Entrevistas
Base sólida é essencial ao Brasil
CERTEL
“Todos os negócios da empresa possuem previsões bastante otimistas para o próximo ano.”
A expectativa sobre 2019 era das mais positivas, e esse fato se confirmou com uma excelente estação de verão, mas isso não se manteve, conta Erineo José Hennemann, presidente da Certel. “No segundo e terceiro trimestres, as projeções oscilaram consideravelmente, entre quedas e ganhos. Nosso faturamento foi 8% maior com o mesmo número de lojas.”
No campo econômico, houve muitos ajustes, embora tenham demorado para ser colocados em prática. A expectativa para 2020 é das mais positivas, com a esperança da manutenção das reformas propostas e o aumento dos investimentos, tanto privados como públicos.
Este ano, a Certel fará melhorias em pontos comerciais e investimentos em tecnologia. Elaborou um calendário comercial com ações mais próximas de clientes e associados, e outras poderão ser antecipadas conforme o desenrolar de 2020, diz o presidente. “Queremos investir cada vez mais em melhores soluções na área tecnológica, seja nas linhas branca e marrom ou telefonia, e na infraestrutura. O andamento das definições sobre a regulação do uso da geração distribuída também vai definir tendências para 2020, sobretudo na questão da comercialização de equipamentos para geração fotovoltaica.”
Todos os negócios da empresa possuem previsões bastante otimistas para o próximo ano, diz Erineo José. “O dólar, mantendo-se como está, não tem causado maiores complicações. Vem favorecendo o investimento externo no país e forçando nossos negócios a evoluírem.”
CR DIEMENTZ
“Hoje, investimos forte na reestruturação para ficarmos mais perto dos clientes no offline e no online.”
O ano 2019 foi muito desafiador, diz Homero de Toledo, superintendente da CR Diementz. “O cenário econômico instável, a alta taxa de desemprego e o aumento da inadimplência causaram queda nas receitas, e foi preciso fazer ajustes internos para manter a competitividade. Avaliamos nossas forças e fraquezas e, a partir daí, iniciamos uma série de ações com o objetivo de otimizar os recursos, melhorar a eficiência e planejar de forma diferente a nossa proposta comercial. O faturamento foi menor que o de 2018.”
Atuante em um mercado com muitos competidores que já integraram o offline com o online, a companhia quer se diferenciar. “Somos uma empresa regional, com raízes muito fortes nas comunidades onde estamos inseridos, e vamos trabalhar esse fator, entregando excelentes ofertas e condições e buscando valorizar e fortalecer a nossa história e o vínculo com os clientes”, conta Homero.
Em 2019, importantes ações para integração dos canais foram feitas, diz o superintendente. “Hoje, investimos forte na reestruturação para ficarmos mais perto dos clientes no offline e no online. Em 2020, lançaremos um e-commerce com mais de 5.000 itens, em parceria com diversos fornecedores, no modelo de marketplace. Também integraremos o catálogo digital com as lojas físicas.”
Na linha de produtos, a empresa aposta na telefonia, que deve manter o crescimento nos próximos anos. No entanto, a linha de móveis, que oferece grande diversificação, ainda ocupa uma fatia importante do faturamento. As projeções da CR Diementz são de crescimento este ano, em relação a 2019.
GRUPO GAZIN
“Nossa meta de crescimento é acima de dois dígitos em 2020.”
Várias marcas se consolidaram no varejo em 2019, conta Osmar Aparecido Dianim Della Valentina, presidente do Grupo Gazin. “O aumento da competitividade levou as empresas à eficiência operacional e a trabalhar com margens menores. Além disso, a renda per capita diminuiu, o que forçou a varejo a fazer investimentos para conceder prazos mais longos ao consumidor.”
Especificamente para a empresa, o saldo foi muito bom, afirma o presidente. “Fechamos 2019 com crescimento nas vendas e faturamento maior que o do ano anterior. A queda dos juros deu sua contribuição, qualquer redução de despesa financeira é bem-vinda. Nunca o Brasil teve uma taxa de juros perto de zero.”
