As principais lideranças da indústria, do varejo, de distribuição e de serviços revelam seus projetos e expectativas para 2023.
Uma opinião é unânime: os três pontos acima são essenciais para o País se modernizar.
Por Leda Cavalcanti
Desafios e oportunidades vão caminhar juntos em 2023, na opinião da maior parte dos entrevistados desta edição. Há cautela e, ao mesmo tempo, confiança. O cenário econômico mundial, duramente afetado pela pandemia e agravado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, é uma preocupação de todas as empresas.
Apesar dessas dificuldades, o Brasil precisa avançar. É fundamental abandonar antigas práticas e proporcionar às empresas e aos cidadãos estabilidade, transparência e reformas que já deveriam ter sido feitas há bom tempo. A burocracia não cabe, hoje, nem no governo nem nas empresas, esta é uma realidade.
Em sua totalidade, os entrevistados esperam por uma reforma tributária que acabe com a complexidade do atual sistema, com suas várias alíquotas e privilégios, por meio de benefícios fiscais. O conjunto desses fatores aumenta o Custo Brasil, diminui a competitividade e retarda o investimento em educação, pesquisa e tecnologia.
AMAZON
Iniciou 2023 com o mesmo entusiasmo com que terminou 2022, quando obteve ótimos resultados, diz o country manager, Daniel Mazini. “Adicionamos dezenas de vendedores novos ao nosso marketplace, centenas de milhares de produtos e entregas cada vez mais rápidas. Vimos aceleração a partir do segundo trimestre, e o Prime Day foi o maior de nossa história. No final do ano, crescemos acima do segmento.”
Desde 2019, a empresa investe cada vez mais no País. “Em 2023, teremos novidades e esperamos faturamento maior que o de 2022. O consumidor só se fideliza se dermos a ele a melhor experiência. Isso não só se traduz em bons preços o tempo todo, mas em vasta seleção de produtos, frete rápido e atendimento pós-venda pre- miado e de padrão global”, conta.
A conveniência move o cliente e não necessariamente o canal de vendas, diz Daniel. “Alguns dos varejistas mais bem-sucedidos do Brasil estão só no e-commerce ou no varejo físico. Então, mais importante do que habilitar uma experiência multicanal é ser obcecado em oferecer o melhor ao cliente no canal que ele escolher. É assim que seguiremos, tornando o Brasil um dos mercados-chave para a Amazon globalmente.”
BEMOL
Em 2023, quer ampliar o faturamento em torno de 10%, diz o diretor financeiro, Marcelo Forma. “Para tanto, estamos implementando uma estratégia de expansão da rede de lojas e monitorando de perto o desempenho mensal da empresa. Embora o cenário econômico seja desafiador, com o alto nível de endividamento dos consumidores, a renda para consumo ainda limitada e a pressão inflacionária persistindo, acredita- mos em nossa capacidade de crescimento sustentável.”
Para o varejo, é crucial estar atento às tendências do mercado e às medidas econômicas que impactam o consumo. “Oferecer opções de financiamento baseadas em modelos de avaliação de risco de crédito eficientes, promoções e descontos, além de proporcionar uma experiência de compra agradável e segura ajuda a atrair clientes”, conta o executivo.
Com mais de 80 anos de história, a Bemol mantém uma relação de confiança duradoura com seus clientes, destaca Marcelo. “Isso é evidenciado por nossa alta taxa de satisfação, medida pelo indicador NPS, que atinge mais de 90 pontos.”
BERLANDA
A empresa espera aquecimento do consumo neste ano, bem como as reformas necessárias para o País, entre elas a tributária e a política, diz o presidente do conselho, Nilso Berlanda. “É preciso, também, reduzir a taxa de juros e impedir o aumento da carga tributária.”
O varejo regional vem se mantendo. “Marcas como a Berlanda têm credibilidade e clientes fiéis. O e-commerce cresce, mas as lojas físicas continuarão com seu trabalho, pois o cliente é fiel à marca e confia nela por estar em sua cidade, pagando impostos e gerando empregos. Além disso, ele quer olhar o produto antes de decidir a compra, especialmente no caso de móveis e colchões”, conta Nilso.
