos premium, cujas vendas subiram 50%. “O setor de informática, como um todo, cresceu 2% de janeiro a junho de 2019, frente aos primeiros seis meses de 2018, confirmando a conclusão de que o consumidor brasileiro está, de fato, mais exigente e inclinado a adquirir produtos com mais qualidade, tecnologia e recursos”, finalizou o diretor da GfK.
Vendas digitais
No primeiro semestre de 2019, as vendas de bens duráveis por meio do e-commerce cresceram 21%, segundo o levantamento da empresa de pesquisas GfK. O comércio eletrônico já responde por 38% das vendas de itens de informática, 22% de eletrônicos, 21% de linha branca, 20% de telefonia e 19% de portáteis.