Novos hábitos de consumo
As perspectivas do mercado e os novos hábitos do consumidor foram debatidos na terça-feira (16.06) pela Positivo Tecnologia em um encontro que teve a participação de Norberto Maraschin Filho, vice-presidente de negócios de consumo e mobilidade da empresa, Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, e Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas e consultoria do IDC Brasil.
O processo de confinamento, devido à Covid-19, colocou a importância da tecnologia em outro patamar, disse Renato. Com a privação, mudaram as condições, as pessoas começaram a entender a tecnologia como meio e não como fim. Além disso, muita gente está aprendendo a lidar com ela agora, o País ainda não tem maturidade tecnológica.”
As vendas, que já vinham em um processo ascendente, evoluíram na pandemia, até por causa do impedimento de ir e vir a qualquer hora. “A classe A, que viajava, mudou seu entretenimento. Mudou a forma do gasto e a tecnologia, por ser o meio de comunicação com o mundo, passou a ser tão importante quanto a comida”, acrescentou Norberto.
Os notebooks, que foram o destaque no período, até porque muita gente passou a trabalhar em home office, deverão, passada a pandemia, manter vendas elevadas. “O notebook é um meio para trabalhar, para o filho fazer aula e para atingir outros objetivos. A indústria está suportando esse movimento, embora alguns fabricantes tenham diminuído a produção, acreditando na queda das vendas”, destacou Reinaldo.
Começa o século 21
No processo de compra, tudo o que amplia os horizontes das pessoas vai crescer a partir de agora, afirmou o presidente do Grupo Locomotiva. “O consumidor vai ver o que cada produto representa e, ao se tornar usuário, começará a querer cada vez mais tecnologia.” Para o vice-presidente da Positivo, “a penetração desses aparelhos na família vai ajudar a buscar tecnologia cada vez melhor.”
No varejo, a prática da separação do universo entre online e offline deixou de existir. “A pandemia acelerou esse processo, o século 21 começa agora, com duas vertentes, a conservadora e a disruptiva e talvez essa seja a grande revolução”, disse Renato.
“Estamos passando pela transformação digital e as empresas têm que se adaptar oferecendo o home office. Em relação a outros países, o Brasil tem uma vantagem, que é a produção local de componentes, o que é diferente de consumir apenas o que é fabricado na China”, lembrou o gerente de pesquisas do IDC Brasil.
Hoje, no País, apenas 55% dos domicílios têm pelo menos um PC e a idade do aparelho oscila entre cinco e seis anos, mas deverá ocorrer uma grande aceleração das vendas em sintonia com as novas tecnologias. Durante a crise, 54% das pessoas compraram um computador para fins educacionais.
Mercado de consumo
Nessa área, o varejo é o mais representativo em termos de vendas, afirmou Reinaldo. “Quando as lojas reabrirem, as vendas irão crescer. Empresas médias e pequenas, que têm a tecnologia como meio para se desenvolver, continuam comprando equipamentos.”
O acesso à internet deveria ser direito fundamental do cidadão, isso é um impacto que vai mudar as políticas públicas do Brasil, destacou Renato. “Quanto mais aumenta a pressão por políticas públicas de inclusão, graças à tecnologia, essa visão se fortalece”
Com a pandemia, as grandes empresas começaram a se movimentar no online, os produtos passaram a ser entregues rapidamente, e os varejistas regionais entraram no digital, mas ainda há muito espaço a conquistar. O desafio do varejo, na opinião dos participantes do encontro, é tornar a loja física um espaço de experiências. “Houve um instinto de sobrevivência, agora, o importante é analisar o cliente e se preparar”, disse o vice-presidente da Positivo Tecnologia.
Redação Eletrolar News – Por Leda Cavalcanti