A integração dos canais é benéfica ao varejo, afirma Nilso. “Temos pedidos para nos instalarmos onde ainda não estamos presentes, em Santa Catarina. Atuamos em 177 cidades do Estado com 196 lojas, e a tendência é abrirmos uma unidade em cada um dos 295 municípios catarinenses.”
CERTEL
Presente com lojas físicas no estado do Rio Grande do Sul e e-commerce que atende todo o País, considera 2023 desafiador. “O foco continuará no atendimento ao cliente, com visão integrada, objetivando a consolidação da marca. A expectativa é de crescimento no faturamento e de expansão dos pontos de atendimento”, diz o presidente, Erineio Hennemann.
No varejo, a fidelização existe, afirma. “O consumidor é fiel às suas escolhas, e cabe ao mercado apresentar alternativas que vão ao encontro de suas necessidades. Muito além de produto, preço e serviço, ele valoriza a agilidade, o atendimento e a experiência de compra. Somos favoráveis à integração dos canais, ela é competitiva.”
As lojas físicas são essenciais, diz o presidente. “Diante de todas as transformações do mercado e exigências do consumidor, entendemos que, principalmente na área de atuação da cooperativa, as lojas físicas e os pontos de atendimento se mantêm importantes no ecossistema e apontam que o setor tem chance de crescimento.”
GAZIN
O ano de 2023 será de grandes desafios, diz o presidente, Osmar Della Valentina. “Porém planejamos crescer 12% sobre 2022. De modo geral e apesar dos de- safios, estou confiante em que teremos um bom ano. Não pela economia em si, mas, principalmente, por nossa forma de trabalhar em momentos como este. Teremos muitas oportunidades. O aquecimento do consumo se dará com a combinação de geração de emprego, melhoria da renda e do poder de compra.”
Nos dias atuais, uma parte dos clientes, não a maioria, é fiel a algumas redes. “O consumidor está propenso a fazer negócio com mais frequência com quem se mostra disposto a ajudá-lo a resolver os seus problemas com pouca ou nenhuma burocracia”, conta o presidente.
No caso da integração dos canais, Osmar afirma que essa combinação ajuda os varejistas. “Mas ela é mais simples de fazer em alguns segmentos, em outros é difícil. É importante destacar que, se não for bem gerida, essa integração atrapalha o negócio, principalmente a rentabilidade.”
GRUPO ZEMA
A posta que 2023 será bem melhor que 2022, apesar da alta dos juros e da desconfiança do mercado financeiro em relação ao varejo em virtude dos recentes acontecimentos divulgados pela mídia, diz o CEO, Romero Zema. “Estamos otimistas com a expectativa de crescimento de 15% sobre o ano passado.”
Conforme o CEO, é preciso aguardar as novas medidas econômicas do governo para saber o real impacto que terão sobre o consumo. Nisso incluem-se, por exemplo, regras sobre os empréstimos consignados, reajustes salariais e alíquotas do imposto de renda.
Empresa familiar, a Zema faz 100 anos em 2023 e tem clientes bastante fiéis, conta Romero. “Principalmente se levarmos em consideração as caraterísticas do mercado em que atuamos, pequenas cidades, onde o relacionamento corpo a corpo faz toda a diferença. A integração dos canais de vendas é um caminho sem volta, e os clientes atuais, além de preço, buscam atendimento rápido e de qualidade. Quem conseguir unir tudo isso terá maiores chances de aumentar a sua participação no mercado.”
KALUNGA
Suas projeções para 2023 indicam crescimento de 15% sobre 2022, diz o diretor de operações e vendas, Hoslei Pimenta. “Muitas variáveis podem afetar o consumo em 2023, mas o que deve contribuir para a economia é o esforço em manter o controle da inflação e a redução das taxas de juros. A elevação dos níveis de emprego e da massa salarial também favorecem a maior demanda.”
