FERREIRA COSTA: COMPROMISSO COM OS CLIENTES E COM O MEIO AMBIENTE
Rede de home centers atua com mais de 80 mil itens, distribuídos em 38 categorias, para casa, construção, reforma e decoração. O setor de eletros é um dos mais importantes do negócio.
por Leda Cavalcanti
O maior home center da Região Nordeste do Brasil tem sua origem na chegada do português João Ferreira da Costa à cidade de Garanhuns, interior de Pernambuco, em 1876, fazendo importação de produtos. Em 1884, na mesma cidade, abriu um pequeno armazém de secos e molhados, onde vendia de frutas e verduras a enxadas e pás. Foi o embrião da primeira Ferreira Costa. “Nossa história se baseia em valores, família e paixão pelo negócio. De geração em geração, transmitimos nossos valores. Hoje, estamos na quinta geração da família”, diz o diretor-presidente, Guilherme Ferreira Costa.
Em 1995, foi aberto o primeiro home center no bairro Imbiribeira, em Recife (PE), com 11 mil m² de área de venda e 80 mil itens para casa, construção e decoração. Atualmente, são nove lojas em cinco estados – Pernambuco, Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. O mais recente investimento, de R$ 100 milhões, foi na segunda loja em Salvador (BA), inaugurada em 20 de março último. Sustentável, recebeu o selo Edge (Excellence in Design for Greater Efficiencies), criado pelo International Finance Corporation (IFC), órgão do Banco Mundial. Em maio, será instalada a usina fotovoltaica para geração da própria energia.
“Acreditamos no Brasil, por isso estamos sempre investindo. Comparado a outros países, o Brasil tem particularidades logísticas e tributárias que tornam a gestão muito mais complexa e menos produtiva. Nós investimos com muita cautela e com responsabilidade, entendendo que ainda existe potencial para o País crescer.”
Em agosto de 2024, a empresa comemora seus 140 anos e visa à consolidação de novas lojas, uma na região metropolitana de Salvador, uma em Fortaleza e outras nas demais regiões do Brasil. Também está em construção um novo centro de distribuição no município Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, com 50 mil m² de área útil. A diversificação das atividades não está nos planos. “O foco do nosso negócio é a Ferreira Costa”, diz o diretor-presidente, nesta entrevista exclusiva para a revista Eletrolar News.
A Ferreira Costa é o maior home center do Nordeste. Quais itens oferece?
Guilherme Ferreira Costa – Atuamos fortemente no mercado de casa e construção. Somos, também, o quarto maior home center do Brasil, segundo dados de abril de 2023 da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), com um mix completo em diversas categorias, como pisos e revestimentos, tintas, elétrica e iluminação, louças e metais, ferramentas, móveis, utilidades domésticas e decoração, além de eletros. Com a chegada do e-commerce, fortalecemos nosso negócio, sendo também o quarto maior e-commerce do Brasil em visitas na categoria de casa e decoração, segundo o ranking da Conversion (fevereiro de 2024). E estamos entre os 10 e-commerces do Brasil que não possuem marketplace, de acordo com a similarweb.
“As empresas que buscarem facilitar a vida do cliente, oferecendo uma boa experiência de compra, tendem a se diferenciar. O atendimento especializado, nesse contexto, faz diferença, pois o cliente sabe que vai encontrar a informação e o produto certos, sem desperdiçar seu tempo.”
Quais produtos a empresa comercializa?
GFC – Atualmente, são mais de 80 mil itens, distribuídos em 38 categorias, para casa, construção, reforma e decoração. O setor de eletros, hoje, é um dos mais importantes do negócio. Comercializamos esses produtos desde a década de 1970. Atuamos com um grande portfólio de eletrodomésticos, eletrônicos, eletroportáteis, ar e ventilação, e informática. Temos um mix amplo e de qualidade, que contempla desde itens de entrada até os premium, uma vez que nosso cliente busca inovação e uma solução completa para renovar sua casa ou negócio.
Desde quando a empresa está no e-commerce?
