Magazine Luiza subsidia frete aos seus sellers
A revolução digital gerou oportunidades, mas é difícil ter lucro no e-commerce, devido à logística ineficiente do país, que faz o frete ser muito caro, e aos impostos, disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza nesta quarta-feira (25.09), no evento que a empresa realizou para os sellers participantes de seu marketplace. “É fácil vender, mas é difícil fazer dinheiro. O Magalu é o mais rentável por causa da multicanalidade”, afirmou o executivo. A partir do próximo bimestre, o consumidor poderá comprar no site de um marketplace e retirar o produto na loja da rede.
No evento, Frederico anunciou também frete grátis a partir de outubro para as vendas dos mais de 8000 parceiros de seu marketplace. O benefício será válido para as compras acima de R$ 99,00 e para entregas em qualquer lugar do país, com valor máximo de R$ 80,00. Os que quiserem se valer do benefício terão que despachar o produto para o cliente em até um dia útil após a compra e usar o Magalu Entregas, a rede de transportadores credenciados pela empresa. “Não tem porque ficar a reboque da revolução digital”, destacou o CEO, reconhecendo que a decisão será um estímulo para as vendas na Black Friday. A medida é a primeira de uma grande rede após a Amazon lançar umplano de assinatura mensal de R$ 9,90 com frete incluído para compras.
Avaliada em R$ 55,6 bilhões na data do evento, a rede apresentou números que mostram a sua estratégia para ser a mais estruturada em termos de multicanalidade. Conta com 16 centros de distribuição, mais de 1000 lojas com área para armazenagem de produtos e atua com cerca de 2000 transportadoras. Mais de 80% dos produtos que vende são entregues por micro transportadoras, o que permite otimizar a entrega e o próprio veículo. Além do frete, o Magalu oferecerá para seus sellers serviços de adiantamento de recebíveis e uma ferramenta digital de simplificação para recolhimento de impostos.
Loja física
O evento contou também com a participação do apresentador Luciano Huck, que apresentou exemplos sobre a importância da educação para a inclusão social e destacou o seu relacionamento com a rede e a união de propósitos. O papel da loja física foi abordado por Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu. “Ela não vai acabar, tem que se reiventar, ser criativa e um ponto de encontro. A loja física vai facilitar a entrega dos produtos adquiridos via internet e a diferenciação ocorrerá pela forma como uma empresa lida com o cliente.”
Serviços
Os principais executivos da empresa participaram de paineis sobre evolução digital e detalharam os serviços que passarão a ser oferecidos aos parceiros do marketplace dentro do conceito Magalu As a Service. André Fatala, diretor-executivo de tecnologia e John Rethans, head de desenvolvimento digital do Google, falaram, inclusive, sobre a mudança cultural para os avanços. “É um marco gigantesco, o Magazine Luiza começa uma fase olhando para fora e não só para si”, explicou André.
Henrique Imbertt, diretor de atividade organizacional do Magalau falou sobre agilidade. “É um conjunto de muitas práticas e que resulta em satisfação do cliente. Vejam a agilidade como o meio para atingir algo que esteja próximo do cliente, desenvolvam pessoas e criem multiplicadores internos”, aconselhou aos participantes do marketplace da rede.
O futuro do varejo foi o tema de Rodrigo Nasser. Ele lembrou que o mobile é a principal força de crescimento do e-commerce brasileiro. “As vendas do e-commerce cresceram com os smartphones.” O executivo comentou também que as constantes mudanças em obrigações fiscais e regulamentares são uma das maiores forças para os empreendedores investsirem em tecnologia.
Gleicon Moraes falou sobre a Black Friday e os preparativos que antecedem a promoção, Ricardo Rocha abordou a digitalização do pequeno varejo, observando que o mercado já constata os efeitos da multicanalidade e que a meta, agora, é elevar os serviços a um novo nível. “Vamos entregar a estrutura que o varejista precisa, disponibilizar tecnologia e know how.”
O poder e os desafios da multicanalidade foram o tema de Talita Paschoini. Em sua apresentação, ela analisou alguns pontos positivos que permitem o desenvolvimento de um e-commerce rentável. “Entre eles, estão a presença da empresa nas redes sociais e no wattsApp, a criação de uma intimidade com o cliente e a otimização da logística.