Tendências do 2º semestre: mais produtos e aceleração do consumo
Com as novas tecnologias, o mercado de distribuição amplia a oferta de soluções personalizadas e investe nas operações logísticas.
por Adriano Camargo
Nos últimos anos, os distribuidores vêm direcionando o foco para o setor varejista, reconhecendo o seu potencial de crescimento e oportunidades. “Há demanda aquecida para conectividade, cibersegurança e computação em nuvem, além do uso de IA e do universo IoT. As empresas entenderam o valor estratégico dessas áreas e investem cada vez mais”, diz Mariano Gordinho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação (Abradisti).
Dentre os principais fatores que impulsionaram as mudanças no mercado de distribuição está o rápido crescimento do comércio online, afirma Felipe Piva, diretor de operações da Allied Brasil. “A expansão do comércio eletrônico tem levado as empresas a investirem mais nos canais de venda online e em melhorias na logística e na cadeia de suprimentos.”
Mudanças nos padrões de consumo e demandas por maior eficiência e sustentabilidade ganham importância. “Os distribuidores estão se adaptando, adotando novas tecnologias e aprimorando suas operações logísticas, buscando oferecer soluções mais flexíveis para atender às necessidades dos clientes. Aqueles que conseguirem se adaptar com sucesso a esse novo cenário terão uma vantagem competitiva significativa”, diz Felipe Almeida, diretor comercial da HPrime.
Evolução
O fato é que o mercado de distribuição passou por uma grande evolução durante a pandemia e, também, por maior profissionalização, comenta Paulo Fernandes, diretor comercial da Agis. “Os distribuidores mais bem preparados e estruturados cresceram ainda mais e aumentaram sua relevância no mercado.”
A especialização é um bom caminho, na opinião de Antonio Nuno Verças, CEO da Aldo Solar. “Acreditamos que só a especialização é capaz de sustentar o desenvolvimento do mercado, aliando conhecimento técnico e de negócios, além de todos os recursos necessários para apoiar os fabricantes, integradores do setor e clientes finais.”
O setor, neste ano, deve ter crescimento moderado, próximo dos dois dígitos, por conta das incertezas nos cenários nacional e internacional, diz o presidente da Abradisti. “A médio prazo, à medida que os mercados consigam entender e precificar as incertezas, o segmento de TIC deve ganhar vitalidade, retomando, então, o crescimento de dois dígitos.”
Desafios
As altas taxas de juros, a inadimplência e a falta de disponibilidade de alguns produtos são desafios do segmento. “Um dos maiores problemas do setor de eletrônicos é a alta competitividade e os curtos ciclos de vida de um produto. É um desafio gerenciar estoques, evitar a obsolescência de produtos e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado”, explica Hicham A. Hamze, diretor da Summerland.
A elevada carga tributária, a disponibilidade de crédito e a complexidade fiscal no Brasil são outras dificuldades enfrentadas, mas isso não desanima os distribuidores. “Mesmo na contramão da economia nacional, que vem sofrendo com a falta de oferta de crédito, estamos otimistas. Inclusive, aumentamos a concessão de linhas de crédito para pequenos e médios empresários”, diz Dvair Borges, diretor comercial do grupo Fujioka.
Na venda ao consumidor final, ocorre um estreitamento, como um funil, devido ao aumento da inadimplência. “Hoje, estamos focando o mercado crescente de e-commerce. As margens caíram muito no último ano, tudo vira commoditie muito rápido no Brasil, mas tentamos equilibrar sempre essa conta com itens de maior rentabilidade e menor giro”, afirma Antônio Carvalho Júnior, diretor comercial da Bright.
A tendência é de melhora na disponibilidade de produtos para o 2º semestre de 2023 e de aceleração do consumo em função de condições econômicas melhores.
Fonte: Revista Eletrolar News – Edição #155