ESPECIAL PRESIDENTES ENTREVISTAS – INDÚSTRIA
Por Leda Cavalcanti e Dilnara Titara
Mais uma vez, as empresas do Brasil pedem a tão falada e debatida reforma tributária, a estabilidade política, a redução dos impostos e a segurança jurídica como a forma mais eficaz de atrair investimentos. É quase um mantra que se repete a cada ano. Confiamos que valha a imagem do provérbio “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, uma alusão ao fato de que a tenacidade é capaz de vencer todas as dificuldades. Esperamos que sim.
Os apelos das empresas são os mesmos dos últimos anos e continuam sem resposta definitiva. É preciso reconhecer que os últimos tempos não foram fáceis devido à covid-19, cujos reflexos atingiram países do mundo todo, com sérias consequências. Um dos problemas mais graves para o segmento de eletros foi a falta de insumos, que provocou prejuízos muito grandes na produção. além da alta do preço do frete internacional. Outro foi a desvalorização do real frente ao dólar.
Inflação e juros subiram, e o poder de compra do brasileiro caiu, afetando o consumo. A mentalidade inflacionária parece voltar com força quando o País acreditava que ela estava liquidada. Em 2022, a previsão de crescimento do Brasil é de 0,8% a 1,9%, enquanto nos países emergentes chega a 5,1%, conforme especialistas e o Fundo Monetário Internacional (FMI). As empresas não pedem milagres, mas sim que se olhe para o País com mais seriedade.
É preciso melhorar os índices econômicos, bem como a educação e a formação de mão de obra. É preciso, também, dar um freio na alta taxa de desemprego e na queda da renda. As empresas se mostram prontas a colaborar, mas os problemas básicos citados acima exigem uma solução. O Brasil não pode caminhar com intermináveis debates. É hora de conclusões, de menos polarização na política e de mais bom senso na tomada de decisões.
ACER DO BRASIL
A empresa cresceu nos últimos anos, grande parte em decorrência do aumento da demanda causado pela pandemia, diz o diretor-geral, Alexandre Gerardo. “Esperamos que essa tendência de crescimento se mantenha também em 2022. Neste ano, teremos lançamentos em todas as categorias, incluindo lifestyle.”
Em 2022, o público gamer, por exemplo, continuará sendo uma das prioridades da Acer, com o lançamento de acessórios e novas máquinas para todos os tipos de usuários e necessidades. “Os consumidores também podem esperar da marca muitas novidades nas linhas de notebook, monitores, acessórios e muito mais”, conta Alexandre.
O diretor-geral acredita ser necessário mais incentivo, tanto fiscal como para o desenvolvimento de tecnologias, que, apesar dos desafios, tem se mantido em crescimento. “O Brasil tem muito potencial nesse sentido por ser um polo tecnológico, e essa ideia deve ser reforçada”, diz Alexandre. Ele lembra que a alta do dólar afeta a importação, as produções locais e o bolso do consumidor. “Apesar disso, nossa prioridade é sempre tentar garantir as melhores oportunidades comerciais e a qualidade diferenciada. Esperamos, também, que seja revertido, em futuro próximo, o quadro da falta de insumos que tem afetado toda a cadeia desde o ano passado”, acrescenta.
AMVOX
Não há dúvida de que 2022 será extremamente desafiador, principalmente pela instabilidade político-econômica e pela eleição presidencial, diz o diretor Guilherme Santos. “Entretanto estamos muito confiantes com o nosso planejamento, estruturado para superarmos as adversidades. Nossa expectativa é de faturamento maior que o de 2021, mantendo o crescimento dos últimos oito anos.”
Neste ano, a empresa acredita na evolução da linha de áudio, seu carro-chefe. “Ela vem crescendo muito, tanto em SKUs como em share de mercado. Seguimos investindo em pesquisa, desenvolvimento e inovação para oferecer os melhores produtos, com qualidade superior, conectando nossos consumidores ao propósito da marca”, conta o diretor.
Para impulsionar o setor de eletros, Guilherme cita como importantes a reforma tributária, a isenção ou redução do IPI e incentivos para desenvolver novas unidades fabris. “Os investimentos que o governo federal tem alocado em ferrovias e malhas rodoviárias reduzem os custos de frete, mas eles ainda são altos no País devido à inflação e ao preço combustível, com consequências para a cadeia logística e o valor do produto final. Outros grandes problemas são o valor do frete internacional, sem previsão de baixa nos próximos seis meses, e a instabilidade do dólar, devido à utilização de matéria-prima importada.”
ASUS BRASIL
As projeções da empresa indicam continuidade do crescimento no mercado brasileiro, diz Manuel Castro, diretor comercial. “Isso é reflexo dos esforços de vendas e marketing realizados em 2021, além da expansão da participação da marca no varejo com parcerias fortes em todo o Brasil, visando ao aumento de capilaridade e alcance dos produtos. Com o impulso dos lançamentos e do trabalho de distribuição e marketing junto aos canais e marketplaces, é esperado um aumento contínuo nas vendas em comparação com o último ano.”
Os principais destaques do ano são os lançamentos na categoria de notebooks. “Para algumas linhas, contaremos com uma parceria forte para a fabricação nacional, a fim de atender à demanda do consumidor brasileiro. Como tivemos grandes novidades na CES, em janeiro último, estamos trabalhando fortemente para trazer os produtos com tecnologias e especificações que casam com o mercado brasileiro e que farão uma diferença ímpar no setor”, conta o diretor
Alguns produtos comercializados pela ASUS no Brasil são produzidos ou contam com insumos trazidos de fora, o que impacta diretamente o custo da negociação, explica Manuel. “Além disso, o mercado passa por uma escassez geral de insumos, como chips e semicondutores, acarretada pela alta demanda e potencializada pela pandemia. No entanto trabalhamos para garantir a disponibilidade contínua de produtos a preços competitivos para o mercado brasileiro.”
ATLAS ELETRODOMÉSTICOS
O cenário nacional, após dois de bom crescimento no setor de eletrodomésticos, demonstra maior complexidade em 2022 devido ao comprometimento da renda, ao elevado nível do desemprego e à inflação, que eleva as taxas de juros e, consequentemente, aumenta os custos dos produtos, diz o CEO Márcio Veiga. “Cresceremos, sim, mas teremos mais desafios do que em períodos anteriores. No entanto a Atlas Eletrodomésticos aposta nos diferenciais de seus produtos. Lançaremos uma linha completa de cocção, com muita inovação.”
Neste ano, o grande lançamento é a Linha Diplomata. “A empresa amplia o seu portifólio de produtos e passa a oferecer soluções em cocção para a cozinha com fogões de piso, fornos de embutir, coifas, micro-ondas, cooktop de indução e cooktop a gás”, conta Márcio. .
Para o CEO, o Brasil precisa de mais estabilidade política e jurídica para dar segurança aos investidores no longo prazo. “Fala-se em uma provável redução do IPI, seria bem-vinda, porém a indústria precisa de ações estruturantes para não perder competitividade em nível mundial. O dólar alto, por sua vez, beneficia as exportações, mas impacta tudo o que é fabricado no Brasil. O custo do frete marítimo para a importação de matéria-prima e de produtos mais que dobrou em 2021. Esses custos, de modo geral, afetam a retomada do ritmo das vendas porque os produtos ficam mais caros, e o consumidor, sem o poder de compra, tem dificuldade para adquirir novos eletrodomésticos.”
BEDINSAT
Para a empresa que fornece ao mercado produtos para transmissão e recepção de sinal via satélite, 2022 será um ano para a retomada de negociações e vendas, afirma Lucas Bedin, diretor. “Com o mercado aquecido, a BedinSat espera aumentar o seu faturamento consideravelmente, neste ano.”
Duas novidades da companhia, para este ano, são os modelos de suporte para televisores: o Suporte BA-32 Articulado e o Suporte BA-32 Biarticulado. “Temos também, como destaques, o SmartBox BS-9700S e o SATHD BS-9900S”, comenta o diretor.
Para Lucas, mais facilidades de crédito e diminuição dos impostos sobre os produtos eletroeletrônicos são pontos importantes e merecem ser avaliados, pois estimulariam o setor. O valor do dólar e a falta de insumos afetam diretamente os negócios da empresa. “Pelo fato de serem produtos importados, quando o dólar sobe, torna-se necessário repassar esse valor. E a falta de insumos para a produção local também é um problema. Quanto mais escassa, mais cara fica a matéria-prima. Esses fatores, consequentemente, tornam o preço do produto final mais elevado.”
BRITÂNIA
Para 2022, seguindo as previsões do mercado, a marca espera baixo crescimento em relação ao ano anterior. “Neste momento, é imprescindível que todos os movimentos e todas as decisões tomadas sejam feitos de maneira cuidadosa. Mesmo em fases delicadas do mercado, buscamos tomar decisões rápidas, mantendo qualidade e prevendo os próximos cenários”, conta Cristiane Clausen, diretora-geral da Britânia.
Ao longo de 2022, a Britânia fará lançamentos em todas as suas categorias e linhas. Os principais destaques serão nas famílias de cooktops, batedeiras, liquidificadores, televisores, áudio, tablets, ferros, cafeteiras e aspiradores. “Teremos campanhas robustas, com vídeos, merchans, materiais de MPDV e muito mais, tudo para fortalecer as vendas no varejo”, diz Cristiane.
