Líder do varejo alimentar brasileiro, o Carrefour é um ecossistema de negócios
Por Carlos Clur
A chegada do Carrefour ao Brasil, em 1975, quando abriu sua primeira loja no formato hipermercado, na Marginal Pinheiros, na capital paulista, levou o setor a passar por grandes modificações. Na época, a unidade era uma inovação para o mercado varejista. Hoje, as operações no Brasil se tornaram a segunda mais importante do grupo em todo o mundo, atrás somente do mercado francês. Com 721 lojas, a rede está presente nos 26 estados do País e no Distrito Federal.
Seus números são fortes. A empresa ocupa o primeiro lugar no seu segmento e tem valor de mercado de R$ 42 bilhões. Em 2020, registrou R$ 74,8 bilhões em vendas. “Esse resultado reforçou não só a liderança no varejo alimentar brasileiro como a força de nosso ecossistema omnicanal e da estratégia focada em colocar o consumidor no centro de nossas decisões”, diz Noël Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil, em entrevista exclusivapara a revista Eletrolar News.
Como foi a trajetória do Carrefour, da venda de alimentos até a de eletroeletrônicos?
Noël Prioux – Quando trouxemos o conceito de hipermercado ao Brasil, chegamos oferecendo tudo relacionado a alimentos de que o cliente precisava sob o mesmo teto, inclusive comida self-service, bazar, têxteis, congelados, discos, ferramentas. Com os eletrodomésticos não foi diferente. Como o Brasil vivia um período de importações restritas em quase todos os segmentos, era inimaginável para o consumidor pensar que poderia comprar, por exemplo, um liquidificador que não fosse enorme, com copo de vidro pesado e barulhento. O liquidificador vendido no Carrefour era exatamente o oposto: era o que tinha de mais tecnológico na época. O micro-ondas, inventado na década de 1950, somente chegou ao Brasil em 1987, também pelo Carrefour.
Como foi a trajetória do Carrefour, da venda de alimentos até a de eletroeletrônicos?
Noël Prioux – Quando trouxemos o conceito de hipermercado ao Brasil, chegamos oferecendo tudo relacionado a alimentos de que o cliente precisava sob o mesmo teto, inclusive comida self-service, bazar, têxteis, congelados, discos, ferramentas. Com os eletrodomésticos não foi diferente. Como o Brasil vivia um período de importações restritas em quase todos os segmentos, era inimaginável para o consumidor pensar que poderia comprar, por exemplo, um liquidificador que não fosse enorme, com copo de vidro pesado e barulhento. O liquidificador vendido no Carrefour era exatamente o oposto: era o que tinha de mais tecnológico na época. O micro-ondas, inventado na década de 1950, somente chegou ao Brasil em 1987, também pelo Carrefour.
A categoria de eletros registra boas vendas?
NP – Ela tem um comportamento de demanda bastante previsível. Por ser de tíquete médio mais alto que o alimentar, as compras são muito mais planejadas. Claro que com eventos específicos, como a pandemia, esse comportamento mudou um pouco. Em 13 de março de 2020, por exemplo, as vendas online estavam normais, mas nas semanas seguintes tivemos uma explosão de acessos, com volumes de vendas próximo dos da Black Friday. As pessoas não só estavam comprando alimentos para cozinhar em casa, também começaram a investir em novos produtos eletrônicos para tornar o isolamento social mais confortável e prazeroso.
Em adição a isso, normalmente, temos datas específicas que são bem relevantes para o setor, como a liquidação de janeiro, a semana do Carnaval, o Dia das Mães, o Dia dos Pais, a Black Friday e o Natal. Nos demais meses do ano, temos períodos quentes para categorias específicas, como a volta às aulas para a de informática, e o Dia dos Namorados para a de celulares.
Acredito que cabe a nós, juntamente com nossos parceiros da indústria, fomentar atividades promocionais que possam oferecer ao consumidor o acesso às principais marcas do mercado, com a tecnologia mais atual, por um preço competitivo e com condições de pagamento que caibam no bolso.
Hoje, a representatividade do eletro é de aproximadamente 25% do total de vendas do Carrefour Varejo e está à disposição de nossos clientes em todos os formatos de hipermercados e no nosso site.
Quais as empresas que compõem o grupo?