GFC – Desde 2019. Temos site e aplicativo, com vendas para todo o Brasil. Ter um e-commerce foi primordial para continuarmos atendendo durante a pandemia, quando muitos ficaram em suas casas e precisaram dos nossos produtos. Depois da pandemia, o comportamento das pessoas mudou, e a jornada de compra não existe mais sem o varejo online. A combinação do físico com o digital é fundamental, uma vez que ninguém compra hoje um produto sem pesquisar antes na internet. Por isso, entendemos que o varejo online complementa o físico para uma melhor experiência de compra. Nossa marca pode atender o cliente quando e onde ele desejar. Temos serviço de entrega, entrega expressa, clique e retire, possibilitando ao cliente comprar online e retirar em uma de nossas lojas.
Em logística, como a empresa trabalha?
GFC – Atendemos o Brasil inteiro, a depender do produto que estamos ofertando. Temos uma frota própria, mas também contamos com frota terceirizada.
Em sua avaliação, quais os principais diferenciais da empresa?
GFC – Nosso foco é o cliente. Nas regiões em que estamos presentes, somos muito bem avaliados pelos nossos clientes, pela qualidade do serviço que prestamos. Estamos sempre em busca de oferecer um bom atendimento, com o produto certo e os serviços para facilitar a vida do cliente e para que ele saia encantado. Além disso, acreditamos que, para continuar crescendo, precisamos estar atentos às mudanças de comportamento das pessoas, trazendo inovação em produtos e serviços, além da relação de parceria com nossos fornecedores, chave para impulsionar o nosso crescimento.
Quais foram as principais mudanças pelas quais passou a Ferreira Costa?
GFC – Vamos completar 140 anos. Sempre tivemos um olhar de inovação. Ao longo dos anos, estivemos atentos às mudanças do mercado. Esse olhar puxou a empresa para a transformação em todos os setores. A modernização da visão do negócio, junto a políticas internas de gestão corporativa, foram mudanças cruciais. A expansão física com novas lojas e em novas regiões, e grandes inovações como o digital – e-commerce e as soluções digitais que facilitam a jornada do cliente – não podem deixar de ser citadas, pois impactam definitivamente o negócio para o futuro.
As lojas da rede seguem o mesmo padrão? Qual a metragem delas?
GFC – Todas as nossas lojas seguem um mesmo padrão e têm de 9 mil m² a 16 mil m² de área de vendas, com amplo estacionamento gratuito. Nossas unidades contam, também, com shopping mall climatizado, que possui praça de alimentação, cafeteria, lojas em diversos segmentos, farmácia e centro automotivo. Isso é uma comodidade, porque possibilita que o cliente deixe o carro para conserto, troca de pneus ou revisão enquanto faz as compras.
Em quais cidades estão as lojas e os centros de distribuição?
GFC – Em Pernambuco, onde fica nosso escritório central, estamos presentes no Recife, nos bairros Tamarineira e Imbiribeira, em Caruaru e em Garanhuns. No Rio Grande do Norte, em Natal. Na Paraíba, em João Pessoa; em Sergipe, em Aracaju; e na Bahia, em Paralela e Barris. São nove lojas, todas de rua, em grandes vias de circulação. São lojas de destino, com alto fluxo de pessoas. Contamos com quatro centros de distribuição nas regiões onde atuamos, próximos às nossas lojas. Temos, no total, 6 mil colaboradores.
Como o senhor analisa a atuação da empresa? Em nível nacional ou regional?
GFC – Temos atuação regional com nossas nove lojas em cinco estados do Nordeste, mas temos planos de expansão para fora da região. Hoje, já temos uma atuação nacional com nosso e-commerce, que entrega em todo o Brasil.
Qual é o maior desafio do varejo regional?
GFC – Regionalmente, o maior desafio está em se manter competitivo, com capacidade para inovar, para oferecer o nível de serviço que o mercado exige, adaptando-se com agilidade ao que se está fazendo dentro e fora do Brasil.
O que o senhor acha do varejo brasileiro?
GFC – O varejo brasileiro tem passado por mudanças com o avanço do digital e dos marketplaces. O avanço dos marketplaces internacionais no Brasil tem impactado a forma de as empresas atuarem. É necessário buscar um equilíbrio saudável dessa competitividade do exterior com o nacional.
A inadimplência, hoje, é um problema grande para o varejo?
GFC – Como não temos uma atuação forte com crediário, a inadimplência acaba não sendo um problema direto para nosso negócio. Indiretamente, ela afeta, pois à medida que o endividamento cresce, existe menos crédito no mercado, prejudicando a demanda.
Como a empresa vê a trajetória do varejo daqui para a frente?