Para estimular a economia brasileira e, consequentemente, melhorar o ambiente para o setor de eletros, seriam fundamentais a redução dos gastos públicos, promovendo um equilíbrio fiscal, e, principalmente, a redução da inflação, destaca a diretora-geral da empresa. Todas as operações envolvendo matérias-primas e custos em geral da empresa estão atrelados ao dólar ou a commodities internacionais que variam na mesma moeda. Dessa forma, a empresa foi afetada tanto pela variação de preços quanto pela oscilação do câmbio
CALOI
A empresa teve ótimo crescimento em 2021, impulsionado pela alta da demanda desde 2020, ligada à maior procura por bicicletas depois do início da pandemia no Brasil, diz o presidente Cyro Gazola. “Este ano é mais desafiador. De um lado, temos o segmento de bicicletas de preços de entrada, cuja oferta e demanda estão mais equilibradas, e de outro grande procura e baixa disponibilidade de produtos de médio e alto valor agregado, que ainda são afetados pela escassez de peças e componentes ligados à cadeia global de fornecimento.”
Via Abraciclo, associação do setor, a empresa publicou que este ano tem potencial para crescimento de duplo dígito na indústria, mas os fatores da economia, como inflação, juros e recuperação de renda, irão influenciar diretamente a demanda dos consumidores. “É crucial para o País ter foco no controle desses pontos, na ampliação da base de empregos e na atividade industrial como um todo.”
Em 2022, a Caloi vai acelerar inovações, principalmente nos segmentos de mountain bike (MTB), bikes elétricas e bikes urbanas e de lazer. Neste semestre, relançará um ícone da marca. “O maior desafio da indústria de bicicletas está na disponibilidade de peças e componentes. A cadeia global de fornecedores opera com alta demanda e ainda veremos atrasos, principalmente para itens como transmissões, freios e suspensões, que são críticos para a montagem das bikes”, afirma o presidente.
COLETEK
Embora o cenário atual ainda seja de superação, a Coletek acredita fielmente nas oportunidades que 2022 trará, diz o presidente André Chou. “Isso porque o nosso segmento continua em constante evolução. Em termos de faturamento, a perspectiva para 2022 é que, com a retomada, os números aumentem em relação ao ano passado e o mercado permaneça aquecido.”
A empresa programa muitas novidades. “Em 2022, investimos no crescente cenário gamer e em uma linha completa de água em parceria com a Philips Water Products, que chegará com força total ainda neste ano. Projetada para o dia a dia, a linha oferece aos consumidores uma solução total, capaz de cobrir todas as suas necessidades, em casa e em movimento ou em várias outras categorias. No Brasil, somos responsáveis por vários itens da linha, desde garrafas com filtros especiais, capazes de remover até 99,9% dos vírus e bactérias presentes na água, até dispensers e purificadores”, conta André.
Ter um olhar crítico é fundamental quando o assunto é a economia do nosso País, afirma o presidente. “Acreditamos que as medidas estão sendo trabalhadas frequentemente (por exemplo, a redução de IPI em 2022) e que o setor de eletroeletrônicos possui potencial para crescer ainda mais. Para a Coletek, o valor do dólar é fator predominante para algumas tomadas de decisão, visto que, além do impacto direto nos custos (insumos, câmbio, importação, etc.), afeta diretamente a competitividade de mercado e onera o preço final para o consumidor.”
ELG
Em 2022, a empresa completa 20 anos de atividades, destaca o presidente Antonio Henrique Felipe Lopez. “Mesmo com todas as adversidades já vivenciadas, sempre obtivemos resultados excelentes. Em 2021, tivemos crescimento de 25% em relação a 2020, e neste ano não será diferente.”
Com uma linha completa de suportes para televisores, a empresa terá lançamentos nesse segmento, principalmente no que diz respeito à ergonomia residencial/corporativa, conta Antonio. “Mas a maior aposta ainda é no setor gamer. O grande lançamento da ELG, neste ano, é a linha de produtos para a casa conectada. Entraremos forte nesse mercado e com características inéditas.”
Fica difícil traçar estratégias com tantas variáveis, como dólar, frete e pandemia. “Mas ainda acreditamos que a diferenciação do produto, no que se diz respeito à qualidade e ao estoque, pode nos colocar à frente”, afirma o presidente. Segundo ele, as variações cambiais atrapalham muito qualquer tipo de indústria. “Além da desvalorização da moeda, sofremos fortes e constantes ajustes no frete marítimo, o que nos prejudica em qualquer negociação, pois o varejo não tem preparo para absorver tal repasse.”
ELGIN
Em 2021, a empresa teve expressivo crescimento de 45% no faturamento ante 2020. Muito desse resultado se deve às estratégias adotadas e à atenção às mudanças do mercado, conta o CEO Rafael Feder. “Em 2022, projetamos crescimento de 35%. A Elgin se preparou muito para este ano. Diante da falta de insumos, fez grandes negociações e produziu estoques para evitar a pressão de preços. Não terá problemas e garante o crescimento projetado.”
Há muitas novidades em 2022, diz o CEO. “Na linha Smart Home, vamos lançar cerca de 20 produtos, tornando-a a mais completa do País. Em eletroportáteis, o aspirador robô. Em ar-condicionado, estendemos a garantia, que é a maior do mercado: três anos para o produto e 10 para o compressor, desde que a instalação tenha sido feita com assistência credenciada da Elgin. Em energia solar, ampliação do portfólio com módulos que atendam maiores potências, desenvolvendo a nossa linha de inversores trifásicos e apostando no crescimento da tecnologia dos inversores híbridos.”
O estímulo às vendas é possível, é preciso olhar para o passado, lembra Rafael. “Existia, há alguns anos, uma campanha das distribuidoras de energia (que têm uma verba obrigatória para investir), que dava um bônus para aquisição de um produto Classe A – Procel. Se o governo tomasse essa medida, por exemplo, teríamos três vantagens: incremento de vendas, sustentabilidade e redução na conta de luz do consumidor.”
ELSYS
Para 2022, a empresa está estruturada em quatro grandes negócios: manufatura, TV, internet e energia solar, conta o CEO Damian Zisman. “São produtos e soluções que têm sinergia entre si e são mais relevantes para nós. Temos espaço para crescer e consolidar nossa posição no mercado. Será um ano importante com a entrada do 5G. As trocas de banda irão promover mudança de tecnologia. Em energia solar, com o novo marco de geração distribuída, que dá mais segurança para quem compra, devemos crescer dois dígitos, apesar da pandemia e da eleição com turbulência política.”
A Elsys cresce com sua atuação no mercado de energia solar. “Investimos na logística e distribuição para todo o Brasil. Teremos lançamentos na área. Na parte de TV, haverá crescimento expressivo, pois os produtos terão que ser adequados ao novo contexto. Vamos participar dessa mudança e ser um player importante no processo. No ramo de casa conectada, lançaremos mais controles de acessos e fechaduras inteligentes. É um mercado em que investimos e crescemos bastante”, diz o CEO.
A complexidade do sistema tributário é uma das causas da baixa competitividade, afirma Damian. “Uma reforma tributária, com foco na simplificação, seria fundamental para todas as empresas. O dólar alto impacta os negócios. Mais do que o valor da moeda americana, o que dificulta a gestão da empresa é a volatilidade que o Brasil tem vivido nos últimos tempos. Qualquer decisão fica muito complicada pela falta de estabilidade econômica.”
ESMALTEC
Em 2022, espera-se um cenário desafiador para o mercado de eletrodomésticos, diz o diretor-superintendente, Marcelo Pinto. “Nossa atuação estará direcionada para atender à demanda de produtos de maior giro no varejo. Somos responsáveis pela produção de modelos acessíveis nas principais categorias de linha branca e estamos prontos para oferecer eletrodomésticos a preços competitivos.”
A empresa fará lançamentos exclusivos neste ano. “Um deles é o Gelágua com espaço refrigerado (EGCQF ER), o único bebedouro do Brasil com funções de água quente e gelada e compartimento interno refrigerado para conservar bebidas, frutas e pequenos alimentos. Na linha de embutir, um forno elétrico gourmet de 71 litros. E o fogão Diamante Glass tem forno duplo para o preparo de duas receitas simultaneamente”, conta o diretor.
Precisam ser tomadas medidas relacionadas ao aumento da renda dos trabalhadores, geração de empregos, redução de juros, controle da inflação e ajuste no câmbio, diz Marcelo. “Elas são fundamentais para impulsionar o setor de eletrodomésticos no País.” Sobre insumos e fretes, acrescenta: “Com a pandemia, as pessoas ficaram mais tempo em casa e trocaram seus aparelhos. Com medo do desabastecimento, os fabricantes fizeram pedidos de compra quase que de forma simultânea. Isso gerou um efeito cascata, com a ruptura da cadeia e o aumento expressivo dos custos de insumos e fretes.”