Presente em todos os canais, a Gazin tem como estratégia investir pelo menos 1% do faturamento na abertura e reforma de lojas, em centros de distribuição, na frota e em tecnologia. Dentro de seus planos para 2020 também quer avançar na integração das áreas e acertar os processos internos visando à multicanalidade.
As vendas da Black Friday e do Natal apontaram para a evolução dos itens de maior valor agregado no varejo, o que implica investimentos no estoque e nos espaços das lojas, diz Osmar. “Temos um orçamento da holding arrojado para 2020 e uma expectativa positiva em relação ao País. Assim, nossa meta de crescimento é superar os dois dígitos.”
GRUPO MUFFATO
“Há um novo mundo vindo aí, e o sucesso atual não é passaporte para o futuro.”
O ano ainda foi difícil para o Brasil, houve alguns avanços importantes, mas há um longo caminho a percorrer no combate à corrupção e no equilíbrio financeiro e fiscal, diz o diretor Everton Muffato. “Independentemente do cenário político e econômico, o Grupo Muffato sempre manteve seus planos de investimentos e, em 2019, não foi diferente. Cumprimos tudo o que estava programado no plano de expansão: abertura de novas lojas, modernização de outras e inovações tecnológicas. Geramos quase 1.000 empregos diretos e outros tantos indiretos.”
O varejo também sofreu reveses, mas o saldo foi positivo, conta Everton. “Altos e baixos fazem parte do nosso negócio, e nós aprendemos, nesses 45 anos de operação, a lidar de forma satisfatória com os desafios impostos pelas crises sucessivas que o País já enfrentou.”
Com postura otimista, o grupo vê com bons olhos os rumos da economia e acredita que 2020 será um ano mais promissor e rentável, desde que as reformas administrativa e tributária saiam do papel. O grupo continuará a investir em novas unidades, na modernização e ampliação de lojas e em tecnologias que facilitem e agreguem valor aos clientes.
A multicanalidade é um caminho sem volta para o varejo. Por isso, a empresa já integrou seus canais online e offline. “Temos que nos adaptar ao perfil do novo consumidor, cada vez mais exigente e antenado com as novas tecnologias, e ofertar canais e serviços que atendam às suas demandas. Para a geração Z, por exemplo, tecnologia é item básico, seus integrantes não compram marcas e sim propósitos e valores. Há um novo mundo vindo aí, e o sucesso atual não é passaporte para o futuro. Precisamos usar tanto a inteligência artificial quanto a emocional para entender o novo consumidor”, destaca Everton.
GRUPO ZEMA
“Este ano, vamos implantar nossa conta digital.”
O ano foi desafiador e exigiu ajustes, diz o CEO do grupo, Romero Zema. “O varejo tinha a expectativa de retomada mais consistente da economia, mas a melhora só veio no final do ano. O saldo foi positivo, pois fizemos o dever de casa, olhamos para dentro da operação, enxugamos despesas e reestruturamos grande parte da empresa. Os maiores ganhos foram em eficiência da operação, e no e-commerce, lançado no segundo semestre, com muito bom desempenho em novembro e dezembro de 2019. O faturamento empatou com o de 2018, o que consideramos um bom resultado.”
O cenário econômico é favorável ao crescimento, mas o desemprego preocupa. “Esse é um fator primordial para o varejo, que perde a força de consumo dos desempregados, enquanto quem está empregado tem medo de consumir, o que gera uma equação totalmente desfavorável. A queda dos juros terá efeito importante a médio prazo.”
Este ano, o grupo vai avaliar a abertura de lojas nas regiões onde atua, focando cidades de 20 a 50 mil habitantes, expandir seu braço financeiro e potencializar o e-commerce, integrando-o com marketplaces e lojas físicas para maior eficiência operacional. “Não acreditamos que o mundo online substituirá o físico em 10 anos, mas é essencial ter os canais integrados para a sobrevivência do negócio. As novas gerações não se fixam só em preço, querem atendimento personalizado e comodidade no relacionamento com as empresas. Também vamos implantar nossa conta digital por meio da Zema Financeira.”
