ARTIGO – FECOMERCIOSP
2023: um olhar quantitativo e qualitativo
Embora existam mais dúvidas do que certezas neste início de ano, os dados já permitem apontar algumas tendências. Uma delas é a desaceleração moderada da economia. Os resultados do varejo, dos serviços e do turismo, ainda que tenham se apresentado positivos nos últimos meses de 2022, têm perdido fôlego desde então. No caso da indústria, os números foram muito modestos ao longo do ano passado.
A confiança de consumidores permaneceu elevada em dezembro, o que já era esperado por motivos sazonais: a injeção do décimo terceiro salário normalmente traz este efeito. Já a confiança do empresário do comércio dá claros sinais de que o humor está piorando.
Tudo isso antecipa um começo de 2023 relativamente complexo. Não há sinais de recessão ou de grandes pressões sociais, mas os principais dados da economia, do emprego e da renda tendem a criar um enorme desafio para o País e para o novo governo. O risco está na pressa para apresentar resultados, privilegiando o curto prazo ao custo de comprometer o longo.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) entende que, para manter o crescimento de longo prazo, é necessário garantir as estabilidades monetária (combater a inflação) e fiscal (reduzir e dar mais eficiência aos gastos do setor público em todos os níveis governamentais).
Os primeiros sinais da nova equipe econômica ainda não estão muito claros. Não há solução mágica para equilibrar as contas e manter o poder de compra. O ano parece ser de ajustes e de transição – e será bom se as medidas mais austeras, ainda que impopulares, pavimentarem o caminho de um crescimento mais robusto e duradouro.
Fonte: Eletrolar News #153