FISCHER
A empresa finalizou o ano de 2021 com saldo positivo, conta o presidente Ingo Fischer. “Acreditamos que este ano será desafiador, porém, através dos investimentos feitos e da abertura de novos canais, estimamos fechar 2022 com crescimento em relação a 2021. Teremos grandes lançamentos nas principais categorias em que atuamos.”
A carga tributária, junto com as taxas de juros abusivas, é um fator que desestimula os investimentos em todos os mercados. “Acreditamos que o Brasil se beneficiaria com as reformas fiscais e políticas, assim como com a melhoria de sua malha rodoviária e da infraestrutura de logística. Tudo isso impactaria positivamente a economia e o setor de eletrodomésticos”, diz Ingo.
No caso do dólar, o presidente da Fischer lembra que a alta da moeda estimula a indústria exportadora de um lado, mas, por outro, afeta de forma negativa a importação. “Tanto o desafio econômico quanto a falta de insumos nos fizeram acelerar a nossa expansão internacional e a otimização dos processos fabris para o aumento de produtividade.”
GEONAV
A empresa trabalha o presente imaginando o futuro, independentemente da situação macroeconômica ou política, diz o diretor comercial, Rafael Assa. “Continuamos com nosso ideal de trazer soluções inovadoras com qualidade e preço condizente com a realidade brasileira. Em nossos 14 anos de existência, esse sempre foi o nosso foco e continuará sendo em 2022. Esperamos um faturamento maior que o de 2021, mantendo o nosso crescimento acima de dois dígitos, seguindo a média histórica.”
O mercado de acessórios para dispositivos móveis é muito heterogêneo, com poucas marcas que fazem um trabalho sério de desenvolvimento de produtos, com qualidade e certificações. A atuação na informalidade atrapalha o crescimento do setor. “Também não há uma regulação adequada para mercadorias importadas diretamente para o consumidor final. Temos as empresas formais, que precisam estar de acordo com diversas regras, como certificação Anatel, mas elas não são aplicadas nesse modelo. A parte tributária merece maior atenção do governo”, afirma o diretor.
Neste ano, a Geonav apresentará muitas inovações em categorias com as quais já trabalha, adianta Rafael. “Além da expansão da nossa linha em novos segmentos, vamos reforçar a atuação do marketing, tanto no online como nas lojas físicas, trazendo mais conteúdo e novas experiências para os clientes”, conta Rafael.
GREE BRASIL
Apesar do atual cenário e de possíveis dificuldades econômicas que possam surgir, tendo em vista a ainda presente pandemia e o grande aumento dos preços de importação, a Gree Brasil tem grandes expectativas para 2022, diz o diretor comercial Alex Chen. “A empresa vem mantendo crescimento constante, cada vez mais ocupa lugar na casa dos brasileiros, abocanhando uma grande fatia do market share do segmento. Projetamos faturamento maior que o de 2021, principalmente em equipamentos com a tecnologia Inverter.”
Em janeiro deste ano, trouxe ao mercado residencial o ar-condicionado G-Diamond, conta o diretor comercial. “É o primeiro Gree no Brasil com design totalmente diferente e pioneiro em sua categoria, com a tecnologia BlackFin de revestimento das aletas, até então utilizada só na linha comercial de grande porte. Neste semestre, traremos novas gerações dos que já estão no mercado, como o G-Top, e, até o final do ano, produtos que eram comercializados somente através de importação, alguns da linha comercial leve.”
A tecnologia é uma aliada para fortalecer o desenvolvimento do setor, afirma Alex. “A Gree tem um setor produtivo automatizado, que otimiza várias ações e aumenta a sua autonomia de produção. As tecnologias de energias renováveis também podem ser grandes aliadas, pois o significativo aumento da conta de luz e as crises hídricas em 2021 afetaram diretamente a indústria produtiva e o consumo de eletrodomésticos no País. Incentivos para investir nessas novas tecnologia serão de grande ajuda neste ano e nos demais que virão.”
GRUPO MARCAMIX
A empresa acredita que 2022 será um ano de recuperação, diz o CEO Rafael Camargo. “Afinal, em 2021 tivemos muitos problemas com falta de matéria-prima e, consequentemente, de produtos, que afetaram toda a cadeia de varejo e indústria. Além disso, tivemos problemas no transporte marítimo, com poucos navios e fretes abusivos.”
Neste ano, programa o lançamento de vários produtos já neste semestre, principalmente na categoria de utilidades domésticas. “Nossa empresa busca, sempre, inovar e apresentar ao mercado produtos com qualidade e preço justo”, afirma o CEO.
Para Rafael, o grande problema do Brasil é a carga tributária, que, além de alta, é confusa. “Deveríamos ser como os países de primeiro mundo, ter uma única taxa, mas isso parece um sonho na realidade em que vivemos. A reforma tributária é fundamental para as empresas investirem mais. O País precisa ser mais competitivo. O dólar também afeta o negócio, uma vez que nossa produção é feita em outros países, e a falta de insumos, que atingiu o mundo todo, gerou muitos prejuízos, mas o cenário parece se normalizar.”
HARMAN DO BRASIL
A expectativa para 2022, na América do Sul, é de ampliação do portfólio, consolidação em algumas categorias e continuidade da liderança global no setor de áudio, diz Rodrigo Kniest, vice -presidente sênior para a América do Sul e presidente da Harman do Brasil. “Após registrarmos crescimento no ano passado ante 2020, mantemos uma projeção ainda mais otimista para os próximos trimestres, especialmente ao considerarmos os lançamentos previstos para 2022.”
Neste ano, a empresa terá soluções de áudio e novidades exclusivas em caixas de som portáteis, fones de ouvido True Wireless, headsets gamers, soundbars e sistemas de som automotivo. “O público pôde conferir algumas dessas novidades em janeiro, na Harman Explore, quando revelamos os principais lançamentos de JBL, Harman Kardon e Mark Levinson, e conquistamos mais 10 CES Innovation Awards pela excelência em design e engenharia”, conta Rodrigo.
Após dois anos de pandemia, a empresa entende que o mercado está em um momento mais maduro para enfrentar os desafios relacionados à logística e à importação de componentes para a produção industrial, diz o presidente. “Existe uma influência direta em nossa produção da dolarização das principais matérias-primas, mas hoje temos alternativas para minimizar o impacto ao consumidor, especialmente atualizando os fluxos e aumentando a produtividade de nossas unidades, além da produção local de itens que até então eram importados.”
HMD GLOBAL
O Brasil é um dos principais países onde a empresa concentra seus esforços, diz Junior Favaro, diretor de marketing e de vendas. “Estamos apostando no público brasileiro, que sempre teve uma receptividade muito grande com a marca. Esperamos continuar crescendo e lançando novos segmentos de produtos e serviços. A inovação é fundamental para termos uma expectativa positiva em 2022, mesmo antecipando que será um ano desafiador para o mercado.”
A empresa começou este ano com lançamentos importantes, conta Junior. “Disponibilizamos nosso primeiro aparelho com 5G, o Nokia G50, e entramos no mercado de tablets, com o Nokia T20. Do lado corporativo, temos o HMD Enable Pro, que é uma solução de gerenciamento de mobilidade empresarial e já tem diversos parceiros no País e no mundo. Outros lançamentos estão previstos para os próximos meses. Pretendemos continuar a nos expandir no Brasil.”
A taxa de câmbio impacta todos os setores e indústrias. “O nosso, em particular, está em processo de adaptação. Estamos comprometidos em levar as melhores experiências de tecnologia, por isso investimos na produção local dos nossos aparelhos, o que nos permite ter produtos com todos os padrões de qualidade e design Nokia a preço mais acessível. Mesmo com os impactos da economia, vemos que a democratização da tecnologia já está muito maior”, afirma o diretor.
I2GO
O ano de 2021 foi atípico, mas de crescimento para a empresa, diz o CEO Marcelo Castro. “Conseguimos nos consolidar em algumas linhas de produtos que eram novidades e expandimos o canal de atuação. Isso trouxe 30% de crescimento no faturamento. Em 2022, vamos continuar com o plano de expansão, aproveitando que o mercado começa a voltar aos padrões de antes da pandemia e com menos incertezas.”
Neste ano, lança modelos de fones de ouvido TWS, caixas de som amplificadas e carregadores com a tecnologia MagSafe. “Na linha Home Series, para a casa conectada, vamos focar em elétrica, decoração e customização de ambientes. Um dos nossos lançamentos é o Collab, com a Globoplay, kit de produtos de automação para garantir a experiência de cinema em casa”, conta Marcelo.
Reduzir a carga tributária é um caminho para economia, pois, em alguns casos, a empresa paga até 80% de imposto na importação. O valor do dólar e a falta de insumos também têm impacto, diz o CEO. “São dois grandes obstáculos que a pandemia trouxe, além da escassez de contêineres e alta dos custos dos fretes internacionais. A falta de componentes nos levou a fazer um planejamento de produção muito mais longo, o que acaba afetando o capital de giro. E a alta do dólar impactou o preço dos produtos, diminuindo as vendas de alguns. Tivemos que ajustar o mix e o forecast para alinhar a empresa com a nova realidade de custos e prazos.”