Nas vendas, a aposta é nos smartphones, TVs, linha branca e móveis, pois a empresa entende que há uma demanda reprimida por esses produtos e muitos vêm retardando a troca. O Grupo Zema tem a meta de crescimento de 8% na receita sobre 2019 e de forte expansão na Zema Financeira, acima de 20%.
KOERICH
“Este ano, a Koerich quer chegar a mercados catarinenses que ainda não contam com a marca.”
O ano de 2019 foi bom, afirma o presidente da empresa, Antonio Koerich. “Crescemos mais um pouco, continuamos nossa política de “gente boa, gente nossa”, com a fidelização dos clientes. No Estado de Santa Catarina, temos nosso mercado e estamos com planos arrojados para o biênio. O faturamento cresceu 10%. A queda da taxa Selic foi a grande aliada em 2019, trouxe expectativas positivas, confiabilidade e interesse em compras. Eletrodomésticos, especialmente da linha branca, foram as vedetes do segundo semestre.”
Este ano, a empresa tem um plano de expansão que inclui a chegada a mercados catarinenses que não contam com a marca Koerich, diz o presidente. “Temos credibilidade, somos uma empresa sólida e capitalizada. Isso nos permite investir em regiões em franco desenvolvimento e com potencial econômico. Estamos dando um passo na interiorização de nossa marca, saindo apenas da zona litorânea.”
O processo de compra nunca foi tão complexo e desafiador como nos dias atuais, acredita a Koerich. Em tempos de novas tecnologias e de olho nesse movimento, o presidente delegou à terceira geração as responsabilidades virtuais. A empresa também vem aprofundando as formas de conversar com o cliente.
A gestão da cadeia de suprimentos é crucial para a sustentabilidade do negócio, e a gestão da logística é essencial para a sobrevivência, diz Antonio. “Nesse sentido, implantamos o sistema que permite ao consumidor comprar em qualquer um dos nossos canais de venda e retirar seu produto na loja em até 60 minutos. Também criamos o KLAB, laboratório de inovação e tecnologia, que vem gerindo nossos projetos de interface entre todos os departamentos da empresa para aprimorar os processos. O futuro do varejo tem como alicerce a experiência de compra.”
LIBERATTI
“Para 2020, a visão é, definitivamente, otimista.”
De forma geral, 2019 ficou abaixo das expectativas, pois a crença de que as medidas econômicas iriam surtir efeito imediato não se tornou realidade, diz Pedro Henrique Rodrigues Regazzo, diretor-presidente da Liberatti. “Apesar dos pesares, para nossa empresa o saldo foi positivo, com melhora na performance por metro quadrado, em vendas mercantis e de serviços, e de rentabilidade real.”
A queda dos juros não teve reflexos imediatos no varejo. Isso ocorre no médio prazo, assim sua atuação foi diferente das medidas governamentais que aumentam a confiança da população, o que incentiva o consumo. O tíquete médio, porém, subiu muito devido à demanda do consumidor por produtos de maior valor agregado, especialmente nas linhas de eletrodomésticos e celulares.
Dentro de seu planejamento estratégico, a Liberatti trabalha com as visões pessimista, realista e otimista. “Nos últimos cinco anos, oscilamos entre as duas últimas. Para 2020, a visão é, definitivamente, otimista”, afirma o diretor-presidente.
Com ventos mais favoráveis, Pedro Henrique conta que os resultados das ações iniciadas em 2019 serão colhidos agora. “Vamos expandir a operação com a abertura de pontos de venda e explorar a multicanalidade de maneira mais intensiva e tecnológica. Os principais investimentos serão em tecnologia, para aprimorar processos internos que geram maior eficiência operacional.”
LOJAS CEM
“Prevemos inaugurar 12 filiais e reformar outras 30, com investimento total superior a R$ 100 milhões. Tudo com recursos próprios.”
A empresa considera 2019 um ano positivo, diz o supervisor-geral José Domingos Alves. “Fechamos com crescimento nas vendas em relação ao ano passado. Além disso, Lojas Cem se consolidou de vez como o terceiro maior faturamento no ramo de móveis e eletrodomésticos no País, mesmo operando somente em quatro estados. Fechamos o ano com faturamento próximo de R$ 6 bilhões, maior que o do ano passado.”