GFC – Acreditamos no Brasil, por isso estamos sempre investindo. Comparado a outros países, o Brasil tem particularidades logísticas e tributárias que tornam a gestão muito mais complexa e menos produtiva. Nós investimos com muita cautela e, também, com responsabilidade, entendendo que ainda existe potencial para o País crescer. Um exemplo disso foi a loja que abrimos no último dia 20 de março em Salvador (BA), com 56 mil m2 de área construída e 13 mil m2 de área de vendas, com investimento de R$ 100 milhões, gerando 1.000 empregos diretos para a região.
Em quais áreas a empresa investiu mais nos últimos anos?
GFC – Nossos investimentos têm se concentrado em expansão, com projetos de novas lojas na Bahia, no Ceará e em outras regiões. Está em andamento, também, um novo centro de distribuição na Região Metropolitana de Recife, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, que terá 50 mil m² de área útil. Além disso, o digital tem sido muito importante para garantir uma melhoria de experiência do cliente, foco dos nossos esforços.
Há planos para ampliar o número de lojas?
GFC – Estamos crescendo e expandindo nosso negócio. Já temos planos de mais uma loja na Região Metropolitana de Salvador (BA), em Fortaleza (CE) e em outras regiões do Brasil.
Como o senhor avalia o perfil do consumidor atual?
GFC – O cliente está cada vez mais conectado e atualizado. A jornada de compra não é mais única, são várias formas de comprar, a depender do comportamento e da necessidade de cada pessoa. Além disso, o tempo das pessoas está cada vez mais escasso e, por isso, mais valioso. As empresas que buscarem facilitar a vida do cliente, oferecendo uma boa experiência de compra, tendem a se diferenciar. O atendimento especializado, nesse contexto, faz diferença, pois o cliente sabe que vai encontrar a informação e o produto certos, sem desperdiçar seu tempo.
A indústria considera a Ferreira Costa uma das melhores para negociar. A que se deve isso?
GFC – Ao fato de fazer a coisa certa sempre e valorizar as relações. Somos muito parceiros dos nossos fornecedores. A relação com eles é baseada em ética, transparência e honestidade. Estamos sempre atentos e ouvindo os fornecedores, buscando alinhar nossas estratégias com as deles, visando ao desenvolvimento mútuo dos negócios.
Como a empresa atua na área de marketing? Quais instrumentos utiliza?
GFC – Atuamos de forma consistente em todos os canais. De forma 360º, ou seja, trabalhando tanto o offline quanto o online. Entendemos que precisamos estar onde as pessoas estão e, por isso, buscamos fazer com que nossa marca esteja sempre na mente delas. Nossa atuação na comunicação digital tem sido importante para manter os clientes engajados. Nosso perfil no Instagram, por exemplo, tem mais de 1 milhão de seguidores.
Quais os próximos passos da empresa em 2024?
GFC – Estamos mirando na consolidação de novas lojas e trabalhando em projetos de expansão e inovação de todos os serviços e produtos que ofertamos, para que possamos manter o negócio vivo para servir às pessoas, cumprindo nosso propósito, que é transformar o mundo de cada um no melhor lugar para se viver.
Como a empresa atua no conceito de sustentabilidade?
GFC – Temos compromisso com o meio ambiente. Nossas lojas são sustentáveis e temos várias iniciativas que reduzem o impacto ambiental. Possuímos usina fotovoltaica para geração de energia solar, 100% iluminação em LED, sistemas de reutilização de água da chuva e sistema inteligente de irrigação, iluminação natural que reduz o consumo de energia elétrica, tratamento das águas de fonte alternativa e logística reversa dos resíduos gerados pela loja e pelos clientes.
Um exemplo que atesta nossa atuação no campo da sustentabilidade é a nova loja em Salvador (BA), que é muito moderna e sustentável. Ela recebeu selo Edge (Excellence in Design For Greater Efficiencies), criado pelo IFC (International Finance Corporation), um órgão do Banco Mundial. Essa loja tem sistema de ar-condicionado com tecnologia de ponta, fachada com isolamento térmico e iluminação de LED de última geração. Tem, também, oito carregadores de carros elétricos, com previsão de chegar a 18, todos de 22 kW. A usina fotovoltaica já foi adquirida e vai ser instalada nos próximos 30 dias para geração da própria energia. Isso vai trazer autossuficiência energética para a loja e para outras unidades.
Fonte: Revista Eletrolar News – Edição #160