O consumidor atual não se preocupa apenas com preço, ele é cada vez mais fiel à qualidade dos serviços prestados. “O crescimen- to do consumo no mundo web fez os clientes saberem distinguir quem cumpre o que promete, prevalecendo na decisão de compra a boa experiência nesse canal”, conta o diretor.
A omnicanalidade é essencial e beneficia muito o varejo, diz Hoslei. “As lojas físicas por todo o Brasil tornaram-se minicentros de distribuição e servem de apoio ao mundo digital. A integração trouxe ganho de produtividade, melhor experiência de compra, agilidade no serviço de entrega e melhor uso dos estoques distribuídos em todos os pontos de vendas e centros de distribuição.”
KOERICH
De um novo ano sempre se espera o melhor, inclusive absorver novas experiências e ensinamentos, diz o presidente, Antonio Koerich. “Acompanharemos as tendências e o comportamento do consumidor, ele baliza os nossos negócios. Crescemos em 2022 e, em 2023, queremos manter essa ascendência com novas lojas e produtos.”
O varejo é cíclico, afirma Antonio, e tem calendário promocional. “Mas precisamos oferecer opções e atrações fora desse modo temporal, criando oportunidades contínuas, que impulsionem o consumo. O varejo ganha cada vez mais peso como um local de experiências.”
Por isso, deve focar em processos e entregas ágeis e oferecer planos alternativos de pagamento. “Seu papel fundamental é facilitar a jornada de compra. Nosso aplicativo financeiro, o KAB, permite ao cliente pagar contas, fazer compras e contatar o vendedor de qualquer lugar. A integração dos canais é uma realidade, tanto que temos o KLab, um laboratório de tecnologia para o varejo dentro da corporação”, conta Antonio.
LIBERATTI
O varejo é totalmente correlacionado ao PIB. Quando há tendência de crescimento do PIB, o mesmo ocorre com o varejo, diz Pedro Henrique Regazzo, diretor-presidente. “Em 2021, sofremos com a ressaca do aumento da base monetária em 2020 e experimentamos queda nas vendas. Creio que 2022 será desafiador para o varejo, é um ano eleitoral e as escolhas que o Estado e o próximo presidente fizerem serão primordiais para manter o Brasil com crescimento ou decréscimo do PIB. Neste ano, nosso foco é a gestão do estoque e o aumento da produtividade por colaborador.”
Hoje, o consumidor está hiperconectado, transita por todos os canais e se beneficia com o aumento da competitividade e seu impacto nos preços, que melhora o seu poder de compra e pode usufruir de valores menores para os mesmos produtos. “Para o varejo, fica o desafio de ser cada vez mais eficiente, até na comparação com players globais”, explica o diretor-presidente.
O emaranhado tributário nos Estados é um problema, diz o executivo. “Uma das medidas que podem colaborar para o desenvolvimento não só do varejo mas de toda a economia é a simplificação tributária. Outro ponto a ser ressaltado é que o Estado deve ser mais eficiente, ou seja, gastar melhor os tributos arrecadados e respeitar o teto de gastos para o rombo não ser cada vez maior. Isso traria investimentos, segurança e competitividade para o País.”
LOJAS CEM
Os dois últimos anos, 2020 e 2021, foram muito desafiadores em razão da pandemia, do lockdown, da volta da inflação e do aumento nas taxas de juros, diz o supervisor-geral José Domingos Alves. “Iniciamos 2022 com inflação ainda em alta, mais aumento na taxa de juros. Avaliamos que será um ano melhor, acreditamos sim em crescimento. Os maiores desafios continuam sendo o aumento nos preços e a perda de poder de compra dos consumidores.”
Em 2022, Lojas CEM completa 70 anos e fará muitas ações internas e externas, promoções aos clientes e um megaconcurso para os colaboradores com premiações de peso. “A previsão é inaugurarmos de 10 a 12 lojas, todas em prédios próprios, climatizadas e com energia fotovoltaica. Até o final de 2022, todas as nossas lojas terão energia fotovoltaica”, conta José Domingos.
