Marketing de afiliados faz vendas on-line crescerem 45% no primeiro semestre
Por: Konstantin Georg Friedrich Wülfing
Apesar da instabilidade econômica com a alta inflação, que tem impactado o consumo, os brasileiros têm recorrido cada vez mais ao e-commerce. A prática tem sido impulsionada por produtores de conteúdo que veiculam anúncios on-line em troca de comissões, dentro da prática conhecida como marketing de afiliados. Segundo dados da Rakuten Advertising, nos primeiros seis meses deste ano, as conversões em vendas intermediadas por sua rede de afiliados representaram 54% do total registrado em 2021.
Na comparação anual, a evolução média de janeiro a junho de 2022 é de cerca de 45 pontos percentuais acima do número acumulado no mesmo período do ano passado. Tendências semelhantes também foram observadas no volume de pedidos, que no mesmo período registraram 58% do total obtido em 2021; e também no volume de cliques, que já chegou a 52% do total registrado em todo o ano passado.
Dentre as categorias de produtos que mais se destacaram, o ranking do interesse dos consumidores é liderado pelo setor de vestuário e acessórios — que obteve a maior participação nas vendas on-line via afiliados (34,8%) entre o quarto bimestre de 2021 e o segundo bimestre de 2022. Em seguida aparecem lojas de departamento (16,3%), eletrônicos (12,5%), beleza e cuidados pessoais (7,4%), casa e decoração (7,2%) e saúde e bem-estar (6,8%).
“Mesmo em um período de instabilidade econômica, os consumidores brasileiros continuam desenvolvendo o hábito de comprar on-line, potencializado inicialmente pela pandemia e que continuará crescendo nos próximos anos”, disse o vice-presidente da Rakuten Advertising no Brasil, Luiz Tanisho.
Segundo ele, o aumento expressivo nas vendas intermediadas por parceiros de conteúdo ratifica o crescimento dessa prática cada para incrementar as receitas dos anunciantes em diversos segmentos. “O cenário desenhado a partir da evolução do marketing de afiliados é amplamente positivo para as vendas do e-commerce”, afirmou Tanisho.
Cashback
A relação entre pedidos e cliques mostra que cada vez menos cliques são necessários para que um pedido seja gerado por intermédio da rede de afiliados. O indicador mostrou forte evolução em boa parte do primeiro semestre deste ano, com avanços mensais que chegaram a até 55% na comparação anual. No geral, o percentual cresceu de 3,4% em 2021 para 3,9% nos seis primeiros meses de 2022.
Cupons e vouchers também lideraram amplamente, com 52%, como a categoria primária de vendas usada para contemplar os consumidores que fizeram compras após clicarem nos anúncios. Em seguida, com 22,6%, está o pagamento de recompensas de fidelidade, a exemplo do cashback.
Houve uma queda de 6% no ticket médio em comparação com 2021, que pode ter ocorrido por dois motivos principais. Um deles é o maior alcance dos anúncios veiculados por afiliados, que agora impactam de forma mais ampla diferentes perfis de consumidores — ou seja, há cada vez mais espaço para todos os bolsos e uma maior variedade de produtos anunciados. A outra razão apontada pela empresa é a queda no poder aquisitivo, que leva os brasileiros a economizarem mais diante de um cenário incerto.
Fonte: Correio Brasiliense