2019, o ano que pode recuperar o consumo
Estudo da GfK mostra que a intenção de compra existe, com um consumidor mais crítico e exigente.
O ano de 2019 deverá trazer uma recuperação no consumo de bens duráveis, de acordo com o estudo da empresa de pesquisas GfK, apresentado no evento Presidentes, do Grupo Eletrolar. O consumidor está mais confiante, mas também se mostra mais crítico e exigente. No levantamento, 71% dos respondentes disseram que se “sentem mais controlados do que nunca para escolher os melhores produtos para comprar”, e 56% “sentem que varejistas e marcas têm menos influência que nunca em suas decisões de compra.”
Em 2017, revela o estudo, 47% dos consumidores declaravam ter intenção de comprar eletroeletrônicos nos 12 meses seguintes. Em 2018, essa porcentagem subiu para 64%. Para a aquisição de eletrodomésticos, o número aumentou de 40%, em 2017, para 54%, em 2018. O viés de alta continua em 2019, mas o consumidor está mais cauteloso e exigente.
“Isso pode alterar seu comportamento de compra, pois ele também está mais atento ao cenário econômico e político. Ao mesmo tempo, está disposto a melhorar o padrão para produtos mais premium, com tecnologia embarcada, capacidade e recursos. Isso fica especialmente claro em smartphones e televisores”, diz Fernando Baialuna, diretor da unidade de varejo da GfK.
Demanda reprimida
Para o executivo, momentos de crise geram demanda reprimida e, depois, trazem uma recuperação no consumo. “Hoje, o Brasil reúne mais de 70 milhões de residências e, em relação a 2010, mais 10 milhões de brasileiros. Porém, o consumo de bens duráveis não cresceu na mesma proporção” explica. Ainda na opinião do diretor da GfK, as condições para essa recuperação são sustentadas, desde que fatores econômicos, como emprego, renda, crédito e confiança se mantenham ou melhorem.
Por outro lado, alguns itens da cesta de bens duráveis vêm tendo um desempenho de estagnação ou retração, como é o caso de telefonia. Em 2017, houve neutralidade na participação desse tipo de aparelho na cesta de bens duráveis. Em 2018, ocorreu uma queda de 2% na sua importância em relação aos outros produtos da cesta – nesse caso para eletrônicos, especialmente televisores em ano de Copa do Mundo. .
A cesta de bens duráveis, considerando-se todos os produtos que a compõem, teve desempenho positivo de 6% em faturamento, muito puxado por eletrônicos, com 16,8% (especialmente televisores, com 195% de alta); linha branca, 7,1%; portáteis 4,5% (batedeira planetária com crescimento de 25%); informática, 1,9% (gaming com 95% de crescimento); e telefonia, 1,2% (smartphones câmera dupla com 345% de crescimento). “As vendas de celulares em unidades caíram, mas a procura por aparelhos melhores, com mais tecnologia, telas maiores e, consequentemente, preços médios mais altos, fez o faturamento subir”, explica Fernando.
Fernando Baialuna: “Hoje, o Brasil reúne mais de 70 milhões de residências e, em relação a 2010, mais 10 milhões de brasileiros. Porém, o consumo de bens duráveis não cresceu na mesma proporção.”
Fernando Baialuna, diretor da unidade de varejo da GfK
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