A integração de canais, quando bem-feita, beneficia o varejo, diz o supervisor-geral. “Porém muitas vezes, percebe-se que algumas empresas com integração de multicanais acabam gerando perdas significativas no canal de origem. O consumidor atual está muito atento a tudo isso.” Na economia, ele defende a reforma tributária que trará muitos ganhos, além do controle da inflação, da redução na taxa de juros e da queda do desemprego, gerando aumento na renda do consumidor e, consequentemente, dando a ele maior poder de compra.
LOJAS COLOMBO
No planejamento da empresa, 2023 é pautado em expan-são ordenada, aproveitando as oportunidades de mercado, otimização da estrutura instalada e crescimento orgânico, diz o presidente, Eduardo Colombo.esidente, Eduardo Colombo. “O fortalecimento dos multicanais de venda segue como fundamental para apoiar o crescimento, com uma expectativa de um ganho real superior ao de 2022.”
O consumidor atual é exigente, informado e conectado, e valoriza a conveniência e o relacionamento com marcas que compartilham seus propósitos. “Entender, atender e resolver são atitudes espe-radas num contexto de agilidade, em que a escassez de tempo e as multitarefas ditam o ritmo e o estilo de vida.”
A integração dos canais traz ganhos importantes para o fortale-cimento da marca, afirma Eduardo. “Atuamos com multicanais, e nosso cliente tem a possibilidade de optar por local, horário e dia que melhor lhe convier para efetuar a compra, receber produtos e serviços, e dialogar com nossas equipes. O atendimento é o gran-de diferencial.”
LOJAS EDMIL
O ano de 2021 foi de estagnação para as Lojas Edmil, diz o presidente Adaoney Pereira Valias. “Em 2022, embora saibamos que é um ano de incertezas, estamos confiantes e com perspectivas de que será melhor. Nosso objetivo é crescer 10% sobre o ano passado. Nossos maiores desafios são a recuperação do poder de compra, a geração de empregos e o controle da inflação, além de avançar nas reformas estruturais e reduzir a taxa de juros.”
A rede definiu as suas ações neste ano. “Vamos expandir as lojas físicas em nossa área de atuação – isto é, no sul, no centro-oeste e na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Vamos, também, revitalizar quatro lojas, crescer nas vendas online, ampliar o nosso site e o atendimento para toda a região de Minas, fixar presença nos maiores marketplaces e investir em tecnologia e em inovações para alcançar o consumidor”, conta Adaoney.
Para o presidente, as lojas físicas nunca irão acabar. “Pelo contrário, a venda online veio para somar. Hoje, podemos atender nossos clientes onde e quando quiserem. Além disso, nos preocupamos muito para que a loja virtual não seja concorrente da física. Nossos preços são os mesmos no site e na loja, além de cada atendente das Lojas Edmil poder vender pela sua própria loja online.”
LOJAS LEBES
A empresa cresceu 40% no ano passado ante 2020 e espera que 2022 seja ainda melhor, diz o presidente Otelmo Drebes. “Fizemos grandes investimentos em tecnologia e consolidamos novos negócios, que trarão bons frutos ao grupo este ano. No entanto temos alguns desafios, como o aumento da inflação e a instabilidade cambial e política, que podem influenciar no consumo.”
Em 2022, continuará o seu processo de expansão e de investimentos na digitalização do grupo. “Dessa forma, vamos fortalecer ainda mais a Intechlog, nossa empresa de inteligência logística, e a Lebes Financeira, que possibilita o empréstimo pessoal, além de consolidar a Lidia Bank, fintech que oferece gratuitamente contas digitais a todo o País, incluindo as classes C, D e E”, conta Otelmo.