Para o supervisor da rede, as medidas econômicas e as reformas feitas pelo governo geraram confiança e movimentaram a economia, mas não tiveram a profundidade necessária. Houve ganho, também, com a queda dos juros, embora a empresa já praticasse uma taxa abaixo da média do mercado. Com o patamar atual da Selic, não deverão ocorrer reduções significativas.
A rede está otimista com 2020 e acredita que poderá haver, realmente, a retomada da economia, diz José Domingos. “Estamos, inclusive, construindo um novo centro de distribuição ao custo aproximado de R$ 150 milhões, que deverá ficar pronto no quarto trimestre deste ano. Prevemos, também, inaugurar 12 filiais e reformar outras 30, com investimento total superior a R$ 100 milhões. Tudo com recursos próprios.”
Em produtos, a tendência é o crescimento da linha premium. No caso das tecnologias, as novas sempre são bem-vindas e utilizadas quando há ganho real na prática, afirma o supervisor-geral. “Vemos a multicanalidade com certo cuidado. Quando avaliamos empresas que estão mais avançadas, observamos muito barulho e pouco resultado, principalmente na lucratividade.” Em 2020, Lojas Cem projeta crescer dois dígitos em vendas e continuar a investir pesado em treinamento e aperfeiçoamento.
LOJAS COLOMBO
“Investimos, especialmente, em tecnologia e transformação digital.”
A varejista faz um balanço positivo, apesar de ter sido um ano desafiador, com mercado recessivo. “Os nossos maiores avanços foram os investimentos importantes e necessários, especialmente na questão de tecnologia e de transformação digital. Demos passos significativos ao longo do ano. Investimos na qualificação de pessoas e em processos”, diz o diretor comercial, Eduardo Colombo.
Cada vez mais presente no varejo, a multicanalidade está sendo trabalhada pela Colombo. Mudanças estruturais vêm ocorrendo para melhorar e aproximar cada vez mais do consumidor esse tipo de atendimento, conta o diretor comercial. “Também faremos investimentos para o cliente retirar suas compras cada vez mais rapidamente.”
Em 2020, os negócios do grupo deverão crescer em relação ao ano passado, devido à entrada em novos negócios, como Colombo Casa Pet, segmento no qual espera chegar a 20 lojas no Sul do País, no final do ano. “As demais lojas do grupo terão atenção em termos de revitalização e de expansão”, comenta Eduardo.
A rede também investe no desenvolvimento e fortalecimento de seu marketplace e acredita que, no mercado de eletroeletrônicos, os produtos premium e com mais tecnologia estarão em alta este ano. O crédito será de mais fácil acesso com a baixa dos juros.
LOJAS GUAIBIM
“A expectativa é crescer 15% na comparação com o ano passado.”
O ano de 2019 foi marcado por grandes desafios, principalmente no quesito rentabilidade, relata Márcio Queiroz, diretor comercial de Lojas Guaibim. “O acirramento da competitividade comprometeu bastante as margens de rentabilidade e, mesmo assim, conseguimos melhorar a eficiência e a produtividade dos pontos existentes.”
Em faturamento, a varejista registrou crescimento de 10% em relação ao ano anterior. A queda dos juros, ocorrida em julho de 2019, não beneficiou diretamente a empresa porque ela conta com crediário e financiamento próprios para os seus consumidores.
O avanço da economia deverá ditar os rumos em 2020. “A expectativa é que seja um ano morno, com retorno gradual do consumo de acordo com a melhoria das taxas de desemprego’’, acredita Márcio.
Este ano, Lojas Guaibim vai direcionar os seus esforços para aperfeiçoar a experiência de compra do cliente. “Em meta de crescimento, a expectativa é chegarmos a 15% a mais na comparação com o ano passado”, conta o diretor comercial.
LOJAS LEBES
“Esperamos, este ano, crescimento aproximado de 15% em vendas e maiores resultados na lucratividade.”
