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Balanço do 1º trimestre
Agora, indústria e varejo terão que se mover de forma estratégica para ganhar o jogo em um ano desafiador.
Por Leda Cavalcanti
Inovar para oferecer produtos premium com preço acessível é um desafio a ser superado pela indústria em 2021. E o varejo tem outro, tão importante quanto, que é o de propor ao consumidor crédito e prazo de pagamento, como indicam as análises e avaliações da GfK sobre o primeiro trimestre de 2021.
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diretor na GfK
“No período, foi constatada queda na venda de eletroeletrônicos em unidades, apesar do faturamento bastante expressivo, sustentado pelo aumento do preço médio. Isso leva a um conservadorismo nas previsões para este ano”, diz Fernando Baialuna, diretor de atendimento ao varejo & retail da empresa.
Há grandes diferenças entre 2020 e 2021. As classes média e alta continuarão consumindo, mas as classes menos favorecidas terão mais dificuldades, inclusive porque o auxílio emergencial abrangeu 70 milhões de pessoas no ano passado, mas, agora, abrangerá 40 milhões, com o agravante de o valor ser menor. A demanda reprimida segue como oportunidade de vendas futuras, principalmente nas classes C e D, mas o desafio é estimular o consumo num cenário de menores renda e poder de compra. A título de exemplo, notebooks têm um potencial de demanda de 16 milhões de unidades num horizonte de três anos.
O mercado passa por um momento interessante para o consumidor, afirma Ricardo Moura, head MCI Brazil da GfK.
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head MCI na GfK
“O consumidor não está mais tão interessado nas marcas, sua fidelidade diminuiu. Ele está voltado para o preço do produto, principalmente no caso de small appliances. A classe C não colocava um grande dinheiro na compra online, mas, em 2020, as principais categorias tiveram aumento nas vendas nesse canal. A busca por preço gerou uma pressão robusta nas lojas físicas, o que tende a crescer para o pequeno e médio varejista. O consumidor vai abrir mão da qualidade em função dopreço.”
Novo olhar
Evidentemente, os produtos aspiracionais continuam a ter muito valor. Há uma busca maior pela premiunização, mas as empresas terão que buscar alternativas para defender sua margem de lucro. No caso dos smartphones, por exemplo, o consumidor quer, comprovadamente, uma câmera potente, mas os demais features não estarão no mesmo nível de qualidade se o preço tiver que ser mais baixo. A criatividade será essencial no processo produtivo da indústria, bem como para o varejo otimizar o seu mix. É uma nova jornada para os negócios
Evidentemente, os produtos aspiracionais continuam a ter muito valor. Há uma busca maior pela premiunização, mas as empresas terão que buscar alternativas para defender sua margem de lucro.
Por outro lado, o consumidor está muito mais atento e informado, destaca Fernando. “O panorama é mais conservador e desafiador. Estamos lidando com uma situação que não tem precedentes. Há o cenário macroeconômico do País e, também, a insegurança do consumidor em relação à manutenção de seu emprego e renda. O otimismo tem uma relação direta com o comportamento das vendas do setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos.”
No presente momento há um ponto adicional, explica Ricardo. “A classe média alta não terá grande fôlego para o consumo em 2021, o ápice foi em 2020. Este ano é de reposição, ou seja, a compra se dará em caso de quebra do produto. A compra será fluída entre o físico e o online. O processo continuará caminhando de forma conjunta – o chamado figital. Quem não fez essa integração perdeu terreno.”
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Revista Eletrolar News 142
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