A integração dos canais de venda, físico e online, beneficia muito o varejo. Por isso, a rede implementa soluções nesse sentido. O que importa é o cliente ter uma experiência fluida e eficiente. O varejo, porém, tem sido muito afetado pela inflação, aumento de preços e baixos salários. “O governo precisa conter a inflação para o consumo voltar a crescer. A combinação de alta dos juros e crescente comprometimento da renda familiar tende a diminuir os empréstimos em 2022, prejudicando toda a atividade econômica. Além disso, as empresas aguardam ansiosamente a aprovação da reforma tributária. O Brasil não pode mais esperar”, afirma o presidente.
LOJAS MM
O varejo teve desempenho muito favorável mesmo em plena pandemia, diz o presidente e fundador Jeroslau Pauliki. “Os dois últimos anos foram os melhores da empresa, e repetir isso será um desafio enorme devido a vários fatores, entre eles a redução do poder de compra. Mas será possível com nosso planejamento, que não é só para 2022 mas sim até 2028, quando a MM completará meio século. A meta é triplicar as receitas e colocar a empresa entre os 10 maiores canais de vendas do País.”
Por investir mais em tecnologia, criou a MM Tech. “Também investiremos na renovação dos ativos, 1/3 das lojas serão reinauguradas dentro do novo padrão da empresa. Ampliar os canais é uma prioridade. Pretendemos crescer 10% no número de lojas físicas e 30% no e-commerce, com um site avançado. Vamos, ainda, apostar no atacado e em um braço financeiro, inclusive para empréstimos pessoais”, conta Jeroslau.
Na economia, o presidente entende que duas medidas são importantes: a redução da Selic e a desoneração da folha de pagamento do varejo. “O setor gera empregos no País, então a desoneração da folha, como já ocorreu em outras áreas, também deve ser feita no varejo.” A empresa trabalha forte no conceito ESG, com projetos para jovens e para a causa animal. Há quase oito anos é considerada uma das melhores para trabalhar no Brasil.
MARTINELLO
O faturamento de 2023 deverá superar o de 2022, mas o ano será difícil, diz o CEO, Osvaldo Martinello. “O mundo ainda está sob os impactos da pandemia e de uma guerra, e sofre com a inflação e o baixo crescimento. No Brasil, o encarecimento do crédito desestimula investimentos e inibe o consumo. Com um bom trabalho do governo nas áreas fiscal e tributária pode-se chegar à redução dos juros, o que tende a estimular o consumo que, por sua vez, ajuda na criação de empregos.”
No varejo, há mudanças. O cliente não é mais fiel, e o que determina a sua volta é a experiência da última compra. “A cada dia é mais importante oferecer uma experiência de qualidade, estabelecer uma relação de confiança, escutá-lo e corrigir a rota se necessário”, conta o CEO.
Hoje, tudo é uma coisa só. “Não há mais fronteiras entre canais, o cliente quer uma relação fluida com a empresa, onde, como e quando quiser, sem fricção na experiência de compra. Ele espera uma combinação perfeita entre serviços físicos e digitais. O desafio é conseguir proporcionar essa experiência a ele”, diz Osvaldo.
NOVOMUNDO.COM
Objetiva, em 2023, manter o ritmo de crescimento de vendas e o resultado, conta o CEO, José Guimarães. “Crescemos acima de dois dígitos em 2022 e, para este ano, a nossa expectativa é chegar a 16% de crescimento com as mesmas lojas e, com as 20 novas unidades previstas, superar os 20%.”
Há algum tempo, a empresa deixou de colocar expectativas em sinalizações macroeconômicas para tomar decisões em seus negócios. “O governo tem boas referências do passado de ações que fizeram movimentar a economia. E nós focamos no que podemos fazer. Temos várias ações em 2023 mantendo a nossa estratégia, o que garantirá as entregas, independentemente de situações macroeconômicas”, diz o CEO.
O novo consumidor é o ponto de partida de toda a estratégia da empresa, afirma José. “Apesar de a pesquisa de preço ainda ter forte impacto, os fatores de decisão de compra são a jornada surpreendente em todos os canais, a excelência no atendimento e o serviço acima do mercado. A melhor jornada para o cliente é o que tem feito a Novo Mundo ganhar share em todas as regiões onde atua.”
