

Ele pondera, entretanto, que mudanças advindas com a reforma tributária, a abertura comercial do Mercosul com a União Europeia e o tabelamento do frete podem afetar negativamente o setor. “As empresas do Ceará chegaram a ter um aumento de 180%. Tudo isso reflete na competitividade”, ressalta.
O presidente afirma que tem mantido contato com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) para fazer com que essas mudanças não prejudiquem o segmento local. “Principalmente, para que não haja a saída de negócios de lá”, aponta Nascimento, destacando que a permanência das empresas pode ficar inviável.
“A saída de empresas seria um grande prejuízo. Foi o que aconteceu com a Singer, que teve de sair de Juazeiro do Norte e hoje está no Vietnã. A saída dela gerou um ‘boom’ muito grande”, relembra. Recentemente, a titular da Sefaz, Fernanda Pacobahyba, defendeu o modelo de reforma que estabelece o imposto único, desde que se mantenha a autonomia dos estados para conceder incentivos fiscais.
Sobre o acordo Mercosul-União Europeia, o presidente da Eletros comentou que a relação só será benéfica se as condições de produção no Brasil se igualarem às da Europa. “Aqui nós pagamos muito mais taxas e temos de lidar com licenças e legislações que dificultam o avanço dos resultados e a competitividade dos produtos. É preciso que haja, pelo menos, um período de transição para que não sejamos muito prejudicados”.
Resultados
No primeiro trimestre deste ano, a linha branca, que inclui principalmente fogões, lavadoras de roupa e geladeiras cresceu 13% no País frente a igual período de 2018. O volume de unidades vendidas passou de 6,7 milhões para 7,6 milhões. Os dados foram apresentados, ontem, na Eletrolar Show, principal feira do setor.
Já a linha marrom, de produtos de áudio e vídeo, recuou. A venda de televisores no País, no primeiro semestre, caiu 16% ante o ano passado. O total de produtos vendidos recuou de 6,4 milhões para cerca de 5,4 milhões.
“Essa diferença se dá devido à sazonalidade. Ano passado, nós tivemos a Copa do Mundo, período em que as pessoas costumam trocar seus aparelhos. Com uma base de comparação maior, era esperado que houvesse um decréscimo”, explicou Nascimento. Ele acrescenta que a previsão é ter um segundo semestre melhor no segmento.
Já os portáteis apresentaram alta de 10% nos primeiros seis meses de 2019, segundo a Eletros. Isso representa 32,3 milhões de unidades produzidas neste ano contra 29,3 milhões em igual período do ano passado. “A indústria de um modo geral está em um momento de muitos desafios, mas, com as reformas acontecendo, acreditamos na melhoria do ambiente econômico. Acreditamos em um mercado consumidor aquecido, atraindo investimentos, gerando empregos e crescimento do nosso setor”, destacou.
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