BICICLETAS: SALTO EM VENDAS DE MAIO A AGOSTO
Tradicionalmente associada ao lazer e à atividade esportiva, a bicicleta já vinha ganhando espaço como meio de transporte. Com as recomendações de seu uso pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar aglomerações como as que acontecem no transporte público, as vendas totais no varejo deram um salto: de maio a agosto deste ano foram de 30% a 40% maiores em relação ao mesmo período de 2019.
CALOI
Hoje, estamos testemunhando um bike boom jamais visto, diz Marcos Ribeiro, gerente de produto da Caloi. “Essa onda começou na Europa e nos Estados Unidos por consequência da Covid-19, e acabou se refletindo não somente no Brasil como em todo o mundo. Com isso, claro que temos enfrentado um desafio ainda maior na cadeia de suprimentos.”
As duas datas são as mais importantes para o mercado de bicicletas, afirma o gerente da empresa, que destaca a Caloi Andes “É para passeios em parques e ciclovias graças à suspensão dianteira e aos pneus com cravo. Atende quem tem acima de 1,60 m. Possui 21 velocidades, quadro com design exclusivo, quick release no selim, aros com parede dupla, que dão mais resistência às rodas, e freios V-Brake em alumínio para maior durabilidade das pastilhas.”
“Hoje, estamos testemunhando um bike boom jamais visto.”
HOUSTON
O mercado passou por grande mudança este ano. Hoje, as indústrias de bicicletas trabalham para inovar os produtos e melhorar a qualidade de vida dos ciclistas, conta Adilson Custódio, diretor comercial da Houston. “Como fabricantes, projetamos novos produtos com geometrias e componentes que atendam às expectativas dos que buscam ter ótimas experiências com a bicicleta.”
“A temporada de vendas mais forte sempre é a do Natal e os modelos aro 29 são bastantes requisitados em todo o País”, comenta o diretor comercial da Houston. A empresa destaca a Mercury HT 29, que dispõe do conforto de uma suspensão dianteira, que reduz o impacto de terrenos irregulares, além de rodas aro 29”, que melhoram o desempenho do ciclista.
“A temporada de vendas mais forte sempre é a do Natal.”
TRACK & BIKES
O segmento vinha com crescimento médio de 10% sobre as vendas de 2019, mas, com a pandemia, o mercado parou, literalmente. A primeira reação foi a de que teríamos um ano difícil, relata David Kamkhagi, diretor da Track & Bikes. “À medida que os municípios flexibilizavam a quarentena, a procura por bicicletas aumentava. Começou no setor de peças, com reformas e customização, foi para o de bikeshops e chegou ao grande varejo.”
“Esperamos um movimento de todos os modelos na Black Friday e no Natal, incluindo a linha infantojuvenil. Mas, seguindo o ritmo das vendas, teremos uma procura expressiva por bicicletas aro 29”, diz o diretor da Track & Bikes. Destaque para a TKS 29 NEON – Aro 29, com quadros de alumínio, suspensão dianteira, freios a disco, grupo de câmbio Shimano e pedivela reduzida de alumínio.
“À medida que os municípios flexibilizavam a quarentena, a procura por bicicletas aumentava.”
A INDÚSTRIA DE DUAS RODAS
Se por um lado cada vez mais consumidores vêm adotando a bicicleta como meio de transporte saudável, por outro as indústrias ligadas ao segmento estão pedalando em uma situação de demanda, conta Cyro Gazola, vice-presidente da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.
“A indústria teve um primeiro trimestre ruim, com a produção interrompida na maioria das fábricas e lojas fechadas, mas de maio para junho começou a retomada. Vimos momentos significativos em junho, julho e agosto. Estamos trabalhando toda a cadeia de suprimentos para dar conta desse novo patamar de consumo, que vai levar de seis a nove meses para se normalizar. É uma situação global, não só do Brasil. A cadeia de componentes está na Ásia, e por isso ainda teremos esse tempo de adequação.”
Não fosse a pandemia, a Black Friday teria relevância maior, uma vez que as pessoas recebem o 13º salário em novembro e poderiam antecipar suas compras. “A data passou a ser uma pré-compra do Natal, mas este é um ano atípico, vai depender da capacidade da indústria de abastecer o varejo e não da vontade do consumidor de comprar. Mas vejo que a Black Friday tomou o lugar do Natal”, diz o vice-presidente da Abraciclo.
Fonte: Revista Eletrolar News ed. 138 – por Neusa Japiassu