Em 2019, as vendas da empresa cresceram em torno de 10%, e o período fechou com resultado 30% maior em relação ao anterior. “Foi um ano positivo, continuamos nosso processo de expansão com a inauguração de seis lojas, entre elas a Lebes Life Store Farrapos, a maior operação da rede. Outro importante marco foi o lançamento do APP Lebes, que materializou a grande transformação digital da empresa”, conta o presidente Otelmo Drebes.
No campo da economia, a varejista acredita que este ano será extremamente positivo, diz o presidente. “A agenda liberal, que não vê mais o empresário como um vilão mas, sim, como empregador e empreendedor, facilitará muito o crescimento e o desenvolvimento de Lojas Lebes, que destina grande parte de seu orçamento para a melhoria contínua de lojas e abertura de novas.”
A rede varejista, que está totalmente integrada com o conceito de omnicanalidade, irá inaugurar 10 unidades este ano, com orçamento previsto de R$ 16 milhões. Também está investindo mais de R$ 30 milhões na melhoria de processos, inclusive implantando o SAP em todas as áreas.
Em 2020, as expectativas de Lojas Lebes são otimistas. “Esperamos crescimento aproximado de 15% em vendas e maiores resultados na lucratividade. Acreditamos que os juros deverão ficar ao redor dos 4%, o que deve impactar positivamente o mercado”, afirma Otelmo.
LOJAS MM
“As lojas serão, também, pontos de serviços diversos ao consumidor.”
Os avanços obtidos em 2019 foram de equalização e revisão dos custos, automatização dos processos e revisão das ferramentas de crédito. “Foi um ano positivo, evoluímos muito na parte de gestão, melhoramos a venda pelo app e implantamos o modelo de vendas pelo catálogo virtual em lojas. Em TI, investimos em infraestrutura, melhorando a segurança, a qualidade e a velocidade, otimizando os custos de links e conexões de nossas filiais. Mantivemos o faturamento de 2018 com as mesmas lojas físicas e crescemos 20% em média nos demais canais”, diz o presidente e fundador da rede, Jeroslau Pauliki.
A varejista revela um otimismo moderado de crescimento este ano e vai trabalhar na consolidação das ações iniciadas em 2019, conta Jeroslau. “O projeto principal é a segmentação no cluster de lojas, produtos, precificação e marketing. Investiremos em reformas de layouts, profundidade de estoque, tecnologia de informação e em mídia.”
Lojas MM pretende, também, aprimorar seus canais online e offline, simplificar processos e proporcionar uma experiência diferenciada ao cliente. Além da compra e venda de produtos, as lojas oferecerão facilidades, como pagamento de contas. Serão pontos de serviços diversos ao consumidor.
Em tendências, a rede aposta nos itens premium devido à retomada da economia, à geração de renda e às taxas de juros. “O consumidor deverá buscar um produto de maior valor agregado”, diz Jeroslau. A rede também acredita que crescerá mais que no ano passado, principalmente no canal online. “Estamos atentos a todas as oportunidades”, acrescenta.
MERCADO LIVRE
“O ano de 2019 foi positivo e de muito crescimento para o Mercado Livre.”
O ano de 2019 foi positivo e de muito crescimento para o Mercado Livre, diz Julia Rueff, diretora de markeplace no Brasil. “Os dados do último trimestre de 2019 mostraram crescimento de quase 40% nas vendas do marketplace na América Latina. Nesse trimestre, a operação no Brasil representou 63,51% da receita líquida do Mercado Livre, alcançou US$ 428,3 milhões, alta de 76,6% em dólares. O GMV (Gross Merchandise Volume) da empresa, no Brasil, cresceu 23,4% (em reais) quando comparado ao quarto trimestre de 2018.”
A receita líquida no quarto trimestre cresceu para US$ 674,3 milhões, um aumento ano a ano de 57,5% em dólar e 84,4% em moeda constante. A operação no Brasil representou 63,5% da receita líquida total da companhia no trimestre, alcançou US$ 428,3 milhões, crescimento de 61,4% em dólar e 74,5% em real, na comparação com o mesmo período de 2018.