INTEL BRASIL
Para a empresa, 2022 deverá ser mais um ano de crescimento, tanto de vendas quanto de investimentos em sua estratégia IDM 2.0, diz o diretor de marketing, Carlos Augusto Buarque. “Recentemente, a Intel anunciou um grande investimento em uma nova fábrica em Ohio, Estados Unidos, e seguirá investindo em capacidade de produção e desenvolvimento de novas tecnologias para atender à crescente demanda por semicondutores.”
Um dos principais destaques deste ano é a 12ª geração dos processadores Intel® Core™. “Ela traz inúmeras inovações tecnológicas, como a combinação de núcleos de performance e núcleos de eficiência, que revolucionam a experiência dos usuários de computadores, entregando muito mais desempenho para públicos exigentes, como os gamers, ou mais mobilidade com maior duração de bateria e notebooks mais finos e leves com a plataforma Intel® Evo™ e a incorporação de inúmeras novas tecnologias com PCIe 5.0, WiFi 6E e memórias DDR5”, conta Carlos Augusto.
Para o diretor, é preciso investir fortemente no acesso a computadores e banda larga para inclusão e produtividade, especialmente nesse mundo cada vez mais remoto. “Acima de tudo, o investimento em educação deve ser prioridade. Com a educação, conseguimos preencher o gap de alguns setores do mercado de trabalho, gerar mais empregos e, por consequência, maior lucro para a economia. A democratização da Inteligência Artificial (IA) está aumentando a demanda por profissionais, porém ainda existe uma grande escassez de talentos na área.”
ITATIAIA
Uma das maiores fabricantes de cozinhas da América Latina, com plantas industriais em Ubá (MG) e em Sooretama (ES), a Itatiaia considera que 2022 será um ano de estagnação, mas com boa perspectiva para a empresa, diz o presidente Victor Penna Costa. “Acreditamos que podemos manter e/ou até crescer nosso share no mercado. Neste ano, teremos lançamentos em fogões e portáteis na feira Eletrolar Show.”
Fundada em 1964, a empresa acompanha as mudanças no comportamento do consumidor. Seus móveis modulados se adaptam aos diferentes ambientes. Consolidada nacional e internacionalmente, exporta seus produtos para América do Sul, América Central e África. Na opinião da empresa, o governo federal deveria zerar as tarifas de importação de produtos siderúrgicos. “Haveria uma redução imediata da ordem de 5% nos preços”, afirma o presidente.
O valor do dólar também é outro ponto preocupante, explica Victor Penna Costa. “Ele nos afeta diretamente em termos de custos fabris, uma vez que a desindustrialização que a economia brasileira vem enfrentando, desde a última década, fez com que a porcentagem de insumos importados crescesse.”
LENOVO
A Lenovo está otimista quanto ao crescimento do setor de tecnologia neste ano, diz o presidente Ricardo Bloj. “O mundo passa por um processo de recuperação, e observamos que algumas mudanças serão permanentes, como a digitalização global acelerada para viabilizar o estudo e o trabalho híbrido, novas formas de entretenimento e de conexão entre as pessoas. A Lenovo, como grupo, está focada em manter um crescimento sustentável e o aumento da lucratividade por meio da entrega de produtos inovadores e investimento em pesquisa e desenvolvimento.”
Na CES 2022, apresentou novos produtos, que devem chegar ao Brasil em meados deste ano, para o público gamer, para casas inteligentes e para viabilizar o trabalho híbrido e produtividade. “Além disso, anunciamos recentemente a nossa volta ao mercado de tablets com o Tab P11 Plus”, conta Ricardo.
“Para estimular o ambiente de negócios é importante um olhar sobre a simplificação dos impostos, especialmente ICMS, com o fim de diminuir a complexidade na tributação e assim desenvolver o setor. Outra medida importante é a segurança na cadeia logística. O setor sempre sofreu com roubos de carga, e os custos para coibir essa prática têm aumentado significativamente, encarecendo os produtos para o consumidor.” Ricardo lembra, também, que cerca de 95% dos componentes do PC são atrelados ao dólar. Por isso, grandes variações de câmbio afetam diretamente o valor final do produto.
LENOXX
Após os últimos dois anos, que foram de aprendizado e reposicionamento, a empresa tem boas expectativas para 2022, diz o diretor comercial, Eduardo Klinke. “Esperamos aquecimento do nosso mercado, que está em busca de soluções e inovações, com consumidores dispostos a utilizar produtos que facilitem o dia a dia e a adquirir itens que permitam momentos de lazer e distração em seus lares.”
Em 2022, o grupo inova em todas as categorias e linhas. “Repaginaremos grandes lançamentos e traremos novidades em áudio e portáteis com arrojado design e tecnologia”, conta Eduardo. Pelo fato de a Lenoxx® ser uma marca justa e acessível, ele vislumbra tempos em que haja um ambiente promissor de diálogo entre governo e indústria para que, juntos, busquem soluções para as demandas.
“Nosso setor gera milhares de empregos, e o aprimoramento das operações deveria ser uma pauta constante. Nossa torcida é para que olhem para nós o quanto antes”, enfatiza o diretor. A alta do dólar impacta o mercado de eletros na aquisição de componentes e no transporte via contêineres marítimos, cada vez mais agressivos em valores, acrescenta. “Somos um grupo 100% nacional e privilegiamos o nosso mercado, não sofrendo os impactos relacionados à exportação. Nosso compromisso é com a qualidade e o preço justo.”
LG ELECTRONICS DO BRASIL
A empresa está otimista para a retomada dos negócios, diz Roberto Barboza, vice-presidente de vendas. “Seguimos com a nossa estratégia de oferecer um portfólio cada vez mais completo e que atenda às necessidades dos mais variados públicos. Queremos sempre entregar a melhor tecnologia aliada com a melhor experiência para nossos consumidores e, por isso, investimos em inovação para uma vida melhor.”
Em 2022, traz muitas novidades. “Lançaremos uma linha de TVs com foco na ampliação das categorias OLED e QNED e produtos com novo design na categoria de áudio XBOOM. No mercado gamer, a LG vai lançar a caixa de som Gamer Portátil com Bluetooth e os monitores Ultragear. Recém-lançado, o ar-condicionado LG Dual Inverter Voice UV Nano, com exclusiva tecnologia ultravioleta, complementa a linha de condicionadores de ar Inverter. Na linha branca, teremos novidades em refrigeradores e lavadora”, conta Roberto.
Na economia, a empresa espera investimentos e um plano de desenvolvimento robusto para o setor, com foco em negociações comerciais favoráveis, obtenção de bens e matéria-prima para a produção da indústria local e suporte na questão cambial. O dólar é um assunto delicado, traz preocupações, diz Roberto. “Grandes variações de câmbio causam um forte impacto em toda a estrutura de custos. Para minimizar o impacto, trabalhamos com uma visão estratégica de planejamento muito apurada avaliando os cenários e as alternativas, sempre ajustando nossos planos com a demanda local. Assim, conseguimos diminuir o impacto na questão do planejamento de insumos.”
LOGITECH
No ano passado, a empresa teve crescimento relevante e sua expectativa é positiva para 2022, afirma Jairo Rozenblit, country manager. “Em 2021, as soluções e inovações da Logitech demonstraram uma relevância que jamais vimos, especialmente para o Personal Workspace, com soluções focadas em home office, estudo e videoconferência. O mundo dos games também segue crescendo exponencialmente. Esperamos faturamento maior do que o de 2021.”
Neste ano, fará vários lançamentos, distribuídos nas categorias em que atua. “O destaque continua com nossos periféricos wireless, com tecnologias que estão mudando o ambiente de negócios. Investimos em tecnologias cada vez mais criptografadas, com mais segurança e multiplataformas. Nossos produtos têm design moderno, ergonomia e trajetória focada em sustentabilidade. O investimento abrange todas as divisões, caso da Logitech G, de games, de áudio portátil, com as marcas Jaybird, de fones de ouvido Bluetooth, para esportistas, e a Ultimate Ears, de caixas portáteis de som Bluetooth à prova d’água”, diz Jairo.
Para o country manager, são muitas as possibilidades de estratégias para melhorar e desenvolver a economia brasileira. “Eu começaria com investimentos fortíssimos em tecnologia e uma ação macro de capacitação e geração de novos talentos em tech. Existem muitas vagas de emprego abertas na área de tecnologia e uma imensa falta de mão de obra qualificada. A economia no mundo mudou completamente com a pandemia.”
LORENZETTI
A empresa projeta crescimento em 2022, mesmo com a base forte registrada em 2021, destaca o CEO Eduardo Coli. “No ano passado, a Lorenzetti alcançou o faturamento recorde de R$ 2,2 bilhões, que representa incremento de 24% sobre o de 2020.”
Neste ano, concentra seus investimentos na manutenção da liderança nas categorias de duchas, chuveiros, torneiras e aquecedores elétricos, além de aquecedores de água a gás. “A marca está focada também em reforçar a posição de destaque nos segmentos de lâmpadas, purificadores, metais, louças e plásticos sanitários. Por isso, fará lançamentos em todas as categorias de produtos”, conta o CEO.