NP – A partir de uma plataforma omnicanal e multiformato, reunimos operações de varejo e Cash & Carry, além do Banco Carrefour e de nossa divisão imobiliária, o Carrefour Property. Atualmente, temos os formatos Carrefour (hipermercado), Carrefour Bairro e Carrefour Market (supermercados), Carrefour Express (varejo de proximidade), Carrefour.com (e-commerce), Atacadão (atacado e atacado de autosserviço), além de postos de combustíveis e drogarias. Em 2018, o Grupo adquiriu o CyberCook, plataforma com mais de 100 mil receitas disponíveis, que passou a integrar o movimento global Act for Food da companhia, cujo objetivo é tornar a alimentação saudável acessível a todos. Também estabelecemos parcerias e aquisições importantes para a transformação digital da empresa. Dentre elas a fintech Ewally, para ampliar o portfólio de soluções e serviços financeiros de todo o ecossistema do Grupo, e a startup CotaBest, responsável pelo desenvolvimento de todo o marketplace Atacadão.
Qual é o montante de itens vendidos pelo Carrefour?
NP – Em nossos hipermercados, comercializamos aproximadamente 50 mil SKUs e contamos com a ajuda de mais de 95 mil funcionários. Buscamos a representatividade da população brasileira em nosso quadro de colaboradores. Isso significa mais oportunidades e ações afirmativas para mulheres, pessoas negras, pessoas LGBTQI+, com deficiência e outros perfis minorizados. Mais do que atuar em sintonia com as normas internacionais de direitos humanos, com a legislação do País e com as boas práticas de responsabilidade social, valorizar a diversidade e a inclusão faz parte do DNA do Grupo Carrefour Brasil e é uma questão estratégica para a companhia, em âmbito global.
Qual é o valor de mercado do Carrefour?
NP – O Grupo Carrefour Brasil possui valor de mercado de, aproximadamente, R$ 42 bilhões e segue apresentando um desempenho notável de crescimento, registrando, em 2020, R$ 74,8 bilhões em vendas. Esse resultado reforçou não só sua liderança no varejo alimentar brasileiro como a força de seu ecossistema omnicanal e da estratégia focada em colocar o consumidor no centro de nossas decisões.
Trabalhar com vários modelos de lojas é uma estratégia?
NP – Mais do que o maior varejista alimentar do Brasil, somos um ecossistema de negócios. Oferecemos diversos formatos para atender a diferentes segmentos de mercado. A expansão desses formatos se alinha aos nossos valores de democratizar a alimentação saudável para a população, promovendo o movimento Act for Food. Ele nos inspira a pensar na alimentação de forma mais consciente e responsável. Buscamos a liderança na transição alimentar no Brasil por meio de nosso compromisso global de oferecer produtos de qualidade com preços acessíveis a todos.
Quais estratégias mais contribuíram para o sucesso do Grupo?
NP – Lançamos globalmente, em 2018, o Plano Carrefour 2022, um modelo estratégico de negócio que incorpora o objetivo de levar uma alimentação saudável ao alcance de todos. Para nos tornarmos líderes mundiais na transição alimentar, identificamos quatro pilares nos quais trabalhamos em nível global e local. Um é o chamado Act For Change, que busca simplificar nossa estrutura organizacional para torná-la mais ágil. Outro é o de Transformação Digital, no qual aceleramos nossa digitalização e criamos um ecossistema omnicanal, unindo lojas físicas, e-commerce e outros negócios do Grupo. Temos o pilar de Expansão, no qual o foco é aumentar nossa capilaridade e alcançar mais clientes em todo o Brasil. E o pilar de Transição Alimentar, guiado pelo movimento Act for Food, cujas iniciativas estimulam a transição para uma alimentação mais saudável, sustentável e consciente.
A qualidade nutricional e a questão ambiental de um alimento dependem de muitos fatores, entre eles sua cadeia de produção. Por isso, investimos em itens de origem rastreável, exigindo enquadramento em normas e padrões éticos e qualitativos. Priorizando cooperativas e pequenos produtores, buscamos fortalecer as redes de produção e a economia local, apostando na transparência e na sustentabilidade como pilares fundamentais.
Mais um destaque é o lançamento do super app Meu Carrefour, um facilitador do cotidiano de nosso cliente. Inclui não só a venda de produtos, mas também programas de recompensas, receitas e o que há de mais avançado em serviços. Outro destaque é o suporte que temos do nosso núcleo financeiro, o Banco Carrefour. Há alguns anos entre os maiores emissores de cartões do País, já opera como um banco múltiplo, ou seja, é capaz de ofertar soluções financeiras que suportem os nossos negócios atuais e nos ofereçam a possibilidade de seguir diversificando o portfólio de produtos e serviços. Um modelo que temos chamado de fintail.
Qual é a média de crescimento do Grupo nos últimos anos?