O e-commerce ainda representa cerca de 5% do varejo total no Brasil, isso significa que o setor está em fase de crescimento orgânico. “Este ano, planejamos investir R$ 4 bilhões na operação brasileira, principalmente nas unidades de negócios de logística e fintech e também em marketing”, conta Julia.
Criado em 2011, o app da empresa passou por diversas melhorias, relata Julia. “Recentemente, ganhou funcionalidades do app da fintech Mercado Pago, tornando o uso dos dois aplicativos mais integrado. Para 2020, enxergamos maior sinergia no ecossistema Mercado Livre, fornecendo uma experiência completa ao consumidor – desde o pagar um café com Código QR, pedir crédito para empreender, comprar e receber um item de maquiagem em até 24h ou adquirir seu novo automóvel. Esperamos seguir crescendo e investindo. Nosso foco é realizar um crescimento sustentável no longo prazo.”
MULTICOISAS
“Nossos principais investimentos serão na área de tecnologia, na cadeia como um todo”.
A empresa manteve os números em linha, em 2019, conta seu presidente, Lindolfo Martin. “Entendemos que o resultado foi positivo, pois consolidamos uma infraestrutura operacional nas áreas logística, comercial, marketing, TI e CSC, para fazer frente aos desafios que o mundo digital nos impõe.”
Para este ano, as expectativas da Multicoisas são bastante positivas. “Existe um cenário sócio-político que dá base às sonhadas e necessárias reformas estruturais do Brasil, algumas já surtem efeito. Nossos principais investimentos serão na área de tecnologia, na cadeia como um todo.”
A empresa, que tem a meta de crescer cerca de 10% em relação ao ano passado, acredita que produtos inteligentes, que entreguem soluções ágeis e assertivas aos clientes, que tornem a vida mais simples, de acordo com o propósito da marca, são a tendência atual.
Com 35 anos de atuação, a Multicoisas se prepara para uma nova era, em que o smartphone e a tecnologia 5G, quando resolvidos os impasses políticos, levarão todos os sistemas em nuvem a novos patamares. “Estamos acelerando o passo, porém construindo um modelo muito original, que se integra em propósito de valor junto aos nossos clientes e abre um novo capítulo em que o físico e o digital, caminham para ser um só. Trilharemos este caminho do nosso jeito, junto com a rede franqueada e os fornecedores”, afirma Lindolfo.
NOVO MUNDO
“Estamos confiantes na economia e nos nossos projetos.”
A empresa define como superpositivo o balanço de 2019, pois as vendas cresceram em todos os canais, principalmente no e-commerce, que já representa 27% delas. “O principal destaque foi a revitalização de 30% das lojas com o modelo Casa Nova, que têm um mix de produtos exclusivos, layout mais clean e são ambientadas para que os clientes se sintam em casa e desfrutem de uma experiência de compra diferenciada”, diz José Guimarães, CEO da Novo Mundo.
Em 2019, a empresa teve crescimento de 6,5% no faturamento bruto e integrou o canal físico com o digital. Otimizou o site e ampliou o marketplace com produtos de novos parceiros. Como o mapeamento mostrou que mais da metade dos acessos é por via mobile, o desafio foi oferecer uma versão tão completa e intuitiva quanto a do computador para a finalização da compra pelo celular. A opção dada aos clientes de comprar online e retirar na loja ganhou mais destaque no portal.
A queda dos juros contribuiu para aquecer o varejo. “Como temos uma venda expressiva pelo crediário próprio, a redução é ainda mais positiva. Acredito que os juros cairão ainda mais”, comenta José, que aposta, este ano, no crescimento dos produtos conectados. “A automação e a internet das coisas já são uma realidade inquestionável.”
Em um momento positivo de transformação do negócio, a Novo Mundo, volta a investir no patamar pré-crise, principalmente em tecnologia, revitalização das lojas e expansão orgânica de filiais. Este mês, abre uma loja conceito e, no mesmo formato, inaugura mais duas ainda em 2020. Também lança a sua conta digital. “Estamos confiantes na economia e nos nossos projetos. Isso nos deixa muito mais otimistas. Acreditamos em crescimento acima de dois dígitos”, conta o CEO.