O primeiro semestre tende a ser instável, apesar das medidas de ajuda emergencial aprovadas em dezembro de 2021, que são favoráveis para estimular as vendas em geral, incluindo eletroeletrônicos. Como as pessoas têm ficado mais tempo em casa, investem em melhorias para o seu conforto e para a rotina do home office. A alta do dólar, porém, impacta os insumos e as matérias-primas de praticamente toda a cadeia produtiva, afirma Eduardo. “Por outro lado, a Lorenzetti exporta para mais de 45 países, que mantêm interesse pelos nossos produtos e soluções.”
MALLORY
O ano de 2022 será de reinvenção, diz Annette Reeves de Castro, vice-presidente executiva. “Em tempos incertos, é primordial se preparar para mudanças constantes. O ano de 2021 foi desafiador. Os custos inflacionados devido à escassez de matérias-primas e a fretes inacessíveis afetaram a rentabilidade das empresas, reduzindo o giro no mercado. Encerramos 2021 com crescimento de 10% de receita, porém com redução nas vendas físicas e sem alcançar as expectativas traçadas no início do ano.”
Em 2022, a empresa reforçará a família de produtos exclusivos da marca MasterChef. É o caso da fritadeira Air Oven MasterChef, disponível em seu site desde fevereiro último. Mas o lançamento mais aguardado é o purificador de ar Mallory Respirar, que posiciona a marca na categoria de cuidados com o ar. “O ingresso nessa categoria abre caminho para lançamentos de produtos patenteados com que a empresa já trabalha há seis anos e que envolveram pesquisas e desenvolvimentos essenciais à saúde”, conta Annette.
Para a executiva, o País precisa de soluções para abrir novos empregos que gerem rendas mais estáveis. “A instabilidade política e econômica, atrelada à inflação e aos juros altos, impede o consumo adequado das famílias e afeta o setor de eletros. O mercado deveria enxergar um ano eleitoral com celebração, é a oportunidade de eleger representantes públicos que possam corrigir rotas e alavancar a economia. Com otimismo e participação construtiva, é possível minimizar os impactos dessa polarização de ideologias que vivemos.”
MIDEA
Mesmo com a pandemia, a empresa teve um ano muito bom, com crescimento de dois dígitos percentuais, diz o CEO Felipe Costa. “Em 2021, também apresentamos ao mercado a Toshiba Lifestyle, linha premium de produtos, o que nos fez crescer ainda mais em market share. Sabemos que o desafio é grande, mas a nossa meta é ser um dos três principais players do mercado em até cinco anos. Estamos muito confiantes em alcançar este objetivo.”
Em 2022, espera também crescer dois dígitos, com grandes lançamentos e projetos inovadores. “Nosso foco para o ano é conectividade e IoT. Produtos conectados são uma tendência cada vez mais forte. Estamos atentos às necessidades do mercado. Além de um extenso portfólio de ar-condicionado, teremos novidades em lava e seca, lava-louças, refrigeradores e uma gama de eletroportáteis”, conta o presidente.
Desde o último bimestre, os tempos são desafiadores para as empresas que dependem das importações de insumos, diz o CEO. “A alta do dólar junto com a falta de materiais nos deixa atentos. A paralisação mundial causada pela pandemia do coronavírus reduziu o número de matérias -primas necessárias à produção. Embora muitos dos nossos produtos sejam importados, nossas duas plantas industriais localizadas no Amazonas e no Rio Grande do Sul têm capacidade de produção superior a 2 milhões de unidades de condicionadores de ar (split) e fazem da Midea Carrier o maior centro fabril de climatização da América Latina.”
MONDIAL ELETRODOMÉSTICOS
O ano de 2021 foi marcado por desafios superados pela empresa, que, ao mesmo tempo, fez grandes investimentos, mantendo o faturamento em velocidade acelerada, diz Giovanni M. Cardoso, cofundador. “Chegamos a 2022 com novidades que vão desde o lançamento de produtos até campanhas de marketing inovadoras e estratégias pautadas no relacionamento estreito e duradouro com o consumidor. Neste trimestre, lançaremos uma família de processadores, linha de ferros elétricos e micro-ondas, todos com produção nacional.”
Na economia, é preciso conseguir equilíbrio fiscal, possibilitando a redução do valor do dólar, dos combustíveis, matérias-primas e alimentos. “É preciso, também, diminuir a inflação e a taxa de juros. Inflação mais baixa, menores custos e taxa de juros reduzida formam um conjunto de indicadores que facilitam o consumo, principalmente de bens duráveis”, afirma Giovanni.
Considerando o valor do dólar e a falta de insumos, a Mondial implantou estratégias eficazes que a colocam em patamar de destaque, diz o cofundador. “Constantemente investimos em nossos parques fabris nacionais, incluindo ampliações, modernizações e aquisições, que nos permitem aumentar, cada vez mais, a nacionalização dos produtos. Hoje, aproximadamente 65% de nossa produção é no Brasil. Além disso, mantemos ótimas relações com toda a cadeia produtiva e firmamos parcerias com os nossos fornecedores de matérias-primas. Isso faz com que consigamos manter o abastecimento durante todo o ano.”
MULTILASER
Sua estratégia, em 2022, é continuar ampliando as linhas de negócios e o portfólio de produtos para as operações crescerem com rentabilidade e segurança, diz o CEO Alexandre Ostrowiecki. “A empresa está capitalizada. Em julho de 2021, fizemos o nosso IPO, estamos preparados para investir, ampliar a capacidade de produção de nossas fábricas e abrir novos postos de trabalho.”
Neste ano, investirá cerca de R$ 89 milhões para ampliar em 70% a sua fábrica de Manaus (AM), especializada na produção de televisores e câmeras de segurança, e em 60% a área construída em Extrema (MG), para a fabricação de tapetes higiênicos para pets e eletroportáteis. Prevê novas parcerias com marcas globais e planeja maximizar as vendas do e-commerce por meio de lojas virtuais próprias e marketplaces. “Vamos expandir a presença em mais países das Américas do Sul e Central, e em nações de língua portuguesa, como Portugal e Angola”, conta o CEO.
Em 2022, a Multilaser pretende ampliar a representatividade nos mercados de smartphones e de provedores de internet, no segmento de redes. Também está nos planos expandir o portfólio de eletroportáteis e vendas de produtos de som e acessórios automotivos. Para Alexandre, um dos maiores problemas do País é a carga tributária pesadíssima. “Ou o governo assume uma posição de neutralidade, tributando o menos possível, ou passa a cobrar realmente mais dos mais ricos. Sou um defensor do imposto sobre as heranças.”
NEWELL BRANDS
Com as categorias de eletroportáteis, a empresa cresceu em vendas em 2021 e, neste ano, investe ainda mais nas suas marcas Oster e Cadence, diz o presidente Alexandre Luz. “Temos um plano competitivo de lançamentos, esperamos melhora no cenário econômico e buscamos manter a nossa trajetória de crescimento. É desafiador, pois vivemos um período de dólar volátil em patamar elevado, de inflação global das commodities e frete marítimo internacional no pico. É um ano de eleição presidencial, a pandemia ainda interfere nos negócios, e caiu o poder de compra do consumidor.”
Em 2022, vai intensificar a presença nos pontos de venda e investir em conteúdos e ferramentas de relacionamento com o varejo online, com o objetivo de manter sua linha de produtos bem posicionada no mercado. “Ampliaremos nosso portfólio de maneira estratégica, estamos em um mercado movido a lançamentos constantes. Teremos inovações nas principais categorias em que atuamos, tanto na marca Oster® quanto na Cadence”, conta Alexandre.
Para o presidente, o País precisa de ações que estimulem a economia, passando por simplificação, desburocratização e redução da carga tributária. “Para que isso seja possível, o governo deveria ser mais leve, trabalhar em uma reforma, diminuir gastos para possibilitar uma redução de impostos e fazer com que aumente o consumo sem prejudicar a arrecadação. A instabilidade do dólar e da cadeia de suprimentos neste momento é um desafio para o planejamento de linhas e categorias estratégicas para a empresa.”
PANASONIC DO BRASIL
N este momento de retomada, a empresa quer manter o bom crescimento de dois dígitos que tem registrado desde 2018, diz o vice-presidente appliance, Sergei Epof. “Estamos muito animados e prevemos crescer no faturamento em relação ao ano anterior. O varejo e o consumidor podem esperar boas novidades da Panasonic em 2022. Teremos 11 lançamentos no total, distribuídos nas categorias de linha branca e personal care.”
A empresa investe cada vez mais na categoria de linha branca, com tecnologias focadas em economia de energia e de água. “Por isso, alguns de nossos grandes lançamentos, neste ano, serão na linha branca. Nossos produtos são diferenciados, têm excelência em eficiência energética, como o novo refrigerador BT43, que pode economizar até 45% de energia. Nossas máquinas de lavar têm a melhor eficiência de lavagem na categoria”, conta Sergei.
O Brasil precisa de grandes reformas estruturais, diz o presidente. “Enquanto as aguardamos, nós, da indústria, estamos atentos aos movimentos para continuar oferecendo soluções aos clientes. Acreditamos no Brasil e seguimos investindo na produção local. O dólar e a falta de insumos impactam os nossos negócios. Esses dois fatores elevaram os custos de produção, interferindo no preço final de todo o setor. A redefinição do lineup, para achar um balanço com os produtos de maior lucratividade, renegociação com fornecedores e ações de redução de custos na operação foram algumas das medidas que adotamos para amenizar esse impacto.”
