Armazém Paraíba: compra bem feita e entrega rápida, este é o desejo do consumidor
O nome Armazém Paraíba é uma homenagem dos fundadores, João Claudino Fernandes e Valdecy Claudino, à sua terra natal. Ao abrirem a loja de móveis e eletrodomésticos, em julho de 1958, em Bacabal, cidade distante 240 quilômetros de São Luís, capital do Estado do Maranhão, o pai e o tio do atual diretor-presidente, João Claudino Fernandes Júnior, levaram para o novo negócio a hospitalidade da Paraíba e a vontade de progredir. “A denominação ‘armazém’ sugeria sortimento, estoque e grandes firmas”, conta o executivo.
A loja foi o embrião do Grupo Claudino, composto por 16 empresas, e que, no ano passado, teve faturamento bruto acima de R$ 3 bilhões. O Armazém Paraíba, atualmente, possui mais de 500 lojas distribuídas em sete estados: Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Tocantins e Pará. Os pontos de venda atendem mais de 350 cidades. Mesmo com os desafios pelos quais passou o varejo nos últimos anos, a rede cresceu. Em 2022, seu faturamento bruto foi de R$ 1,7 bilhão, e a estimativa é chegar a R$ 2 bilhões em 2023.
O bom desempenho, passados 65 anos da fundação, está diretamente ligado à aproximação constante de seus consumidores e à rápida adaptação às mudanças que ocorrem no segmento. “A satisfação deles é o nosso maior objetivo. Estamos sempre buscando as melhores formas de fazer com que se sintam acolhidos ao adquirirem os nossos produtos. Na loja, o consumidor tem que se sentir como se estivesse em sua própria casa”, afirma João Claudino Fernandes Júnior, nesta entrevista exclusiva para Eletrolar News.
por Leda Cavalcanti
Como se deu o crescimento do Armazém Paraíba?
João Claudino Fernandes Júnior – Em 1968, dez anos depois de inaugurada a loja em Bacabal (MA), os irmãos João Claudino e Valdecy Claudino mudaram a sede dos negócios para Teresina, capital do Piauí, cidade de localização estratégica, entre as Regiões Norte e Nordeste, que permanece até hoje como sede das lojas e do Grupo Claudino.
Quando começou a diversificação das atividades?
JCFJ – Ainda quando as atividades eram concentradas no Maranhão e no Piauí, João e Valdecy sentiram a necessidade de prestar um melhor atendimento, tanto em quantidade de produtos quanto em diversidade. Havia necessidade, também, de maior disponibilidade de colchões, de confecções e de eletroportáteis. E, a partir desses anseios, as diversificações foram ocorrendo gradativamente, inicialmente para suprir as necessidades das lojas do Armazém Paraíba.
Pode exemplificar como isso ocorreu?
JCFJ – Por exemplo,confecções e tecidos eram itens muito vendidos na empresa. Então, em 1970, surgiu a ideia de criar uma fábrica de confecções, a Guadalajara. Em 1976, a ideia de fazer uma fábrica de colchões, a Socimol. Ato contínuo, Valdecy Claudino decidiu investir na Metidieri, para a fabricação de tecidos, no Estado de São Paulo. As investidas também foram para ramos mais distintos, como a Construtora Sucesso, devido à necessidade de construirmos com melhor qualidade e agilidade as lojas do Armazém Paraíba, e a Gráfica e Editora Halley, porque fazíamos muitos itens para efeito de controle e na região não eram encontrados sistemas gráficos compatíveis.
O Armazém Paraíba, então, foi o ponto de partida?
JCFJ – De modo geral, as firmas foram surgindo para oferecer suporte de produtos e serviços para o Armazém Paraíba e, com o passar dos anos, ganharam escala e reconhecimento, começaram a atender clientes estaduais, regionais e nacionais, a exemplo das fábricas de bicicletas Houston e Audax. A Houston, criada em 1998, foi a primeira fábrica do Nordeste a produzir bicicletas. Em 2015, criamos outra, a Audax, em Manaus (AM), com produtos de maior valor agregado.
Em quais ramos atua cada empresa do Grupo Claudino?
JCFJ – O grupo é composto por 16 empresas: Armazém Paraíba (varejo), Socimol (indústria de colchões e móveis), Onix Colchões, Teresina Shopping, Sucesso (construtora), Sucesso Publicidade, Frigotil (frigorífico), Remanso (mineradora), Colon (equipamentos rodoviários), Onix (indústria de colchões de espumas), Guadalajara (indústria de roupas), Audax e Houston (indústrias de bicicletas), Mineração Alvorada, Halley (gráfica, editora e cartonagem) e JCF (empreendimentos mobiliários e pecuários).
Qual foi o faturamento do Grupo Claudino no ano passado?
JCFJ – O grupo teve faturamento bruto superior a R$ 3,5 bilhões, e esperamos, neste ano, crescer entre 5% e 10%, com a consciência de que alguns segmentos se desenvolverão mais que outros, como já é comum no mercado.