POLISHOP
“Sempre considerei uma necessidade a experimentação na loja física. O consumidor gosta disso.”
Com 289 lojas físicas em todas as capitais do País e Distrito Federal, e disposta a chegar a 300 unidades até o final deste ano, a Polishop está focada em levar benefício ao consumidor por meio de seus produtos, diz seu fundador e presidente, João Appolinário. “Produto está ligado a preço, benefício tem valor e inovação é levar benefício ao consumidor. Enquanto o varejo briga por preço, nós demonstramos os benefícios dos nossos produtos, que carregam três pilares fundamentais: ganho de tempo, beleza e saúde.”
Ano a ano, a empresa vem obtendo resultados positivos em seu negócio. Desde 2003, já atuava com o conceito de omnichannel. “Sempre considerei uma necessidade demonstrar os benefícios dos produtos. Por isso, a experimentação na loja física é fundamental. O consumidor gosta, tanto que, hoje, a Polishop é uma das melhores plataformas para demonstrar inovação”, garante João, cuja empresa completou 20 anos em setembro de 2019 e foi pioneira no lançamento do catálogo digital.
Nos últimos tempos, fala-se muito em multicanalidade. “Ela não pode ser uma imposição. A Polishop sempre foi multicanal no sentido de dar ao consumidor o direito de comprar onde e na hora em que quiser. O varejo passa por momentos difíceis, por destruição da margem de valor, e, nesse cenário, muitos não conseguem se manter de pé. O varejo precisa saber quem é o seu consumidor, reconhecer o valor dos dados e da informação para chegar mais perto dele”, afirma João.
A empresa, que aposta no trabalho da loja física com a digital, acredita que a tendência, em 2020, para o varejo, será a capilaridade, o que lhe permitirá fazer entregas expressas no espaço de uma hora. A Polishop também estuda a possibilidade de abrir lojas menores e atuar com pequenos fretes, levando em conta a grande importância da capilaridade.
VIA VAREJO
“Em 2020, vamos investir entre R$ 700 e R$ 800 milhões na abertura de lojas, reformas e em tecnologias.”
Desde que assumiu, em julho de 2019, o objetivo de Roberto Fulcherberguer, CEO da Via Varejo, foi arrumar a casa e voltar a fazer varejo de verdade. “Isso é algo que nossas marcas, Casas Bahia e Pontofrio, sempre fizeram muito bem. Conseguimos, nos ambientes físico e online, melhorar a experiência de compra. Melhoramos a entrega, estabilizamos a experiência digital, treinamos a força de vendas. Em 2019, abrimos cerca de 50 unidades. Voltamos a ter presença forte na mídia e comunicação de marketing relevante, usando bem as redes sociais. Estamos de volta ao jogo”, afirma
O CEO está otimista com a queda dos juros e outras medidas. “Vemos uma recuperação do emprego, e isso se reflete quase que imediatamente no varejo. Vemos o consumidor recuperar a confiança, acreditar que a situação dele vai melhorar. As estimativas para a economia em geral são positivas, os investidores estão voltando, e acredito que setores como o varejo, bens de consumo e serviços avancem significativamente.”
Em 2020, a Via Varejo pretende investir entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões, principalmente na abertura de lojas, reformas e em tecnologias para ganhar eficiência no comércio eletrônico. A meta é abrir mais de 70 lojas, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste, e aumentar a participação das vendas de móveis. Parcerias para desenvolver competências digitais também estão no radar.
A companhia deve ter sua performance melhorada trimestre após trimestre em 2020, diz Roberto. “Estamos trabalhando com previsão de alta de dois dígitos nas vendas totais em 2020, a partir da reestruturação das operações e ampliação dos investimentos. No comércio eletrônico, incluindo vendas de terceiros, projetamos crescimento de mais de 30% para o ano.”
Fonte: Revista Eletrolar News ed. 135