Executivos de varejo projetam crescimento de até 44% de vendas em abril
O setor varejista deve sentir um retorno nas vendas entre fevereiro, março e abril, de acordo com uma projeção elaborada pelo Instituto Brasilero de Executivos de Varejo (Ibevar) e antecipada a Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Se considerar os mesmos períodos do ano passado, o varejo ampliado (que engloba, além do varejo restrito, Veículos, Motos e Peças e Material de Construção) deve registrar crescimento de 4,73% em fevereiro, 19,88% em março e de 44,07% em abril.
A projeção utilizou como base a Pesquisa Mensal de Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de maio de 2011, e considerou vendas por segmentos, massa de renda, volume de crédito para pessoa física, inadimplência e desconto da inflação. “Não contempla anda os eventuais impactos da aprovação de uma continuidade de medidas de apoio, como o auxílio emergencial”, explica o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo.
Segundo a pesquisa, nichos mais impactados entre fevereiro e abril de 2020 devem apresentar números maiores de crescimento, mas não necessariamente uma recuperação. Vale lembrar que as medidas de restrição impostas pela pandemia passaram a valer a partir da segunda quinzena de março.
A maior variação, por exemplo, deve ocorrer no segmento de Tecidos, Vestuário e Calçados em abril de 2021, com 447,64%, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, se analisado o crescimento em relação ao mês imediatamente anterior, março de 2021, o avanço deve ser de 0,48%. No acumulado de 12 meses, a queda é de 3,49%.
Hipermercados e Supermercados, que mantiveram o funcionamento normal durante os meses mais agudos da pandemia, devem experimentar uma queda de 7,52% de vendas em março de 2021, frente ao mesmo período do ano passado, segundo o Ibevar. Mesmo negativo, o resultado deve representar um crescimento de 0,86% referente ao mês imediatamente anterior.
De acordo com a projeção, o varejo ampliado, como um todo, deve apresentar quedas mês a mês, sendo de 0,15% em fevereiro, 1,78% em março e 1,28% em abril. Segmentos como Livros, Jornais, Revistas, Veículos e Motos, Papelaria, Equipamentos e Materiais para Escritório e Móveis e Eletrodomésticos puxam os índices para baixo.
O presidente do Ibevar explica que o resultado do varejo em 2020 foi amortizado pelo auxílio emergencial. De acordo com ele, os efeitos do benefício ainda não foram analisados.
Os resultados contemplam o varejo em geral, físico e eletrônico. O especialista acredita que as vendas virtuais devem perder força ao longo de 2021, mas se manter em um patamar acima do que era antes da pandemia. “As pessoas já se habituaram, e ainda devemos ter fatores que impulsionem, como restrições de funcionamento”, explica.
Confira 5 insights da projeção do Ibevar:
1. Livros, Jornais e Revistas podem registrar queda de 32,61% em fevereiro, mas uma alta de 83,27% em abril.
2. Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação devem cair em torno de 3,61% em abril, na projeção mês a mês, mas crescer cerca de 65,60%, em relação ao mesmo período do ano passado.
3. O segmento de Materiais de Construção deve se manter estável em fevereiro, março e abril, no mês a mês, mas registrar uma alta de 49,12% em abril em relação ao mesmo período em 2020.
4. Móveis e Eletrodomésticos é o que tem a maior variação acumulada de 12 meses: 25,85% em abril.
5. Já Tecidos, Vestuário e Calçados é o segmento com a maior queda na variação acumulada de 12 meses, com 23,41%.
Fonte: PEGN