NB – Nos últimos três anos, tivemos uma evolução de vendas muito relevante, crescendo duplo dígito e ganhando market share consecutivamente. Em 2020, nosso crescimento alcançou aumento de 22,2% (excluindo gasolina), performance significativamente superior ao mercado. Isso foi consequência da mudança de modelo comercial que fizemos no final de 2018, juntamente com o lançamento do Plano Carrefour 2022, e do qual temos colhido excelentes resultados.
O que diferencia o consumidor brasileiro do consumidor francês?
NP– O que diferencia é a sensibilidade. Os consumidores como um todo já vêm considerando os fatores ESG (meio ambiente e responsabilidade social) no momento de escolher produtos e serviços. E no Brasil não é diferente. No Brasil, o consumo está muito ligado às características e regionalismos de cada Estado, dado o tamanho do País. A França também tem essa questão da característica de região para região, mas menor que aqui.
Quando a empresa entrou no e-commerce?
NP – Implantamos em 2016, e a plataforma já apresentava bons resultados de crescimento e vendas antes mesmo da pandemia. Com o isolamento social e a aceleração digital, no segundo trimestre de 2020, o crescimento do e-commerce do Grupo representou um salto de três anos em três meses, aproximando o modelo de negócios do seu ponto de equilíbrio.
Isso foi possível pela estrutura que já estava preparada para suportar o nosso crescimento, especialmente pelas side stores (alimentar) e crescimento de parcerias no marketplace (não alimentar). O resultado do e-commerce foi um dos destaques do 2º trimestre de 2020 para o nosso Grupo, com crescimento de 377% no GMV de alimentos e 65% em não alimentos, e segue aumentando a cada trimestre.
Como parte dos avanços da digitalização do ecossistema, em outubro de 2020, lançamos uma nova plataforma de e-commerce. Avançamos na integração ágil dos sistemas internos e externos para oferecer uma experiência cada vez mais unificada aos clientes. A inovadora plataforma tem impactos positivos em todas as frentes do negócio, com uma performance de alto nível na gestão de pedidos, estrutura de marketplace e nos serviços omnicanais que conectam a operação online com as lojas físicas.
Em 2020, nosso e-commerce representou 4,4% das vendas do Grupo, um aumento de 22,2% na participação do faturamento, e seguiu em crescimento no primeiro trimestre de 2021, com um GMV alimentar de R$ 197 milhões, oito vezes maior que há dois anos.
Como é composta a logística da rede?
NP – O processo de abastecimento do Grupo Carrefour Brasil é suportado por diferentes plataformas tecnológicas de última geração. É por meio desses sistemas que conseguimos gerir os principais processos da cadeia, controlar níveis de estoques, diminuir rupturas, ganhar eficiência e produtividade, além de integrar e sincronizar informações com todos os players dessa cadeia de abastecimento: produtores, indústrias, distribuidores e transportadoras.
Contamos com 24 operações logísticas: sete centros de distribuição secos, sete plataformas de perecíveis e congelados, um centro de distribuição exclusivo do e-commerce não alimentar, oito side stores e uma dark store para o e-commerce de alimentos. Essa rede está distribuída e estrategicamente localizada para suportar nossos diferentes negócios e formatos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Manaus, Belo Horizonte, Contagem, Curitiba, Porto Alegre, Campinas e Osasco. Ainda temos 105 lojas para o Click & Retire não alimentar e 44 drives do Click & Retire alimentar que são integrados ao e-commercepara aumentar a nossa capacidade de entrega e capilaridade.
Para a distribuição, temos mais de 70 parceiros de transportes, que disponibilizam mais de 600 veículos dedicados 100% à nossa operação. Aqui vale o destaque de nossa responsabilidade ambiental na redução de emissões de CO2. Nos últimos anos, nos focamos em pilares importantes que vão desde uma mudança na nossa matriz energética, diminuindo a dependência do uso do diesel e inserindo veículos a gás e elétricos, até mudanças nos processos de distribuição, utilizando a cabotagem e o rodotrem, e ganhos de produtividade com roteirizações otimizadas e ocupação maior dos veículos. Tudo isso alinhado ao nosso audacioso plano de neutralizar as emissões de CO2 da logística junto a GreenFarm.
No Atacadão, a malha logística garante o abastecimento de comerciantes em cerca de 4.900 cidades no Brasil (88% do total de cidades). Com a digitalização, a rede busca potencializar seu raio de atuação para novos municípios brasileiros. Ambas as operações são integradas com apps de delivery, como Rappi e Conershop. Em setembro de 2020, devido a essas estratégias, 98,2% das entregas do varejo alimentar foram feitas sem atraso, com média de 1,6 dia.
