Novo capítulo no varejo: cresce a frequência do consumidor nas lojas físicas.
Os dados indicam que os consumidores estão sentindo a necessidade da experimentação dos produtos, tanto que, em setembro deste ano, as visitas às lojas físicas cresceram 5% na comparação com o mesmo mês de 2022. Nos shopping centers, a alta foi de 13%, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
por Dilnara Titara
As lojas não são mais apenas espaços de transação, mas palco para interações sensoriais, onde a experimentação e o contato direto com produtos ganham destaque ao proporcionarem uma conexão mais profunda entre marcas e consumidores. “No caso de eletrônicos, a jornada de compra figital é um elemento decisivo para o aumento da frequência, uma vez que o consumidor em 2/3 terços dessa jornada pesquisa no online, mas concretiza a compra na loja física”, diz Fernando Baialuna, diretor da gfkconsult e varejo da GfK.
Ao oferecer uma experiência omnichannel bem-sucedida no atual cenário do consumo, as empresas têm maior probabilidade de conquistar e reter clientes, uma vez que eles se sentem mais conectados e compreendidos pela marca, além de ganharem vantagem competitiva no mercado. As estratégias da omnicanalidade não apenas aumentam a receita do varejo online, mas também direcionam um tráfego significativo para as lojas. Dessa maneira as empresas conseguem analisar mais profundamente os diferentes canais.
“Vale ressaltar que, tanto para eletrônicos como para bens de consumo, as classes C e D voltam a comprar com mais estímulos promocionais e maior frequência de visitas às lojas, ainda que essa retomada das compras ocorra de maneira conservadora. Mas fica claro o viés mais físico do que digital”, explica Fernando.
Novo paradigma de compras
De acordo com dados da pesquisa Índices de Performance do Varejo (IPV), realizada em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fluxo de visitantes em estabelecimentos de rua teve crescimento de 5% em setembro de 2023 na comparação com o mesmo mês do ano passado, e os shopping centers, apresentaram alta de 13% na quantidade de visitas, no mesmo período. Em relação ao mês anterior, as lojas de rua tiveram alta de 2% e as localizadas nos centros de compras de 3%.
“É nas lojas físicas que os clientes têm uma experiência única de compra”, aponta Alex Marques, diretor regional de Casas Bahia. “Elas são nossas centrais de relacionamento. Investimos muito para trazer a melhor experiência para cada cliente, e cada colaborador é um consultor de vendas e especialista nas nossas categorias. Um cliente bem atendido volta a comprar e indica outros. Essa é a base do nosso melhor marketing, e por isso estamos avançando sempre nesse canal.”
O fascínio das lojas físicas está na experiência e no relacionamento. Fernando diz que, por mais que a experiência digital entregue mais informação e dê maior autonomia, é evidente que a oportunidade de conhecer o produto, ter a experiência sensorial, e a sensação de segurança oferecida pelo vendedor na loja são elementos inerentes à natureza do ser humano.
Futuro
A loja física está num processo importante de transformação no formato e no significado para as diferentes missões e jornadas de compra. Isso acarreta diferentes impactos para setores da indústria. O comércio vê turbulência menor com a recuperação do poder de compra, queda na inflação e redução de juros para 2024. “Esses novos indicadores são elementos para a construção de um cenário mais otimista, apontando para a tendência de vivermos um ano mais favorável para o consumo em 2024”, destaca Fernando.
O retorno aos estabelecimentos físicos junto com o dinâmico cenário figital tem impactado não somente os consumidores ávidos por novas jornadas de compra como também as estratégias das indústrias e varejos em todo o País. É hora de repensar as abordagens ao consumidor, reinventar experiências mais imersivas e, principalmente, personalizadas.
Fonte: Eletrolar News ed. 158