Produção industrial registra alta de 1,4% em maio
A produção industrial brasileira cresceu 1,4% em maio na comparação com abril, após três meses consecutivos de queda, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (2).
Com o resultado de maio, a indústria chega ao mesmo patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia. Apesar do avanço, o setor ainda se encontra 16,7% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011. No ano, o setor acumula alta de 13,1% e, em 12 meses, de 4,9%.
Puxaram a alta do mês os produtos alimentícios (2,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (3,0%) e indústrias extrativas (2,0%). As duas primeiras cresceram após caírem em abril.
“A maior parte das atividades volta ao crescimento após perdas importantes nos meses anteriores. O setor de derivados do petróleo, por exemplo, que é o segundo maior impacto positivo do mês, havia recuado 10%. Isso significa que há algum grau de recomposição em relação às perdas dos últimos meses”, diz o gerente da pesquisa, André Macedo.
Outros resultados positivos vieram das atividades de metalurgia (3,2%), de outros produtos químicos (2,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,0%), de bebidas (2,9%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,2%). As atividades que mais impactaram negativamente o índice foram produtos de borracha e de material plástico (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,8%) e produtos têxteis (-6,1%).
Segundo o IBGE, houve avanço em duas das grandes categorias econômicas: bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e bens de capital (1,3%). Já os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-0,6%) recuaram em maio.
Perdas dos meses anteriores
Segundo Macedo, o resultado positivo de maio não reverteu o saldo negativo de 4,7% acumulado nos meses de fevereiro, março e abril.
“Muito desse comportamento de predominância negativa nos últimos meses tem uma relação direta com o recrudescimento da pandemia, no início de 2021, que trouxe um desarranjo para as cadeias produtivas”, disse.
O pesquisador destacou que o desabastecimento de matéria-prima e o encarecimento dos custos de produção estão entre as consequências sentidas pelo setor industrial.