PHILIPS WALITA
E ste ano será muito positivo para a Philips Walita, afirma Alexandre Escorel, líder da Philips Domestic Appliances América Latina. “Teremos grandes inovações e lançamentos. Seguimos uma trajetória de evolução, e a nossa expectativa é continuar assim durante o ano. Investimos na criação de produtos diferenciados para os nossos milhares de consumidores e, com isso, enxergamos que cresceremos acima do mercado.”
Neste ano, a empresa tem inovações, principalmente na categoria de kitchen appliance. “Estamos revolucionando o mercado com um produto pioneiro, a Airfryer Conectada, que possibilita ao consumidor preparar diversas receitas à distância, apenas com o uso do smartphone. Teremos, também, uma linha moderna de cafeteiras, com modelos de espresso e drip, bem como de liquidificadores, processadores e batedeiras”, conta o líder.
Na economia, a recuperação da renda, como efeito da geração de empregos, o controle da inflação e a melhora da taxa de câmbio são fatores que podem aumentar a confiança do consumidor e possibilitar que os investidores vejam o País com outros olhos. No caso dos insumos, a empresa busca inovações que reduzam ao máximo qualquer impacto que possa vir a ocorrer nas linhas de produção, diz Alexandre. “Um exemplo é a nossa fábrica em Varginha (MG), que produz grande parte dos insumos da Philips Walita.”
POSITIVO TECNOLOGIA
A Positivo Tecnologia foi muito bem em 2021 e está mais esperançosa em 2022, diz o presidente Hélio Bruck Rotenberg. “Nos segmentos corporativo e das instituições públicas, é forte a demanda de computadores, servidores e terminais de pagamento. No mercado consumer, há certa acomodação em patamares mais elevados. Seguiremos com o processo de transformação por meio do avanço dos negócios principais e aceleração das novas vertentes, as Avenidas de Crescimento. Esperamos que a nossa estratégia de diversificação do portfólio prossiga com o fortalecimento das receitas para termos um ano de excelentes resultados.”
Em 2022, trabalha em todas as suas categorias de soluções. “O destaque está em terminais móveis de pagamento, locação de equipamentos de informática, servidores e dispositivos para ambientes inteligentes. Estamos vendendo muitos notebooks e tablets ao mercado educacional. E preparando lançamentos como notebooks com configurações aprimoradas para o trabalho e o estudo híbridos, bem como celulares para a tecnologia 5G com a marca Infinix”, conta Hélio.
Todas as medidas que estimulem o emprego e renda são bem-vindas, claro que sempre dentro do que as contas públicas permitem, diz o presidente. “Torcemos por iniciativas que melhorem a situação sanitária, investimentos na educação e retomada da agenda de reformas como a tributária. O setor industrial eletroeletrônico é extremamente estratégico para a economia brasileira e serve como base tecnológica para o desenvolvimento das demais atividades.”
RED MOBILE
A expectativa da Red Mobile é continuar crescendo a cada ano, afirma o presidente Felipe T. Cavalcanti. “Mas fatores alheios às nossas decisões podem ditar o ritmo de 2022, como a dificuldade na cadeia de suprimentos, a elevação nos custos de produção e a conhecida volatilidade cambial. Sem esquecer que 2022 é ano eleitoral, e o mercado interno se estressa com maior facilidade.”
A empresa tem muitas novidades em 2022. “A começar pela maior divulgação da marca com a contratação do nosso garoto-propaganda, o Sebastian, que marcou época na publicidade brasileira e agora será a cara da Red. Também iniciaremos a produção nacional de nossos aparelhos e lançaremos a categoria de portáteis para oferecer mais opções ao mercado”, conta Felipe.
Para o presidente, é de fundamental importância que o governo limite o valor do frete internacional, que subiu quase 10 vezes em 24 meses, na base de cálculo dos impostos. “Essa medida proporcionaria uma forte redução nos custos de produção e dos produtos acabados, uma vez que esses novos valores impactam diretamente os preços para o varejo e contribuem fortemente para um dos grandes problemas atuais do país, que é a inflação. O mercado não comporta mais aumentos, a renda da população está bastante comprometida”, diz Felipe.
SAMSUNG
Em 2022, vai usar a criatividade e a parceria com seus canais para estimular o consumo, diz o vice-presidente da divisão de consumer electronics, Gustavo Assunção. “Além de produtos inovadores em tecnologia e cada vez mais convenientes ao consumidor, teremos como terceiro pilar a sustentabilidade. De agora até 2025, passaremos a utilizar materiais reciclados em todos os produtos, eliminaremos plásticos das embalagens, obteremos consumo zero de energia em espera para os carregadores de smartphone e deixaremos de destinar resíduos para aterros sanitários em todas as nossas fábricas.”
São muitas as novidades em TVs, monitores e eletrodomésticos em 2022, conta Gustavo. “Um exemplo é o dispositivo The Freestyle, que revoluciona a forma de consumir conteúdo audiovisual, já confirmado para este ano no Brasil, assim como modelos de geladeira Bespoke, projetados para fazer parte da decoração da casa. A Samsung apresenta inovações no Brasil sem nenhum atraso tecnológico ante as demais regiões. Cada nova evolução dos dispositivos Galaxy introduz recursos que redefinem toda a indústria.”
No Brasil há mais de 30 anos, a empresa acredita no potencial tecnológico do País. Tem dois complexos industriais, em Manaus (AM) e Campinas (SP), e centros de P&D nessas cidades, diz Gustavo. “Trazemos ao mercado nacional o que há de mais inovador, ampliando a oferta de produtos fabricados aqui e gerando empregos e recursos em P&D, o que demonstra o nosso comprometimento com o País e com os consumidores locais.”
SEMP TCL
Este será mais um ano de muita cautela e análise de cenários, mas há boas expectativas, diz Yue Haiping, CEO no Brasil. “Entendemos ser bastante promissor quando visualizamos uma possível melhora no cenário pandêmico, sem falar da Copa do Mundo. Estamos preparados para continuar oferecendo as melhores opções em produtos para todos os brasileiros através das nossas fábricas em Manaus (AM) e dos esforços dos nossos colaboradores.”
Neste ano, a empresa continuará com inovações. “Elas poderão ser vistas em nossos produtos com as tecnologias QLED e MiniLED, além das plataformas Roku TV e Google TV, que tornam a experiência mais interessante aos consumidores. Isso sem contar os produtos que fazem parte das diversas categorias em que atuamos, como smartphones, onde se inclui o nosso incrível óculos de realidade virtual TCL NXTWEAR AIR”, conta Yue.
A economia sofreu diversos reveses nos últimos dois anos. Conviver com o cenário pandêmico foi e continua sendo desafiador, afirma o CEO. “O lado positivo foi o rápido desenvolvimento de plataformas de comunicação e negócios digitais, e isso vem ao encontro das inovações que trazemos em produtos com tecnologias que facilitam o dia a dia. No caso do dólar, sua cotação é uma variável de suma relevância em nossa estrutura de custos. A alta volatilidade no mercado de câmbio é uma realidade do mercado brasileiro e que nós não podemos controlar. Estamos sempre buscando ganhar eficiência em nossas operações para minimizar impactos dessa natureza.”
SUGGAR ELETRODOMÉSTICOS
A empresa espera um ano melhor que o de 2021, com a recuperação da economia e a diminuição dos efeitos negativos da pandemia. Espera, também, que a eleição seja um fator positivo, diz o presidente Leandro Xavier Costa. “Em 2022, a Suggar Eletrodomésticos quer consolidar e fazer crescer a sua participação em exaustão e lavanderia. Estamos inaugurando uma fábrica e fazendo o lançamento de uma plataforma completamente nova de fogões. Serão lançados diversos modelos nessa categoria.”
Na opinião do presidente, a tributação dos eletrodomésticos é bastante desigual e injusta. “Precisamos diminuir a carga tributária. Uma redução no IPI daria novo impulso ao setor. A queda de juros seria também muito importante para destravar os investimentos da indústria e aumentar as vendas”, afirma Leandro.
A falta de insumos, que era um problema crítico em 2020, foi corrigida ao longo do ano passado. “O aumento no preço dos insumos é que foi o grande vilão, tornando os eletrodomésticos cada vez mais distantes das camadas economicamente menos favorecidas da população. O aumento do dólar e do frete marítimo também contribuiu para o aumento dos custos, seja através de matéria-prima importada ou de produtos acabados”, explica o presidente.
TP-LINK BRASIL
2022 será um ano de mudanças no consumo, diz Marcello Liviero, diretor comercial. “O setor de conectividade vive um ambiente de expectativa para aplicação do 5G e tecnologias de transmissão de dados sem fio com ultra velocidade. A banda larga fixa no Brasil já vem adotando esses planos, que demandam roteadores de melhor performance, com tíquete mais alto. Estamos preparados com produtos e tecnologias que vão atender a essa demanda.”
Em 2022, a empresa está investindo na linha AX (Wi-Fi 6) e Mesh, com alguns produtos dessa tecnologia já lançados em 2021. A categoria de smart home também está na prioridade para este ano, bem como a linha TAPO, oferecendo itens para automatizar ambientes e residências. “Nossa expectativa em vendas para 2022 é superior à do ano passado”, conta Marcello.