O que a rede oferece no marketplace?
NP – O carrefour.com.br oferece aos consumidores grande variedade de produtos alimentares e não alimentares. Para produtos não alimentares, além de sortimento próprio, nosso e-commerce conta com uma rede de parceiros, em formato marketplace, com mais de 3 mil sellers e 4 milhões de produtos cadastrados.
O Atacadão também avança em sua estratégia digital. Seu e-commerce, que mostra resultados promissores, integra o canal de vendas online do próprio Atacadão e uma operação de marketplace com mais de 300 sellers parceiros de atacado e cerca de 50 mil produtos. A operação começou no Estado de São Paulo, em outubro de 2020, e está sendo expandida para todo o País, por meio de seus 30 atacados de entrega.
Quais as vantagens do marketplace?
NP – Para o seller, o marketplace continua sendo o lugar ideal para aumentar vendas sem gastar muito. Além de os parceiros contarem com a expertise digital do Carrefour para usufruir de uma plataforma de primeira linha, eles ganham grande exposição por fazerem parte do nosso ecossistema. Para nós, é mais uma comodidade que levamos aos clientes para que eles possam centralizar suas compras nas redes do Grupo Carrefour Brasil, fortalecendo nossa vantagem competitiva.
Como a empresa avalia a atuação do varejo brasileiro e do e-commerce?
NP – Como serviço essencial, os supermercados tiveram menos restrições em seus negócios durante a pandemia. O isolamento social acelerou a digitalização dos consumidores. A participação online, que não tinha grande representatividade, registrou alguns dos maiores ganhos à medida que os consumidores se adaptavam ao novo formato. No Brasil, de acordo com o estudo Recovery Insights da Mastercard, o e-commerce teve uma expansão de 75% em 2020, representando 11% das vendas do varejo. Antes da pandemia, essa participação nas vendas era praticamente metade – 6%.
Hoje, percebemos que os players que já estavam adotando e investindo em inovações no comércio eletrônico estão com vantagem em seus segmentos, não só no varejo. O setor continua em crescimento, mas esse aumento é pequeno se comparado ao dos e-commerces. É primordial que os varejistas não só invistam em novas estratégias de atuação digital como, também, foquem seus esforços na satisfação do cliente.
Como exemplo, o carrefour.com.br, que já estava preparado e prevendo o aumento das demandas online, juntou um time de mais de 150 pessoas que criaram em apenas oito meses uma plataforma extremamente resiliente e que se adapta à medida que o número de acessos sobe, ganhando automaticamente robustez para continuar atuando. A integração dos formatos e as melhorias na plataforma já são reconhecidas pelos nossos clientes. Em outubro de 2020, o NPS atingiu o nível mais alto do ano, fechando com aumento de 90% em comparação a 2019.
Seguimos observando a participação dos canais online crescendo.
Os produtos eletrônicos são os itens mais comprados no e-commerce Carrefour, especialmente nas categorias de celulares, linha branca, informática e TVs. Um dos destaques de 2020 foram as vendas online de eletrodomésticos. Em junho, representaram 39% das vendas totais desse grupo.
As vendas se dão mais nas lojas físicas ou no e-commerce?
NP – Nossas lojas físicas possuem um desempenho em vendas superior ao do e-commerce, mas acreditamos que esse é um formato que ainda ganhará muito mais espaço com o passar dos anos. Em ambos os canais, nossa categoria de eletroeletrônicos é a que possui maior participação de vendas.
Como o senhor vê a concorrência entre a loja física e o e-commerce?
NP – Acredito que lojas físicas e o e-commerce são complementares e não concorrentes.
É importante que se invista em uma estratégia omnicanal, na qual o cliente possa ter uma jornada de compra ainda mais confortável e integrada. Esse é, com certeza, o futuro do varejo.
Quais os investimentos projetados para este ano?
NP – Investimos R$ 2 bilhões ao longo dos cinco últimos anos. Em 2021, anunciamos a aquisição do BIG por R$ 7 bilhões e pretendemos seguir em um ritmo forte de expansão e investimentos nos próximos cinco anos.
Que tipo de desafios terá o varejo?