E o Armazém Paraíba? Qual é a sua média de crescimento/ano?
JCFJ – Os últimos anos têm sido desafiadores para o varejo brasileiro, mas podemos afirmar que após a covid-19, que afetou a economia do mundo todo, nós tivemos bom crescimento de 2021 para 2022, este um ano excepcional. O Armazém Paraíba teve faturamento bruto de R$ 1,7 bilhão. Para 2023, visamos a um crescimento de pelo menos 10% para o Armazém Paraíba, e o faturamento estimado é de R$ 2 bilhões.
Quantos funcionários tem o Grupo Claudino? E o Armazém Paraíba?
JCFJ – No grupo Claudino, temos hoje aproximadamente 25 mil colaboradores diretos e indiretos. No Armazém Paraíba, são 8.200 colaboradores CLT, devidamente contratados. No início, se papai e meu tio estivessem aqui, certamente responderiam “éramos nós, Valdecy e João”. Depois eles trouxeram aqueles que verdadeiramente iriam contribuir, eram poucos, eu diria que uma ou duas dezenas, no máximo, na primeira loja, em Bacabal.
Quais produtos a rede oferece?
JCFJ – Desde o início, o Armazém Paraíba foca em diversidade de produtos, exceto os dos ramos alimentício e de limpeza. Somos uma rede de departamentos, e os produtos mais vendidos, atualmente, são os eletrodomésticos, as linhas branca e marrom e os eletroportáteis. Gradativamente, temos ampliado nossas lojas para comportarem o setor de móveis, além de celulares e informática, confecções e calçados, moda íntima e cama, mesa e banho.
Em vendas, quais os de maior representatividade?
JCFJ – Podemos citar a linha branca, móveis e linha marrom, com percentuais muito parecidos. Além deles, o segmento de bicicletas, que iniciou sua história dentro do Armazém Paraíba, na época em que era um dos meios de transporte mais desejados.
Qual é a metragem média das lojas? Todas seguem o mesmo padrão?
JCFJ – O Armazém Paraíba tem lojas de diversos tamanhos. Nas pequenas, cidades temos lojas a partir de 120/130 m². Nas cidades com lojas que possuem uma linha mais completa de produtos, como eletrodomésticos, celulares, cama, mesa e banho, confecções e calçados, a metragem varia entre 2.500 m² a 6.000 m². A nossa maior loja tem 10.000 m² e está localizada no Teresina Shopping, na capital do Piauí. Hoje, temos mais de 500 lojas, a maior parte próprias, em mais de 350 cidades nos Estados do Piauí, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Tocantins e Pará. Também contamos com 28 depósitos, distribuídos entre os estados onde estamos presentes.
Quais os fatores que fazem o sucesso do Armazém Paraíba?
JCFJ – Acredito que seja um conjunto de fatores que fariam sucesso em qualquer rede de varejistas. Fatores estes que foram construídos e aprimorados no decorrer de todas essas décadas e transmitidos aos colaboradores e àqueles que estão à frente de todos os nossos empreendimentos.
Como o senhor avalia os 65 anos do Armazém Paraíba?
JCFJ – Como na vida pessoal, a trajetória profissional tem fases boas e ruins. Os irmãos abriram uma loja e, à medida que o sucesso foi vindo, atravessaram fronteiras, mirando médias e pequenas cidades, buscando sempre maior aproximação com os clientes. Nunca abrimos mão disso. Crescemos paulatinamente. A abertura do e-commerce também nos aproximou dos mais jovens. Chegar aos 65 anos com saúde financeira e grande expansão nos últimos três anos, merece comemoração.
Nesses anos, quais as principais mudanças pelas quais passou a rede?
JCFJ – Todas as redes de varejo do Brasil tiveram que se adequar às várias fases de mudanças econômicas e da modernidade. Com a gente não foi diferente. Desde o início dos anos 2000, passamos a prover os nossos clientes com ambientes de lojas cada vez mais bem estruturados e bem localizados, com a oferta de produtos de altíssima qualidade, aliada ao conforto e ao bom atendimento. Para nós, que atendemos o Norte e o Nordeste, o conforto de lojas climatizadas era de fundamental importância. A logística mais eficiente possibilitou ao consumidor receber rapidamente o produto que ele porventura não levava consigo. Até hoje, oferecer um tratamento adequado aos clientes é a nossa prioridade. Desde as menores até as maiores, as lojas passam por constante melhorias, da estrutura ao atendimento.
Quais ações e estratégias diferenciam a empresa?
JCFJ – Eu acredito, fortemente, que é a continuidade de se fazer presente perante o público, independentemente do tamanho da cidade. Constatamos que dos gerentes aos montadores há vontade de oferecer um atendimento de qualidade, um momento de satisfação ao cliente, o que chega até o pós-venda. Nós asseguramos que todo o ciclo, da entrada da loja até a compra do produto, nos garante uma boa taxa de retorno, fazendo com que esse relacionamento se torne cada vez mais frutífero e recíproco.
