Perfil do e-commerce no Brasil
O crescimento do e-commerce no Brasil é inegável. Em dezembro de 2020, as vendas online registraram alta de 53,83% em relação ao mesmo período do ano anterior. O faturamento, por sua vez, teve um salto de 55,74%. Os números são reflexo da pandemia. Mesmo com a flexibilização e reabertura das lojas físicas, as compras online tornaram-se um hábito dos consumidores brasileiros.
Com o objetivo de traçar o perfil da gestão do comércio eletrônico no país e contribuir para a saúde financeira das empresas, o Koncili, plataforma na conciliação de repasses dos marketplaces, criado e desenvolvido pelo Grupo DB1, se juntou ao E-commerce Brasil para coletar e analisar dados fornecidos pelos próprios lojistas.
De acordo com as respostas dos sellers, os nichos de atuação do e-commerce brasileiro são bastante diversos. Ainda assim, alguns segmentos tiveram destaque:
• Moda e acessórios (22%)
• Móveis e decoração (15,3%)
• Informática (15,3%)
• Eletrodomésticos e eletrônicos (10,2%)
Presença nos marketplaces
A maioria dos lojistas afirmou atuar em um ou mais marketplaces, com destaque para Mercado Livre, Magazine Luiza, Amazon, Via Varejo, Casas Bahia e as plataformas do grupo B2W Marketplace. Os mais usados são:
• Mercado Livre (71,2%)
• B2W Marketplace – Americanas.com, Submarino e Shoptime (55,9%)
• Magazine Luiza (49,2%)
• Amazon (47,5%)
• Via Varejo (39%)
• Casas Bahia (33,9%)
Meios de pagamento adotados
Embora a diversificação dos meios de pagamento seja uma atitude inteligente para reter e fidelizar clientes, os sellers ainda não se sentem seguros para oferecer outros meios de pagamento. Os meios de pagamento que ainda predominam são:
• Cartão de crédito (78%)
• Boleto bancário (16,9%)
Carteiras digitais ou meios de pagamento eletrônico, como o PIX, ainda não são oferecidos pela maioria dos empresários. Contudo, essa é uma realidade que tende a ganhar força nos próximos meses.
Gestão e organização financeira
Ainda há muitas dúvidas quanto à efetiva gestão financeira dos e-commerces, principalmente quando se trata de repasses das vendas nos marketplaces. As mais recorrentes são:
• Comissão padrão do marketplace (23,7%)
• Comissão sobre o frete (18,6%)
• Comissão de campanhas e ações de marketing (11,9%)
• Imposto de renda sobre pagamento do marketplace (11,9%)
• Ações de rebate (11,9%)
• Penalidades (10,2%)
Acompanhamento de repasses e conciliações
É fundamental que o seller esteja bem informado sobre os marketplaces em que vende seus produtos, conhecendo as regras de comissionamento e as demais cobranças aplicadas pelo canal. A frequência de acompanhamento adotada pelos participantes é:
• Semanalmente (42,4%)
• Mensalmente (22%)
• Quinzenalmente (16,9%)
• Apenas no início do ciclo de repasses (5%)
Os lojistas estão cada vez mais atentos à gestão de finanças provenientes dos marketplaces. Todavia, a quantidade de respondentes que ainda não acompanha os repasses é surpreendente: quase 14%.
Erros e dúvidas nos repasses
Boa parte dos lojistas possui dúvidas na hora de conciliar os recebíveis dos marketplaces, principalmente quando o cálculo é feito em planilhas manuais.
Um dos erros mais frequentes acontece no cálculo das comissões cobradas pelas plataformas, e há casos em que o dono do e-commerce passa meses pagando comissões mais altas. Os erros mais apontados pelos sellers são:
• Valor de comissionamento (37,3%)
• Estorno incorreto (37,3%)
• Chargeback (25,4%)
• Cobrança de frete indevida (23,7%)
• Vendas duplicadas (8,5%)
• Penalidades (1,7%)
Vantagens da conciliação financeira
Uma conciliação detalhada pode confirmar se o seller está recebendo os valores corretos das vendas, assim como as taxas de comissão e outros débitos relacionados à conta cadastrada nos canais de venda. Para os varejistas, os ganhos da conciliação são:
• Controle dos valores recebidos (39%)
• Controle do fluxo de caixa (20,3%)
• Prevenção de fraudes (20,3%)
• Gerenciamento de estornos e cancelamentos (8,5%)
Problemas da falta de conciliação
A falta de gestão e organização dos repasses dos marketplaces pode trazer consequências graves para o negócio. As mais citadas são:
• Descontrole das taxas dos marketplaces (42,4%)
• Falta de controle da margem de lucro (23,7%)
• Falha no pagamento das despesas (20,3%)
• Fraudes (13,6%)
As descobertas da pesquisa apontam a tendência de que o e-commerce continue crescendo, assim como o número de sellers utilizando os marketplaces como canal de vendas. Embora seja uma grande oportunidade para o mercado, novas preocupações surgem.