O Brasil não é competitivo na industrialização de produtos eletrônicos devido à alta complexidade tributária, incluindo mão de obra. Para importação e comercialização local é o mesmo cenário, explica Marcello. “Desoneração, simplificação e clareza nas regras fiscais são medidas muito bem-vindas para o nosso segmento. O dólar também tem impacto direto nos custos e na precificação dos produtos. A falta de insumos não apenas prejudica a disponibilidade de produtos para atender à demanda local como também afeta o custo de material e de produtos adquiridos fora do País.”
VENTISILVA
O ano de 2022 será de recuperação, ainda que discreta, afirma Marli Martani da Silva, diretora da empresa. “Para a Ventisilva, 2021 já foi melhor que 2020, praticamente retomamos o faturamento de 2019. Em 2022, não está ocorrendo a falta grave de matéria-prima, como aconteceu no ano passado, e a demanda do mercado começa a dar sinais de retomada do crescimento.”
Em 2022, a empresa foca em produtos especiais para a indústria na área de ventilação. “Começamos o ano lançando o Exaustor Centrífugo com transmissão, produto que atende a um mercado de poucos fabricantes no Brasil. Lançamos, também, os ventiladores com 100 cm de diâmetro para grandes ambientes, oscilantes e com controle remoto, e um ventilador de 100 cm, para aviários”, conta Marli.
Na economia, a redução da carga tributária seria uma boa medida para gerar mais empregos e, consequentemente, mais renda e maior consumo de eletros, diz a diretora. “Os planos do governo federal com o capital de giro FGI de 2020 e o parcelamento dos impostos federais ajudaram as indústrias a se manterem na pandemia. A falta de insumos nos prejudica diretamente e gera uma inflação com elevação diária nos preços da matéria-prima. O aumento do dólar tem dois lados: faz os itens que estão na bolsa aumentarem, porém nos favorece com o aumento de nossas exportações.”
VENTISOL/AGRATTO
Este será um ano de foco, pé no chão e de muita seriedade na aplicação de novas estratégias. Será ano de eleições, da variante Ômicron e do retorno à normalidade no caso dos insumos. Ainda assim, 2020 e 2021 foram bons para a empresa, diz a diretora de novos produtos, Natacha Tcholakian. “As pessoas viajaram menos e investiram em suas casas. Reformas e compras de produtos para o lar fomentaram o mercado. Esperamos que 2022 seja bom. Estamos trabalhando para ter novidades com qualidade e preço competitivo.”
Muitos são os destaques da empresa neste ano. “Entre os principais, está a nova linha de ventiladores da Ventisol, a ser lançada em breve. A Agratto amplia a sua linha de eletroportáteis com novos aspiradores, incluindo o robô, passadeira, chaleiras e panelas elétricas. A linha de produtos de saúde e beleza também terá novas escovas, secadores e modeladores de cabelo”, conta Natacha.
A falta de insumos foi um desafio nos últimos anos, mas a empresa adotou estratégias e planejamento mais eficazes, afirma a diretora. “Estamos investindo e ampliando as nossas fábricas para prevenir problemas como a alta do dólar e do frete internacional, e a falta de insumos importados. Aumentamos o quadro de funcionários para garantir nossa produtividade e estoques aos clientes.”
WHIRLPOOL
O setor de eletrodomésticos é extremamente estratégico para a economia brasileira, diz Gustavo Ambar, vice-presidente de marketing e vendas. “Estamos confiantes e atentos a todas as necessidades dos nossos consumidores e aos movimentos do mercado. Não sabemos todas as adversidades que vamos enfrentar, mas, além dos 110 anos de história que completamos neste ano, tudo que vivemos e aprendemos desde 2020 nos preparou para enfrentá-las. Apesar das dificuldades macro e microeconômicas, espero um 2022 superior a 2021.”
A empresa sempre busca as melhores soluções para cozinha e lavanderia e tem o consumidor no centro de todas as ações e decisões. “Com a consolidação do trabalho híbrido, muitas pessoas ainda passarão bastante tempo em casa. Nossa atuação é junto às categorias de produto. Nossas equipes ouviram as expectativas dos consumidores e trarão grandes novidades em tecnologia, design e muita qualidade nas marcas Brastemp e Consul”, conta o vice-presidente.
Para Gustavo, é oportuna a adoção de uma agenda baseada em quatro pilares: reformas estruturais, melhoria do ambiente de negócios, redução do tamanho do Estado e investimento em infraestrutura. ”O Estado precisa direcionar esforços para suas vocações básicas, e isso só vai acontecer com a reforma administrativa. Já a tributária é essencial para um país continental como o Brasil. Para crescer, é imprescindível vivermos um cenário tributário menos atribulado, que possa trazer e sustentar mais investimentos.”
XIAOMI BRASIL
Apesar de ser um ano bem desafiador, a marca espera alcançar resultados maiores em relação a 2021, uma vez que tem se consolidado cada vez mais no Brasil, diz o presidente Paulo Xu. “Nos últimos quatro meses de 2021, abrimos cinco lojas, com retorno muito positivo de fãs e consumidores da marca, levando a empresa a seguir confiante em 2022.”
Neste ano, a Xiaomi trabalha na apresentação de diversos recursos e benefícios exclusivos de seus smartphones e dispositivos inteligentes. “Podemos destacar dois principais pilares. O primeiro: os novos aparelhos das categorias intermediário, intermediário premium e flagships, com tecnologia de ponta. O segundo contempla dispositivos do ecossistema, que tem um portfólio com produtos nunca vistos no mercado brasileiro e que serão apresentados ao longo de 2022”, conta Paulo.
O valor do dólar é uma preocupação, afirma o presidente, principalmente quando há grandes variações e instabilidade. “O dólar mais estável nos possibilita planejar e executar com maior segurança e assertividade. No caso dos insumos, a Xiaomi soube lidar muito bem com esse desafio, desenvolvendo modelos de produtos de acordo com o que havia disponível no mercado, uma estratégia bem-sucedida. É uma dificuldade enfrentada diariamente, mas estamos muito atentos para que não comprometa a nossa principal meta, que é a de desenvolver soluções inteligentes para facilitar a rotina dos usuários.”
ATHOR BIKES
Em faturamento, 2021 foi um ano muito feliz, diz Leonardo Gomes, diretor comercial. “Este ano de 2022 será desafiador, porém temos metas audaciosas. Apostamos nas novidades e acreditamos que os nossos consumidores estão trazendo adeptos ao esporte.”
Na linha de aço-carbono, a Athor tem produtos com aros de 12” a 26”, com e sem marcha, e de 24”, 26” e 29” em alumínio. “Neste ano, vamos atualizar a linha em alumínio e inserir novos modelos. Traremos novidades para a mobilidade urbana, estrada e na categoria MTB, de alta performance”, diz o diretor.
A pandemia impactou os insumos necessários à produção de bicicletas, explica Leonardo. “Fomos muito afetados e ainda sentimos o reflexo da situação.” O valor do dólar elevou o preço do frete marítimo.
BRASLAR
Na visão da empresa de fogões, sempre há espaço para crescimento, afirma o CEO Pablo Douglas Klein. “A desaceleração da economia é um desafio a ser enfrentado com a diversificação de produtos, de canais e novos mercados.”
Com a queda do poder aquisitivo, itens de entrada terão mais destaque nas vendas. “Recentemente, lançamos um produto de entrada com a melhor relação custo-benefício do mercado. Nas linhas com mesa de vidro, somos pioneiros, temos grande competitividade”, diz Pablo.
Para o CEO, incentivos fiscais e aumento no auxílio para quem perdeu renda seriam bons para a retomada da economia. “No caso das oscilações do dólar, elas geram instabilidade na importação de insumos e nas exportações, dificultando negociações a longo prazo e planejamento preciso.”
BRIGGS & STRATTON
A empresa tem boas expectativas neste ano e espera crescimento aproximado de 20% sobre 2021, conta Juliano Silva, diretor-geral. “Os principais vetores de crescimento serão nossos lançamentos, com ampliação de produtos e entrada em novas categorias.”
Na Eletrolar Show, a empresa quer fixar ainda mais a sua marca residencial Branco Casa e Jardim. “Lançaremos equipamentos elétricos, como cinco modelos de lavadoras de alta pressão, e a linha jardim, com roçadeiras, sopradores, podadores de cerca viva e carrinho cortador de grama”, diz Juliano.
Para o executivo, o Brasil precisa da retomada do consumo das famílias. “É urgente controlar a inflação para que o poder de compra deixe de ser reduzido. Se ela for domada e com o mercado de trabalho mais forte, o desenvolvimento virá.”
CICLOWAY
O ano de 2021 foi bom para os veículos elétricos focados em last mile e modais para o transporte individual, diz o CEO João Guilherme Hannud Filho. “Temos projeção de crescimento exponencial devido às muitas corporações que querem se adaptar à ESG.”
Em 2022, seus principais destaques estão na logística de última milha, com três triciclos. “Lançamos a segunda geração do Formigão Baú, mais adaptado ao mercado nacional, e do Joaninha, para passageiro, mas que pode ser convertido para carga”, conta o CEO.