POLISHOP
A grande notícia para 2023 é que a Polishop volta a ter o número de lançamentos que fazia até 2019 (antes da pandemia), em lojas físicas e virtuais, e muitas novidades, conta o presidente, João Apolinário. “Retornamos à prática de lançar de dois a três produtos por semana. Investimos muito na linha de produtos conectados, e tudo indica que teremos crescimento de dois dígitos.”
O ano, porém, terá desafios. “Pelos momentos que o varejo está passando e por mudanças nos hábitos de consumo. A empresa já nasceu com o DNA de atender o cliente onde ele estiver. Temos 196 lojas no País, em shopping centers, eles mantêm a força junto ao consumidor e devem mostrar que são seguros. A covid ainda está na cabeça das pessoas”, diz João.
Na economia, aborda a carga tributária. “Ela é muito alta no Brasil. O varejo é o segundo maior empregador do País, a indústria se automatizou e é preciso, no mínimo, a simplificação dos impostos. Cada estado meio que tem a sua legislação, isso vira custo e quem paga é o consumidor. Os pequenos e médios empresários são os que mais sofrem.”
TELHANORTE TUMELERO
Está otimista e, ao mesmo tempo, realista, diz a diretora de operações, Jordana Barros. “Trabalharemos em diversas frentes para superar o faturamento de 2022. O varejo da construção cresceu forte em 2020 e 2021, reflexo do movimento de reformas no lar, na pandemia. Daremos sequência a esse crescimento com novos modelos para expansão do negócio, novas experiências para os clientes e reformulação do nosso e-commerce.”
Há desafios econômicos que impactam todos os setores, como a alta da inflação e dos insumos. “A reforma tributária é uma demanda, especialmente no setor da construção. Acompanhamos de perto o Índice de Confiança do Consumidor, cuja disposição para consumir é reflexo direto do controle da inflação e dos juros e da disponibilidade do crédito”, conta Jordana.
O consumidor atual é empoderado e menos fiel às marcas. “O conceito de customer experience nunca esteve tão na pauta das empresas. Garantir uma boa experiência de compra, com coerência nos diversos canais, é essencial para sua fidelização. No varejo de material de construção, isso é ainda mais relevante, pois a jornada de compras é longa, mas pouco recorrente”, afirma a executiva.
VIA
A empresa está otimista com 2022, diz Abel Ornelas, vice-presidente comercial e de operações. “Vemos o atual cenário econômico com atenção, mas a Via é uma empresa amadurecida. Os investimentos devem continuar pelos próximos anos. O potencial de crescimento do varejo brasileiro é enorme. O e-commerce tem penetração de apenas 10% no Brasil, enquanto nos Estados Unidos chega a 20%. Acredito que seja possível avançar em penetração e em market share.”
Em 2022, investirá em inovação, expansão de lojas físicas e na integração entre o online e o offline, conta Abel. “Começamos o ano apostando em logística, com a aquisição da logtech CNT, que irá acelerar a implantação do fulfillment e fullcommerce aos nossos vendedores parceiros. O diferencial será assumir de maneira integrada a logística desses vendedores de forma agnóstica, isto é, independentemente da plataforma de venda – marketplace da Casas Bahia, Ponto ou Extra.com.br ou por plataforma própria –, a entrega será feita pela Via.”
A expansão das lojas físicas continuará, com a integração do sortimento offline e online, pois o vendedor pode vender um produto dos parceiros presentes no marketplace da empresa. Além disso, as lojas funcionam como um mini hub de logística, melhorando o tempo de entrega das compras via internet. “Essa estratégia integrada é essencial para o nosso crescimento e faz com que um canal fortaleça o outro”, diz Abel, para quem a maior oferta de crédito e a diminuição das taxas de juros são essenciais para manter o consumo.
Fonte: Revista Eletrolar News – Edição #153