
ARTIGO FECOMERCIOSP
Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP

Muito se fala sobre os impactos da pandemia na economia, mas há mudanças estruturais que devem ser observadas, como a transformação na sazonalidade do comércio. Se antes da pandemia os agentes do setor se pautavam por datas comemorativas, o que definiu os períodos de maior demanda em 2020 foram as fases do Plano São Paulo.
A FecomercioSP comparou a sazonalidade do comércio no ciclo antes da pandemia (2015-2019) com a do ano passado. Até então, o mês de dezembro era aquele em que os comerciantes mais vendiam. As transações subiam, em média, 15,1% em relação a novembro.
Em 2020, porém, as datas comemorativas não ditaram o compasso dos negócios. Ao contrário, a estrutura sazonal se alicerçou nos períodos em que as lojas podiam abrir as portas. É por isso que a alta mais relevante do ano passado foi registrada em maio (15,4%), mês que recuperava a queda brusca de 24,4% de abril.
O antes campeão mês de dezembro foi, em 2020, o terceiro mês mais aquecido do setor. Em termos de crescimento mensal, marcou 11,3% a mais nas vendas, mesmo mantendo o posto de mês com o maior volume de vendas do ano.
Enquanto a pandemia continuar, a estrutura sazonal do comércio não será construída com base em datas comemorativas, muitas vezes criadas para aquecer as vendas. É um cenário novo, em que o setor deverá se planejar levando em conta quando poderá abrir suas portas.
Fonte: Revista Eletrolar News #143