O mercado de elétricos precisa de incentivos, diz o executivo. “O câmbio não tem colaborado, mas temos expectativas positivas para os próximos anos, inclusive no que tange à cadeia de insumos.”
CULLIGAN
O ano de 2022 será desafiador, diz Sidney Del Gaudio, presidente da Culligan Latam. “O cenário continua com diversas incertezas pela frente, como inflação e eleições. A perspectiva é de crescimento, porém num ritmo menor que o de 2021.”
A empresa continuará com a estratégia de trazer novas tecnologias ao mercado nacional. “Os principais lançamentos serão em sistemas mais avançados de filtração, capazes de remover da água pesticidas e hormônios, com foco na saúde e no bem-estar”, conta Sidney.
O presidente defende políticas que prestigiem a produção nacional, reduzam a carga de impostos e melhorem a infraestrutura. “Também é preciso estimular o consumo para a economia voltar a girar. Temos sofrido com a variação do dólar, pois alguns de nossos insumos são importados. Esperamos que ela seja menor em 2022.”
GA.MA ITALY
A expectativa é de um ano sem restrições de funcionamento e de retorno dos eventos, muito importantes para o setor, diz Marcelo Perin, diretor comercial e de marketing. “Trabalhamos para que 2022 seja melhor que 2021 por estarmos com um portfólio bem estruturado, importantes lançamentos e pelo fato de o Brasil ser um dos países que mais consomem produtos de beleza.”
Investir em tecnologia é uma característica da marca. “Em 2022, traremos novidades tecnológicas para a linha iQ Perfetto e inovações em pranchas de cabelos, máquinas de corte masculino e secadores”, anuncia Marcelo.
“Na área econômica, contamos com a Eletros, que está em contato com os órgãos responsáveis para propor ações e modificações que tragam benefícios ao setor. O dólar, por sua vez, afeta praticamente todos os negócios no Brasil”, diz o diretor.
GRUPO FABINJECT
A expectativa é de um ano maravilhoso para a empresa, diz o CEO Marcello Duran Cominato. “Somos fabricantes e dependemos muito pouco de insumos importados. Projetamos crescimento de 20% no nosso faturamento em relação a 2021.”
Neste ano, fará lançamentos estratégicos para complementar a sua linha, como centrífuga de roupas e climatizadores de ambientes. “Nossos produtos são compactos, têm foco em economia de energia, baixo ruído e mobilidade”, conta o CEO.
Pretende, também, participar de feiras para mostrar os diferenciais de seus produtos ao pequeno e médio varejo. “Na economia, acredito que uma reforma fiscal que tribute o consumo e não a indústria trará benefícios para toda a cadeia”, diz Marcello.
GRUPO RIO BRANCO
A empresa está otimista em 2022, diz o diretor comercial, Francisco Paulo de Andrade. “Apesar da instabilidade política em ano de eleição, alguns segmentos, como o da indústria gamer, têm crescido muito. Esperamos faturamento superior a 2021, principalmente para a marca Dazz.”
Desde 2020, a Dazz expande o portfólio. “Neste ano, anunciamos o licenciamento exclusivo com o Grupo Disney para lançar as cadeiras Marvel Gameverse. Com a marca Maxprint, temos os blocos adesivos Princesas e Disney Clássicos. Também entramos no segmento de hardware”, conta Francisco.
Para o diretor, é preciso melhorar o mercado de trabalho e a renda das pessoas para o retorno da atividade comercial ao nível pré-pandemia. “Desemprego e inflação ascendente afetam brutalmente o consumo e precisam ser combatidos.”
NEWMAQ ELETRODOMÉSTICOS
Em 2022, há expectativa de recuperação, diz o CEO Rodrigo A. A. Kiriki. “As vendas serão retomadas, mas em patamar mais baixo. Os mais fortes serão os que melhor se adaptarem a números menores e à atividade industrial mais tímida.”
Lança, neste ano, as lavadoras de 14 kg e 16 kg. “São as mais compactas do mercado”, afirma o CEO. Destaque também para os motores elétricos THORQ3, com aplicações em segmentos como ventilação, lavadoras de roupas e automação residencial.
Além da questão tributária, Rodrigo considera mais um ponto. “Há necessidade de incentivo para a fabricação doméstica, a fim de viabilizar a sustentabilidade dos negócios de toda a cadeia produtiva no País. Visualizamos um cenário de estabilidade com oportunidades pontuais.”
POLYVOX
A empresa cresce ao apostar em um line-up maior, com mais tecnologia integrada e lançamentos, diz o CEO Luiz Kencis. “Temos investido muito em tecnologia e no time de engenheiros que trabalham na nova fábrica, em Manaus (AM). Acreditamos em maior participação da marca no mercado de áudio.”
Seu recente lançamento foi a XC-510, uma caixa menor da linha 500. “Vamos lançar um fone de ouvido e, em breve, uma linha de caixas acústicas premium”, conta o CEO.
Na economia, Luiz pede uma moeda estável e juros compatíveis com a realidade do País e com a necessidade de investimentos. “Precisamos de legislação pública estável para planejarmos o desenvolvimento dos nossos negócios e não sermos colhidos por surpresas tributárias e financeiras.”
PROGÁS
A empresa espera um ano melhor, diz o diretor-presidente Cristiano Mesquita da Silva. “Com maior produtividade e vendas e diminuição considerável da covid, a expectativa é de que as questões políticas não atrapalhem comercialmente o ano. Projetamos crescimento maior em 2022.”
Seus destaques continuam sendo os fornos elétricos, os misturadores e as batedeiras. “Projetamos para este ano dois lançamentos também para a área de gastronomia comercial”, conta o diretor-presidente.
As questões tributárias e a redução da inflação e dos impostos são prioritárias para estimular o consumo, afirma Cristiano. “Além disso, a falta de matéria-prima e de mão de obra impactou nossa produção neste início de 2022.”
STANLEY BLACK & DECKER
Em 2022, espera crescer dois dígitos ante 2021, diz o vice-presidente Fábio Araújo. “Nossa previsão é de continuidade do crescimento em eletroportáteis, com entrada em categorias novas e muita inovação nas quais já somos líderes. Estamos ampliando os investimentos em marketing digital e e-commerce.”
Aposta nas categorias de cozinha, bemestar e faça você mesmo. Em janeiro, lançou a AirFryer digital, com 7 litros, e dois fornos de bancada. “Traremos ao País a linha Black+Decker Reviva, lançamento mundial de ferramentas elétricas, com 100% de componentes plásticos feitos com materiais reciclados”, informa Fábio.
Na economia, o desafio é encontrar outros caminhos para controlar a inflação sem depender exclusivamente de aumento da taxa de juros, diz o executivo. “É uma ferramenta fundamental, mas não pode ser a única.”
SYMPHONY CLIMATIZADORES
Este será um ano de recuperação e crescimento para a empresa, diz Antonio Carlos Vasconcelos, gerente de vendas Brasil. “Estamos estabelecendo novas parcerias com o varejo para o lançamento de nossos climatizadores evaporativos no mercado brasileiro.”
O foco é trazer ao País climatizadores compactos, com design e alto desempenho em resfriamento. São os modelos Diet 8i, Diet 12i e Silver E, para ambientes pequenos. “Também disponibilizaremos o Winter 80XL, para ambientes maiores”, conta Antonio Carlos.
Para o crescimento do setor, o executivo diz que é preciso reduzir a burocracia e as alíquotas dos impostos estaduais e federais. “Entendo que uma reforma fiscal é fundamental para maior desenvolvimento do setor de eletros.”
WAP
O ano será difícil, com cenário macroeconômico instável e lenta recuperação do consumo, diz o CEO Paulo Sanford. “Entretanto estamos muito bem posicionados no mercado online e projetamos crescer, principalmente com a entrada em novas categorias de produtos.”
A WAP tem um plano de expansão para os próximos dois anos, conta Paulo. “Vamos lançar aproximadamente 300 novos SKUs. Entraremos num mercado total endereçável (TAM) quatro vezes maior que o atual e lançaremos ferramentas elétricas, portáteis e produtos IoT, entre outros”
Medidas como a aprovação da reforma tributária farão o País retomar o desenvolvimento. “É preciso, também, combater a inflação e o desemprego, bem como fomentar o setor produtivo e o varejo”, diz o CEO.
X-ONE BRASIL
Mesmo com a pandemia, teve aumento de mais de 500% em seu faturamento, com uma estratégia comercial e de marketing agressiva, diz Breno França, diretor-executivo. “Em 2022 contamos com a estabilidade do mercado e temos uma meta desafiadora.”
Neste ano, apresentou dois novos cases, Dropguard Magnetic Case e Dropguard Matte Glass. “Na Eletrolar Show, lançaremos mais alguns produtos requisitados pelo mercado”, conta Breno.
Na economia, o diretor pede investimentos na área portuária e no comércio exterior, além de incentivo fiscal para a vinda de fábricas ao País. “Esperamos a normalização da sobrecarga dos portos, que causou atrasos na entrega de mercadorias, e um olhar para a inflação e o dólar.”
Fonte: Revista Eletrolar News #147