NP – O principal desafio é retomar o crescimento. Voltar ao patamar em que estávamos antes da pandemia, com crescimento sustentável e, principalmente, aumento do consumo, será bem desafiador. Encontrar uma equação justa para todos, conciliando crescimento econômico e, principalmente, crescimento social. Nestes meus anos no Brasil, uma coisa que pude aprender é que o brasileiro é um povo resiliente e que sabe se reinventar como ninguém. Apesar de todas as adversidades, ele não perde o brilho no olho e mantém sua esperança em dias melhores.
Quanto às oportunidades, vejo como o momento certo para repensarmos nossa relação com o ambiente e com o consumo. Precisamos mostrar que é possível comer bem, sem gastar muito e de maneira sustentável, e acredito que, se conseguirmos isso, teremos deixado um legado incrível ao Brasil e ao mundo. Acho importante destacar que o cenário pandêmico acelerou a digitalização de compra em todos os lares, algo que já era apontado como uma tendência para os próximos anos. Portanto, acreditamos que o uso de canais digitais para consumo é um movimento duradouro e continuará aumentando, mas, com a reabertura definitiva do comércio, essa porcentagem de crescimento irá diminuir aos poucos.
Este é o ano de implementação do decreto para a reciclagem de eletros. Como é a colaboração do Carrefour?
NP – Dada a importância desse tema, não esperamos o decreto entrar em vigor para tomar ações que colaborem para a reciclagem dos resíduos eletroeletrônicos. Desde o fim de 2019, atuamos com esse tipo de iniciativa nas lojas, instalando pontos de entrega voluntária (PEV) onde os clientes podem descartar corretamente seus equipamentos eletroeletrônicos no fim da vida útil.
“Em 2020, eram 21 lojas com PEVs instalados e reciclamos corretamente mais de 3 toneladas de resíduos eletroeletrônicos. Em 2021, já são 33 lojas, com previsão para mais implementações até o final do ano.”
Para nos ajudar nesse processo e expandirmos a logística reversa de eletroeletrônicos em nossos formatos, temos parceria com a Green Eletron e a ABREE, as duas maiores organizações de gestão de logística de eletroeletrônicos e pilhas do Brasil. Terminamos 2020 com 21 lojas com PEVs instalados e reciclamos corretamente mais de 3 toneladas de resíduos eletroeletrônicos. Em 2021, já conseguimos expandir o programa para 33 lojas, com previsão para mais implementações até o final do ano e abrangência para as regiões de São Paulo Capital, Interior SP, Baixada SP, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
Indo também além do cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), do Ministério do Meio Ambiente, buscamos engajar colaboradores e clientes em esforços para dar a correta destinação a materiais e embalagens pós-consumo. Hoje, todo o lixo gerado em nossas lojas é separado e 50% dele, reciclado, um grande feito do qual nos orgulhamos. Para efeito de comparação, na França, a média de lixo reciclado nas lojas Carrefour é de 70%.
Com as práticas adotadas, o objetivo é alcançar a meta do Aterro Zero até 2025, o que significa dar destino adequado a todos os resíduos de embalagens gerados e reduzir em 50% o desperdício de alimentos, evitando o descarte em aterros sanitários. Temos, ainda, a meta de tornar 100% das embalagens reutilizáveis, recicláveis ou biodegradáveis para os produtos das marcas Carrefour até 2025.
O início em 1959
A história do Carrefour começou há mais de 60 anos, com seu visionário fundador, Marcel Fournier, e a inauguração do primeiro hipermercado na França em um cruzamento no município de Annecy, no sudeste do País. O ano era 1959. E o nome do estabelecimento ali fundado foi escolhido justamente por sua localização. Carrefour, em francês, significa cruzamento. Fournier, que era dono de um armarinho em Annecy, se uniu a membros da família Badin-Defforey, atacadista de alimentos em Lagnieu, para testar o primeiro autosserviço em uma área de vendas de 200 m². Com esse conceito, as pessoas mantinham sua privacidade ao se servirem diretamente nas prateleiras. Em junho de 1960, eles abriram o modelo de supermercado, com 850 m², no cruzamento das avenidas Parmelan e André Theuriet, em Annecy. Com o sucesso do negócio e inspirado nos Estados Unidos, o fundador do Carrefour abriu o primeiro hipermercado na França em Sainte-Geneviève-des-Bois, em 15 de julho de 1963. Foi o primeiro modelo desse tipo no País, oferecendo vasta gama de produtos a preços baixos, em área de mais de 2.500 m², com 400 vagas de estacionamento gratuitas. Hoje, é uma rede multiformato, uma das principais do mundo, com receita de € 78,6 bilhões em 2020 e mais de 320 mil funcionários.
Source: Eletrolar News Magazine #143
eletrolar.com