GfK-Principais tendências para o setor de eletros em 2022
por Leda Cavalcanti
O ano de 2022 apresenta desafios, mas a perspectiva é de melhora a partir do segundo semestre. “Questões cambiais e de oferta de insumos, e o cenário socioeconômico estão entre os principais obstáculos previstos para o setor de eletros”, diz Ricardo Moura, head of marketing intelligence Brasil da empresa de pesquisas GfK. “Os segmentos voltados para os hábitos de consumo adquiridos durante a pandemia devem continuar tendo papel de destaque, principalmente com a chegada de novas marcas e produtos mais acessíveis”, acrescenta.
Uma grande tendência para este ano é o affordable premium. O consumidor irá adquirir produtos premium em segmentos com preço melhor. Por exemplo, um televisor de maior polegada, porém com tecnologia mais simples. Outra tendência é a exploração de nichos (categorias e features) como estratégia para alcançar o consumidor, principalmente em um ano desafiador. Produtos voltados à praticidade e à experiência fora do lar também são tendência. “O consumidor não abandonará o que aprendeu na pandemia”, afirma Ricardo.
“O affordable premium é uma grande tendência em 2022. O consumidor irá adquirir produtos premium em segmentos com preço melhor. Por exemplo, um televisor de maior polegada, porém com tecnologia mais simples.”
Além dos produtos premium mais acessíveis, que vêm ganhando força em termos de vendas desde o ano passado, algumas categorias consideradas como desejos de consumo devem movimentar o mercado em 2022. Entre elas, estão as cervejeiras, adegas e lava-louças.
TVs
Ano de Copa do Mundo, 2022 terá uma edição diferente de todas as outras, pois será realizada em novembro, e não no meio do ano, por causa do calor do Catar, sede do evento. A capital do país, Doha, está seis horas à frente do Brasil, o que tornará os horários dos jogos na primeira fase mais acessíveis aos brasileiros: às 7h, às 10h, às 13h e às 16h. Será este o ano dos televisores?
“A expectativa é que 2022 continue como o ano das grandes telas, com apelo ainda mais acentuado próximo à Copa do Mundo. O segmento premium OLED/QLED deve continuar ganhando espaço, não só entre as telas de ultradefinição mas no mercado de telas como um todo. Aguarda-se a recuperação do mercado a partir do segundo semestre, não só pela esperada retomada da economia local como pela normalização no abastecimento e produção de telas nas fábricas da Ásia. O câmbio é um dos principais pontos de atenção para essa indústria”, alerta Ricardo Moura.
O estímulo às vendas de TVs deve ocorrer com a Copa do Mundo, mas outros eventos irão movimentar esse período, diz o head de marketing intelligence da GFK. “Com isso, as vendas desses aparelhos podem se dar de forma mais pulverizada em relação aos anos anteriores. O desejo do consumidor também pode se voltar para outros segmentos relacionados à experiência dentro do lar. Há expectativa de boas vendas, sim, mas também há muita incerteza do que poderá ocorrer por conta da Black Friday, realizada na mesma época. As cervejeiras são uma aposta para esta Copa do Mundo mais caseira.”
TI e linha branca
No geral, a pandemia trouxe um volume não esperado de vendas para o mercado de TI. Além da demanda reprimida, as pessoas sentiram a necessidade de equipamentos mais modernos para se adaptarem à nova realidade do trabalho e do estudo remotos. “Foram registrados crescimentos acima de dois dígitos em 2020 na comparação com 2019, e um número razoavelmente estável em 2021 ante 2020. Essa demanda, porém, deve desacelerar-se em 2022”, diz Ricardo.
Em informática, há tendência de avanço para as linhas intermediárias de notebooks. Os SKUs construídos nas linhas novas trazem elementos importantes para melhorar a experiência do usuário, como processadores mais rápidos, memórias RAM maiores, SSDs para agilizar processos simples e W11, conta o head. Em 2022, com a maturidade da categoria, upgrades e substituições devem ser os maiores motivadores para a troca dos aparelhos.
Para a linha branca, este semestre pode ser desafiador, mas há a expectativa de melhora para o final deste ano. “Além das questões socioeconômicas que ainda perduram, temos inflação alta, e os empregos gerados são de baixa qualidade. O nível de ocupação melhorou, mas muito por conta de trabalhos informais, que não aumentam o poder aquisitivo. Os produtos premium da categoria estão com perspectiva de estabilidade frente a 2021”, explica Ricardo.
“Produtos voltados à praticidade e à experiência fora do lar também são tendência. O consumidor não abandonará o que aprendeu na pandemia.”
Fonte: Revista Eletrolar News #147