Como o senhor vê a trajetória do varejo no futuro? É difícil ser varejista no Brasil?
JCFJ – Qualquer ramo de atividade tem os seus desafios. E eles conseguem ser superados quanto maior for o preparo e a dedicação da equipe. Tempo é um fator preponderante para o sucesso de qualquer atividade. Hoje em dia, devemos estar atentos para solucionar questões o quanto antes, a fim de alcançarmos bons resultados. Quanto mais integradas as equipes estiverem e antenadas nas tecnologias que vieram para ficar, mais eficientes elas serão, tanto nas lojas físicas quanto nas digitais.
Em quais áreas o Armazém Paraíba investiu mais nos últimos anos?
JCFJ – Boa parte dos investimentos tem sido em cidades de médio e pequeno portes, tanto no formato físico quanto no digital. O Armazém Paraíba sempre acreditou na sua estrutura de manter-se cada vez mais próximo das cidades que compensem a instalação de uma loja física. A implementação do comércio eletrônico foi uma grande vitória, e nesse formato trabalhamos onde temos lojas físicas para manter o nível de qualidade e segurança, garantindo uma compra bem-feita e entrega rápida.
Quando nasceu a plataforma digital da rede?
JCFJ – Em 2020, nós já tínhamos um projeto de plataforma digital para o comércio eletrônico, que estaria disponível em três/quatro anos. Com a pandemia, em pouco mais de um ano tínhamos nossa plataforma pronta para atuar nas regiões circunvizinhas dos grandes centros. Para nós, é imprescindível aumentar e integrar cada vez mais o digital com a loja física. Oferecemos exclusivamente produtos que temos disponíveis em nossas lojas. Não somos um marketplace.
Como funciona a logística?
JCFJ – Temos frota própria especializada, que atende de acordo com o tamanho e as demandas das cidades. Hoje, dispomos de mais de 350 veículos próprios espalhados pelos pontos de vendas para atender os nossos clientes.
A empresa tem crediário e financiamento próprios?
JCFJ – Sim, há décadas o Armazém Paraíba foca no crediário e no financiamento próprio. Por isso, tem alavancado as suas vendas nesse momento em que grande parte da população está endividada. Acreditamos que a proximidade que temos com os nossos clientes nos permite fazer uma análise detalhada e assertiva do crédito que concedemos.
O que diferencia as lojas de rua das que estão em shopping centers?
JCFJ – Hoje, temos apenas uma loja em shopping. Fica no Teresina Shopping, um dos empreendimentos do Grupo Claudino, em Teresina (PI). É a nossa maior loja, com mais de 10.000 m² e produtos de todas as categorias com as quais trabalhamos. Na grande maioria dos municípios onde atuamos, os shoppings inexistem, por isso optamos por lojas de rua.
A empresa pratica a multicanalidade?
JCFJ – Sim, mas não em todas as lojas. Já é possível comprar no site e retirar na loja. Nesse esquema, estamos em 90 cidades, com 118 pontos de venda e aprendendo muito com o digital, aperfeiçoando o atendimento e entendendo a forma de conhecer os clientes. Assim, atendemos às suas escolhas.
Como o senhor vê a convivência entre a loja física e o e-commerce?
JCFJ – Indiscutivelmente, são complementares. As experiências recentes, antes e pós-covid, têm nos demonstrado cada vez mais a integração das duas modalidades. Ao ter a opção de escolha, o cliente será atendido da melhor forma possível, de acordo com as suas necessidades e com a certeza de que a experiência, tanto no digital quanto no físico, será excepcional.
A rede tem planos para ampliar o número de lojas e entrar em outros estados?
JCFJ – Com certeza. Desde 2022, temos feito ampliações e aperfeiçoamentos em lojas já existentes e vamos continuar em 2023. A nossa expectativa para este ano, entre abertura e melhorias de lojas, é chegar a 35 localidades. O lugar em que planejamos ingressar mais a fundo é o Pará, onde já abrimos a primeira loja no sudoeste do estado. E, guardando as particularidades e a cultura do Armazém Paraíba, vamos abrir lojas em municípios de pequeno e médio porte nessa mesma região.
Quais as vantagens do varejo regional?
JCFJ – Meu pai acreditava que as cidades pequenas e médias propiciavam um desafio maior, exigiam mais empenho e assertividade das lojas. Quanto menor a cidade, maior é o vínculo e a consideração da população. Não é fácil construir isso, mas todo o treinamento e a forma de trabalho, inclusive com as entregas rápidas, a frota e a montagem dos móveis, são reconhecidos.
ele trafega por todos os canais, consulta no site e compra na loja, ou vice e versa. Cada vez menos, existe a jornada de antes, de o cliente sair de loja em loja comparando preço. Quando ele chega à loja, já tem conhecimento do produto e muitas vezes vem com a decisão já tomada. Por isso, o atendimento, hoje, é ainda mais essencial, porque o consultor tem menos fluxo e precisa ser mais assertivo na conversão da venda..
Fonte: Eletrolar News #155